14.7.15

Good waves

Hoje, resumidamente, deixo-vos três gráficos. Três boas ondas. Três cotadas que obedecem ao sentimento bullish. Médias móveis mais curtas por cima das mais longas. Está nos livros. Umas com melhor aspecto mas todas com uma boa dose de interesse, caso a oportunidade surja! E o que está nos livros, também, é que devemos estar preparados para as oportunidades. Portanto, adiante, vamos a elas. Às cotadas. Ao homework! Nos, Edp Renováveis e Sonae, aí estão elas! Por ordem respectiva de entusiasmo!

A Nos, parece o nosso CR7, bate recordes atrás de recordes. E a cada máximo batido, dose extra de força (outra dos livros!). Ainda há bem pouco tempo referi-me a ela. Estava na iminência de quebrar um máximo. Lá trepou, conforme anunciado, consolidou, corrigiu rapidamente (como se alguém se estivesse a ver na chatice de perder o comboio), aliviou indicadores e voltou a subir. Querem melhor consistência? No Psi20 não temos! Ontem bateu novo máximo. Se o virem quebrar, os 7,49, é de entrar. Não me arrisco num take profit e quase que já estou como o outro, "compre amigo que vai subir"! Não me atreveria a tal infundado incentivo mas que ganha pujança, lá isso ganha. Uma razão: não há vendedores pela frente! Pertinente? Eu meto pertinência nisso! 


A Edp Renováveis, perto de máximos, de muitíssimo tempo, perto de activar possível duplo fundo. Na quebra dos 6,87, parte superior daquele mini canal que forma a resistência! Projecção para os 7,50-7,60.


Sonae, outro duplo fundo em vista, quebra os 1,26 e activa projecção para os 1,38.



Nota: Para todas as cotadas mencionadas, os valores falados estão nos respectivos gráficos. Os pontos de fuga, vulgo, stop loss, caso se confirme a quebra, passam a ser o valor quebrado. Esperar por confirmação dos rompimentos e muita atenção ao false break! A partir daqui é convosco!

Por agora é tudo. E para o que seria resumido, penso que até já me estiquei! Bem, resta esperar que o Parlamento Grego dê uma ajudinha. A ver se isto anda para a frente! Termino, como habitué, com musicol, com uma recordação que a semana passada o Nos Alive me avivou. Como falei em resistências e como também, infelizmente, posso estar enganado, nada mais a propósito!
Bom fim de dia! Melhores negócios!




10.7.15

Já não há revolucionários como dantes

Como estão longe aqueles tempos dos revolucionários de esquerda que, quando botavam uma ideia na cabeça, foge que vai tudo à frente! Onde para a esquerda de Fidel Castro ou até, para referir um exemplo mais recente, do rocambolesco Hugo Chavez? Onde estão os esquerdistas maoistas, marxistas, leninistas e todos esses istas com ideias de aço, que nem vergavam nem torciam, ainda que o povo inteiro fosse condenado à irracionalidade da clausura, à penúria, e, não raras vezes, à morte?! Que caralho de esquerda radical é esta do Tsipras e dos syrizas que se acagaçam todos só porque os bancos vão falir, a inflação se vai tornar galopante e o resto do mundo vai andar a limpar o rabo às letras bancárias que eles vão emitir? Que gente é esta que perde o gás todo e ajoelha perante credores capitalistas só porque há risco sério de o povo humilde ter de ir para as filas de racionamento? Que vaipe foi aquele do referendo que deixou meio mundo atordoado e outro meio histérico para agora termos uma cedência tão clamorosa? Quem encomendou tão triste espetáculo? Quem nos paga esta pessegada com que tivemos de arrostar (onde está o nosso bailout)? Que pensaria Marx destes estarolas que se dizem de esquerda radical e que se borram todos só porque vão levar o país à falência e vão ter de mandar o exército para a rua de modo a controlar os tumultos? Que pensará a múmia de Lenine, lá no mausoléu onde o conservam em fungicida secreto, destes amadores que arrotam postas de pescada cheios de cartima e depois arreiam perante o mínimo franzir de sobrolho do capital?! Que tempos são estes em que vivemos?! 

Agora, pelo menos de momento, ignorem por favor o que dissemos aqui porque afinal parece que vamos mesmo ter chatices com a bolsa enquanto estamos de férias, uma vez que, gulosos como somos, vai haver dinheirinho que teremos que encaminhar para o nosso bolsito. Pelo menos aquela quebra do suporte nos 5350 e da média móvel de 200 dias ameaçam não passar de casos de false break, pelo que, nessas circunstâncias, há que mudar o discurso e a atitude (trocar de fato). Compreendam, fomos néscios e estávamos na fé de que o Tsipras e os amigos dele eram gente de esquerda da fibra de um Che Guevara, malta indobrável, e que entre um desvio às suas ideias feitas e uma atitude um pouco razoável, opta sempre pela aniquilação da humanidade! Vai daí, deu-nos para achar que, depois do referendo em que a austeridade foi rejeitada pelo povo unido, nada mais impediria um radical bem feito de seguir os trâmites rumo à confrontação com o capital. E que, como é óbvio, dessa confrontação nada de bom poderia vir para uma carteira bullish! Esquecemo-nos que o radicalismo obriga a arcaboiço para enfrentar a guerrilha e que Che, apesar de ter ficado bem no retrato, teve morte macaca!

Já que falamos em métodos radicais, podíamos fazer a sugestão ao Tsipras para deitar um olho aos mestres chineses. Para a queda da bolsa que remédio poderá ser mais radical do que proibir as vendas? Ah?! Foda-se, andamos nós quilhados da vida tantas vezes com os cagarolas que andam a vender e a atirar para baixo o que nós temos em carteira quando, afinal de contas, bastava que o nosso governo (essa gente sem imaginação) também os tivesse no sítio e proibisse as vendas: uma queda de 1% ainda se aceita, mais do que isso ide vender pa outra banda! Claro que, se ninguém vender ninguém poderá comprar, de modo que podem sempre abrir uma ou outra exceção, mas apenas para gente sensata como por exemplo este que daqui vos fala e para vocês que desse lado gastam tempo a ler isto! Sensatos! É verdade que, na minha humilde opinião, a medida radical dos chinos nada mais vai fazer do que aumentar o panique que grassa em Xangai! Quem é que vai botar dinheiro numa bolsa que precisa de ser protegida com proibições desse género? E se, a dada altura, me proibem também a mim de vender? E se decidem fechar os mercados (para não passarem mais vergonhas), e distribuir as ações pelos membros do comité central? E se lhes dá na veneta para serem ainda mais radicais e...

Depois disto, é bom deitar o olho ao bandido, com a celeuma que a situação exige, e vermos onde é razoável embarcar de novo na aventura. Olhemos para o gráfico do PSI20 para tentarmos perceber em que pé nos encontramos (o fecho é de ontem).


Pois bem, a situação é clara: hoje fomos diretos à linha tracejada preta que é agora resistência nos 5750! Vai haver mais boas notícias para continuarmos por aí acima? Creio bem que não: a Grécia já ajoelhou e a China já fez o ressalto de 10% que seria mandatório! Agora faltam as dúvidas para ativarem um sell on the news e venha de lá um valor mais simpático para podermos atestar da qualidade da chicha deste tourito! Para já o bicho continua morto, mas ameaça dar uma de zombie (para chatice minha que estava tão bem ao sol)!

9.7.15

Calma que foi golaço!


Quem nos acompanha já se apercebeu certamente das minhas alusões a um jogo da bola. Mas também podemos fazer disto um filme. Um filme de suspense. Com história para dar e vender. E há quem a compre e há quem a venda. E pronto, lá estamos nós a falar de bolsa!
Desta vez, ao contrário do já habitual, começo com música, serve como banda sonora para o que se segue. Boa audição, boa leitura. Que o filme seja do vosso agrado!



E ao terceiro dia, voilà, acima da sma200! Lá voltou o entusiasmo, à boleia de uns espectaculares 4%. Tinha-o escrito, sem tempo, segunda-feira passada que era a maneira de voltarmos a ganhar expectativa crescente. E se ontem, justificando-o convenientemente, começávamos a fazer as malas, hoje necessariamente damos o beneficio da dúvida ao ressurgir dos touros, ao bull market e, simplesmente,  as deixamos preparadas. 
Comentava com amigos do Bulls&Bears na terça-feira, já após a quebra de suportes importantes, que isto  já não era só Grécia e o efeito da hecatombe na China começava a fazer das suas na Europa. Como se já não bastasse o bailado Grego a fazer mossa nos índices Europeus tínhamos o problema Asiático a caminho do Ocidente. Chatice da grossa, portanto! Quarta-feira a já expectável reacção às quedas fez as cotações elevarem-se até à zona de suporte quebrada e até aí nada de novo, nada que nos trouxesse o optimismo de volta. Hoje, quinta-feira, três da matina olhava para o Shanghai, índice da China, e via-o ferozmente despencar 3,5%, em zona de suporte. Já acordado, pela manhãzinha  antes da abertura dos Europeus, vejo-o a fechar com uma subida de quase 6%. Calma, que foi golaço! Pensei eu, figurativamente! Com Pequim a fazer de tudo, sim de tudo, para estancar esta sangria, com fortes medidas em zona estrutural do índice. Que coincidências! Zona em que toda a gente põe, com ou sem bico, os olhinhos! E lá está, a confirmar que já se começava a descontar esta chatice a malta do Velho Continente abre o dia toda contente, aos pulos, em gap up! Posto isto, a somar à boa expectativa que vem sido criada durante o dia com resolução Grega lá estamos nós outra vez divididos, expectantes no rumo a seguir. Talvez lá para segunda-feira o valor de fecho da sessão nos diga. Isto se no Domingo aquela cena da cimeira, como se apregoa, for realmente definitiva! Fiquem bem, fiquem atentos!

8.7.15

I don't care

Se vocês se derem ao trabalho de irem ver o que nós andamos para aqui a escrever ao longo deste ano, sempre que nos referimos à Grécia, hão de ser capazes de reconhecer que desde logo nos pareceu que a situação iria resvalar para uma azeitada das mais foleiras. Para o bem e para o mal os do Tsipras vinham preparados para revolucionar, e não enganaram ninguém com a missão de que vinham incumbidos: dinheiro grátis para os gregos e já! Os borrachões do Olimpo não a teriam pensado melhor, nem que tivessem o divino Baco à cabeça!

Agora o Tsipras enfiou-se num buraco de que só sai, lá está, como os deuses todos a ajudar e quer-me parecer que nem com esses se salva. Aquela do referendo, tão aplaudida pela malta carente de heróis, foi uma estopada tão irracional que, para dar certo, vai ser necessário que a matemática deixe de funcionar. Nos próximos dias saberemos em que deu a aventura, mas é bom que não nos esqueçamos de que o grande problema dos revolucionários, ao longo dos tempos, é nunca terem sabido em que momento é fundamental ficar um poucochinho sensato!

De maneira que o mercado, subjugado pelo peso da irracionalidade, perdeu completamente o módico de previsibilidade que nos permite sacar o nosso quinhão e transformou-se num jogo volátil e adivinhatório. E para isso, bem, não contem connosco. Para jogo, vamos aqui.

Quem gosta de jogar, todos sabem, são os chineses. E que bem que eles têm jogado: no ano anterior a 10 de junho a bolsa de Xangai subiu 160% e desde aí (em menos de um mês) afundou 34%. Um mergulho de uma envergadura tal que se não afetar a economia mundial, então bem podem dar a carreta de milhões ao Tsipras que também não faz mal nenhum!

No meio disto tudo tivemos finalmente os índices americanos a arriar, com o S&P500 finalmente a quebrar em baixa a SMA200: é caso para perguntar onde é que o tio Sam tinha a cabeça para demorar tanto tempo a reagir (no final, foi mesmo necessário queimar os fusíveis no Dow Jones para que o povo ganhasse juízo e começasse a vender):


Para aqueles de vós que estão a salivar por um qualquer tipo de acordo que livre a Europa e o Tsipras do sarilho em que estão (estamos) metidos e que esse acordo faça explodir o PSI20, deixo-vos o gráfico que nos diz que o estrago feito é já tão grande que mesmo esse milagroso desiderato não será suficiente para nos deixar fodidos da vida por irmos de férias e perder boas subidas. Este ano vamos mais uma vez poder gozar tranquilamente o pilim com a certeza de que a bolsa só no final do verão voltará a valer a pena. Pelo quarto ano consecutivo. É obra! Três vivas à quase falência da república em 2012, 3 vivas ao sempre irrevogável acontecimento do vice premier Portas, em 2013, mais 3 vivas o Salgado e ao monumental estoiro do BES e este ano dêmos vivas ao Tsipras e aos nossos amigos chineses (que ainda por cima vão fazer a fineza de comprar o que resta do BES - se conseguirem tirar o graveto a tempo da bolsa chinesa! Boa sorte!). Com a devida vénia a quem se mantém no mercado alegremente a torrar cacau! Olhem que cheira a queimado!


Entretanto, amigos, fica um sonzinho catita para aqueles que fazem da bolsa uma festa em que, dê por onde der, chova ou faça sol, com Tsipras ou sem tripas, havemos de ganhar, carago. 


6.7.15

Sem tempo

Bem que podia, dando justiça ao titulo, escrever sobre o nosso silêncio nesta semana decorrida e justificá-lo convenientemente para com quem nos acompanha. Caros amigos, a semana foi de tal maneira intensa que tudo o que pudéssemos dizer a qualquer momento perdia interesse no momento seguinte fazendo lembrar a comparação da volatilidade a um jogo da bola que há semanas fazia referência e que um golo contra a corrente do jogo mudava completamente o rumo da partida e consequentemente o sentimento da nossa percepção. Mas vamos ao que interessa. Vamos ao presente e ao futuro. Vamos à razão do título. Escrevia, aqui, já vai para lá de dois meses que a coisa azedava e tínhamos o nosso Psi20 nos 5350. Antes de azedar por aí além tínhamos os 5940 a segurar e caso os quebrasse serviria de resistência. Reparem, foi lá duas vezes. Segurou. À terceira quebrou. Virou resistência. Namorou a zona dos 5700 e por duas vezes, também, tentou com grande embalo, abater esse valor, 5940. Não conseguiu. Veio por aí abaixo direitinho à sma200, aludido no nosso ponto de situação. Hoje quebrou-a sem apelo nem agrado e vejam onde fechou a cotação no gráfico, actualizado, simplesmente pela cotação. Vejam lá o suporte, passando a redundância, a suportar.



Como estamos em zona de azedume e a coisa pode ficar realmente feia, damos, e lá está, sem grande tempo, coisa para dois, três dias uma recuperação da sma200 que se situará nos 5500, mais ponto menos ponto, para o cenário voltar a ganhar expectativa crescente. Caso contrário, bear mode instalado. Por conseguinte, sem tempo. À Grega! Fiquem bem. Fiquem com os Sigur Rós.