30.8.15

Sugestões

No post anterior, apesar do título, não vos dissemos onde víamos dinheiro em concreto e o que nos fará mover numa ou outra direção. Pois bem, fazemo-lo agora*.

Na banca, o BCP pisou e traçou momentaneamente o risco vermelho na semana passada. Foi uma chinesice na 2ª feira, mas chegou para fazer soar a sirene de alarme. Atendendo ao facto de que começam a existir lucros para mostrar, um regresso abaixo da linha encarnada é sinal de que o mercado dá de barato que vamos a caminho de mais um AC no banco e a verdade é que se juntarmos o NB às eleições polacas não precisamos de muito mais para nos pormos com ideias dessas na cabeça. Não creio que se chegue a tanto, pelo que compras na zona em que nos encontramos são quase isentas de risco, desde que, obviamente se feche a loja sem contemplações na quebra da linha vermelha. Se amanhã o dia for de verdura, vamos ter quebra da EMA21, o que pode acelerar as subidas no dia seguinte. Porém, contem com dados económicos da China na madrugada de terça-feira (eu já disse o que pensava no post anterior), e se o povo não gostar dos números pode haver um alijar de carga que nos faça voltar para baixo a galope (a propósito, tanto o DAX como o S&P500 estão naquele ponto em que se esbardalham todos se hesitam na subida). Fiquem com o nosso gráfico (recordamos que a verde temos a EMA9, a amarelo a de 21 dias e a vermelho usamos a simples de 200 dias; juntamos o RSI por ser um indicador que muita gente inteligente segue).


É certo que, nesta altura, preferimos o BCP ao BPI (parece-nos que o cenário angolano, apesar de tudo, é bem pior para o BPI que o polaco para o BCP, e quer um quer outro vão alombar com o NB). Seja como for, se quisermos sacar o nosso quinhão não vamos poder ficar à espera que o Zé Rodrigues dos Santos nos dê uma dica no telejornal, compondo aquele ar de alienígena que descobriu o planeta Zor, de que ele tanto gosta: vamos mesmo ter que ir aos gráficos que, esses, jamais enganam. No BPI entreguem a carga a outro num fecho convicto abaixo dos 90; compras não vejo sem um pulo acima dos 98 e mesmo assim vai haver melhor, de certeza, como verão a seguir:


A Sonae deu para trás apesar de me terem parecido engraçados os resultados que apresentou, mas longe de mim argumentar com esse grande maluco que é o mercado. Só se eu estivesse passado dos carretos! A verdade é que ficou desinteressante e eu só lhe deito a mão se se aproximar dos 1,08 para vender com fecho na quebra ou aproveitar o ressalto. Se a moça fugir pa riba é claramente a quebra das médias móveis no 1,20 que me faz abrir os cordões à bolsa. Até que haja novidade é deixá-la marinar!


E que tal uma musiquinha para ajudar a desmoer? Boa ideia, não é! Todos nós, que hoje tratamos os mercados como se fôssemos da família e fazemos malabarismos insanos com esta jogatana não fomos sempre assim: mad for money! Que isso jamais vos passe pela cabeça! Para chegarmos até aqui tivemos cedíssimo de começar por dar os primeiros passos nessa arte nobre, mas dificílima de tentar manobrar corações fêmea. Pela parte que me toca, iniciei-me, adolescente desengonçado e afogado em hormonas, oficialmente, em 1986 e este era um dos meus hinos (isto não vem nada a propósito, mas se vocês estão a ler este texto até aqui também não se devem importar absolutamente nada com despropósitos):


Voltemos à nossa temática.

Vale sempre a pena olhar para a Altri. Nos 3,32 está a SMA200. Uma quebra convicta em baixa é uma tragédia, pelo que o valor constitui um óbvio stop loss se a coisa se der em fecho. Mesmo que lhes tenham amor, não fiquem com elas abaixo dos 3,18 porque o amor pelo valor da vossa carteira deve estar acima de tudo (mercantilmente falando). Para cima, deixem rolar que esta é daquelas que tem um volume nos COFs tão pequenito que se a malta quer entrar tem que pagar caro e o preço sobe com uma pujança sorridente.


Deixei para o fim a que me parece melhor e aquela para que estou mais inclinado. A NOS tem um gráfico que fala sozinho:


Compras aqui têm risco reduzido. Um fecho abaixo da linha obriga a vender por quebra da base do canal. Se tiverem umas pilecas que não se importem de arriscar podem deixá-la deslizar até aos 6,80 (claro que também mas podem passar para as mãos que eu trato delas com carinho). Se der para subir, o ataque aos 8 parece trigo limpo farinha amparo, teoricamente falando.

Em jeito de remate final, dizer que o mercado está claramente numa de vamos para uma recuperação em V ou deitamos isto tudo abaixo e viramos o ano para o lado negativo. Pessoalmente, acredito que vamos outra vez para cima (atenção que as eleições tugas podem baralhar o PSI até outubro), até porque o pilau que está a sair dos chinos encaixa mesmo a matar na Europa, mas também vos digo que se houver bater em retirada não façam perguntas nem se ponham com teorias que não levam a lado nenhum: salvem o vosso dinheirinho das chamas!

* O asterisco é só para recordar que aquilo que dizemos neste momento será engolido pelos mercados no decorrer do dia de amanhã, pelo que a respetiva atualização será feita pela massa cinzenta de cada um!

28.8.15

Onde pôr o graveto?

É evidente que nós que não vivemos as emoções das últimas semanas e nos mantivemos de fora enquanto andávamos no passeio estamos em pulgas para pôr o graveto a trabalhar (o que sobrou já descansou que chegue, o mandrião), quanto mais não seja porque, sejamos francos, sempre há movimentos no cartão de crédito que vão ter que encontrar fundo mais cedo ou mais tarde! E todos nós sabemos que se estivermos a contar com o patrão para nos acudir, bem podemos sentar o rabiosque que o sacaninha está-se nas tintas para as nossas banhocas na praia de La Concha, para a visita ao Camp Nou, para a sessão de compras das catraias em Andorra ou para os mergulhos na água caliente em Peñiscola, terra do Papa Luna (não se esqueçam, meus bondosos amigos, de que sem uma grande carga cultural não se ganha dinheiro na Bolsa)! Para isso não haverá outro remédio agora que sacar o pastel de onde ele há em quantidade. E onde é esse sítio que adoça e arredonda todos os nossos sonhos? Pois bem, adivinharam: nos mercados!

Infelizmente, todos nós sabemos que o mercado é um filho da puta bastante descarado e não seria de admirar (nem inédito) que nós viéssemos agora todos gaiteiros armados em bons e com o troféu de termos escapado de boa, para logo a seguir o armante nos pregar a partida de se voltar a escangalhar connosco a bordo. Há que ter cuidado, portanto!

Como nós privilegiamos o PSI20, que para ganhar dinheiro certinho e sem grandes aventuras é mais do que suficiente,* vamos repor um gráfico que nos tem acompanhado há imenso tempo (por exemplo aqui):


Duas coisas resultam evidentes para nós:

1: Entradas só com fecho acima da linha tracejada vermelha (pode ser já 2ª feira). Nesse caso, temos como primeiro alvo o topo do canal quase 4% acima. Para baixo, base do canal em primeiro lugar e depois os 4900 pontos que, muito francamente, julgava que já não seriam atingidos este ano e acabaram mesmo por sofrer uma marrada na passada 2ª feira (a negra);

2: Com o regresso da gente graúda na próxima semana, parece-me bastante provável que rompamos para cima e haja um movimento acelerado se os números da economia chinesa (PMI) que saem na madrugada da próxima terça-feira não forem demasiado fracos (como sou um bocado vidente, já agora arrisco dizer que me palpita uma surpresa positiva - os números chineses, todos sabemos, são martelados e se botarem cá para fora uma coisa má agora é o fim da picada, pelo que isto vai seguir o percurso habitual nestas situações: os políticos vão ter que aplicar pomada!).

* Na Bolsa tudo sobe e tudo desce, seja aqui, seja na América ou na China e a informação clara e atempada é fundamental; cá na nossa terrinha, com o nosso índice esquelético, com meia dúzia de empresas para negociar, mas com possibilidade de acompanhar as poucas variáveis necessárias gastando um módico de tempo, consegue-se fazer um serviço calmo e tranquilo e que põe dinheiro no bolso desde que sejamos espertos nas entradas e intransigentes nas saídas.

Back in business

Inevitavelmente chega um dia em que as férias acabam e temos que voltar à faina, sempre com a esperança de que o pagode possa continuar noutra altura. A nós, que temos no corpo este vício do investimento especulativo, (ainda que nesta casa também se pratique o investimento produtivo), cai-nos bem que a silly season nos mercados coincida com a altura em que botamos o pé na estrada e vamos por esse mundo fora ganhar arcaboiço para enfrentar as vicissitudes da arte. E a estação é silly precisamente porque há muitos que pensam como nós e se põem a milhas, deixando o mercado entregue a pessoal que entra em histeria em menos de um fósforo! Com o volume reduzido por a gente crescida andar a banhos, é habitual a ocorrência de movimentos completamente marados que já não temos pachorra para gramar! 

Claro que respeitamos quem opta por negociar à maluca e ninguém pode dizer que aqueles que puseram o dinheiro a trabalhar neste querido mês de Agosto possa ter queixa da despesa feita: emoções fortes não têm faltado!

Particularmente, incluo-me na lista daqueles que gostam de fazer férias à patrão (com tudo incluído e respetivos extras) e não pagar nada por isso. É disso que mais gosto e tenho um segredo bem fixe para vos contar se quiserem fazer parte desse seleto grupo. Tudo o que precisam é de fazer um lote de negócios bem assentes de setembro a meados de julho (ou até abril em anos de sell in may, como tem sido este) e depois não se incomodem com os gastos em agosto. Quando chegarem, vão perceber que ganharam dinheiro: é que se tivessem ficado a negociar, a bosta feita tinha-vos levado muito mais cacau do que aquele que investiram no vosso real prazer! Vão por mim porque no que levo de prática nunca falhou! De modo que gozamos todos cá em casa como se fôssemos jogadores da bola (de um clube modesto) e quando chegamos estávamos mais ricos do que se eu tivesse ficado em frente ao monitor a ver números verdes e vermelhos: pó diabo com eles! E nem me venham com a conversa de que se tinha ganho dinheiro à bruta entrando curto e depois longo, espremendo bem as oscilações brutais dos mercados porque nesse tipo de programa cai quem acha que negociar em bolsa é coisa fácil!


3.8.15

Férias

Digam lá amigos se isto não foi um susto bem pregado: quase 3 semanas sem vos informarmos do que achamos que os mercados nos estão a querer dizer? Até parece que demos o peido mestre ou, pior, que fomos à falência ou que, ainda pior: acagaçamo-nos todos e deixamos de vez a jigajoga!

Nada disso!

Simplesmente estamos naquela altura do ano (sim, naquela altura!) em que nos pomos a distribuir o fruto da nossa arte por aqueles que nos querem bem e a quem nós amamos... e também por vós, via IRS. Somos amigos de todos e não nos poupamos a esforços para vos vermos bem! Por isso gozem e deixem as negociatas para depois.