27.3.18

JMT

Para quem está a olhar para a Jerónimo Martins, num dia em que ela está a ressaltar, aqui fica o nosso gráfico.


25.3.18

Indecisão

A semana que passou foi um autêntico nojo para os longos e nós andamos 4 dias a levar porrada tresloucada por causa da Sonae Indústria e ainda não nos recompusemos e já nos andamos a preparar para apanhar mais. Há algum aspeto positivo que se possa retirar da paspalhada que é perder-se dinheiro para além do tradicional que se foda, está perdido e está, agora vou masé encher o bucho de marisco regado a champanhe fino? Tirando essa injeção de ácido úrico, a boa verdade é que não há e fica-se com uma gosma infernal por não termos à mão uma máquina do tempo que nos reenvie para o domingo passado! Não é coisa que nos tire o sono, nem nada que se pareça, porque já toda a gente sabe que é apenas dinheiro, não é um enfarte nem um AVC ou uma coisa parecida, e o dinheiro vai e há de tornar a vir, mas um gajo tem sempre esta mania de que é possível andar nesta arte sem passar pelo biscate de queimar os dedos e quando os queima não gosta. Como é natural!

O viajante (parte final)


Foi por essa altura, numa spring break, que fez o tal cruzeiro relaxante nas Caraíbas e visitou Havana e todas as capitais caribenhas. Fez a continência a Castro e lembrou-se emocionado de que, em certo sentido, também ele foi como o Che, que correu o continente de lés-a-lés, antes de enveredar pela carreira de revolucionário. Estava finalmente fechado o ciclo americano e foi com orgulho que anunciou que se sentia apto a dar todos os conselhos e emitir as opiniões mais definitivas no que diz respeito à maior parte do globo terrestre. Mais do que reposição de prateleiras ou segurança noturna, eram as viagens a sua verdadeira arte, e embora o planeta fosse vasto, tornara-se, num curto intervalo de tempo, demasiado pequeno para tão grande vontade de se fazer notar como o maior laracheiro turístico da História, uns furos acima até (quem diria?) de um Fernão Mendes Pinto!

24.3.18

O viajante (parte 6)

No ano seguinte lambeu África! Bem, a verdade é que precisou de dois anos, porque no segundo foi para o lado do corno, trepou ao Quilimanjaro e depois veio por aí abaixo e só parou na capital da Austrália. Agora tinha um telemóvel mesmo bom, tirava imensas fotografias e postava tudo em tempo real. Tudo não! Só as que se aproveitavam e não estavam desfocadas pelo movimento perpétuo, mas jamais se esquecia de ser o primeiro a dar “gosto”. No Facebook era um campeão, no Instagram não tinha ninguém à altura e o blogue tinha-se transformado num local de peregrinação virtual. 

23.3.18

O viajante (parte 5)

Quando chegou cá era um homem feliz: Ulisses o conquistador da América! Fizera o roteiro das capitais em quinze dias de jornada, mas tinha visto tudo e sobre tudo tinha mais do que legitimidade para opinar. O Canadá é um assombro, uma terra de cultura e delícias, as Honduras de cortar à faca e têm sorte se não vos fizerem às postas, se gostam de praia, não é bom pensarem em ir à Bolívia, e de Buenos Aires a Montevideu a melhor forma de passar é a nado, através do Río de la Plata, pois evitam engarrafamentos bastante enfadonhos!

Aposta do dia!

Hoje o S&P500 não cai?


Ou dá um passo para o abismo?


22.3.18

O viajante (parte 4)

Sempre sem parar passou por todas as capitais da América central, entortou para Caracas e foi direto a Paramaribo. Em todas elas tirou fotografias (mais tarde arrependeu-se de não ter parado, porque a maioria ficou desfocada) e mesmo nos mercados e nas roulotes de enchiladas havia alguma coisa dentro dele que o impedia de parar e ficar quieto. Numa fila na Venezuela acabou mesmo por levar um par de estalos por ter passado à frente das donas de casa, mas no geral, a passo de corrida, a viagem fazia-se de uma forma que evitava vários inconvenientes que o afligiam nas alternativas mais convencionais: não estava sujeito a horários, não gastava dinheiro em bilhetes nem em combustíveis, não vivia sobressaltado com a incompetência de um qualquer condutor adepto da pinga, etc.

21.3.18

O viajante (parte 3)

Como não se podia dar ao luxo de ter grandes despesas, apesar de ser um fulano bem parecido todas as moças com que ia namoriscando acabavam por lhe dar com os pés, porque não havia ninguém mais forreta do que ele! Todas se encantavam com as aventuras que ele contava e os lugares onde tinha estado, mas ao fim de algum tempo a pagarem as saídas não admirava que voassem para longe!
Um dia acordou e deu-se conta de que, mais coisa menos coisa, a Europa estava vista e era necessário alongar o passo e conhecer capitais de outros continentes. Os problemas que se colocavam eram dois: a planificação da empreitada e o dinheiro para financiar a coisa.

20.3.18

Sonae Indústria (adenda)

Hoje foi um bom dia para testar a velha máxima de a bolsa ser uma boa forma de aprendermos a não viver de ilusões e sermos capazes de analisar os dados da maneira o mais atenta e desapaixonada possível. Nos resultados da Sonae Arauco, que só tive hipótese de ver com mais atenção agora à noite, há dois aspetos que me parecem saltar à vista:

O viajante (parte 2)

No fim do curso, uma porcaria de curso que não servia para nada, era lógico reconhecer que o que acabara por se tornar relevante era a coleção de capitais por onde passara e o homem viajado em que se havia tornado. Quando um conhecido se punha a falar em ir a algum lado não perdia tempo e dizia logo “já lá estive” ou “conheço muito bem” e dava sempre conselhos do género “em Amesterdão tens que ter cuidado com os carteiristas, porque os holandeses andam sempre charrados e são uns larápios dos diabos”, ou “não te aconselho a andar na London Eye porque sai-se de lá com vontade de vomitar”, ou ainda “definitivamente Praga vale muito mais a pena do que Budapeste, mas o que te aconselho a fazer é ires à Croácia porque é um país muito mais autêntico”! 

19.3.18

O viajante (parte 1)


Na primária organizaram uma visita de estudo e Ulisses foi a Lisboa. Do passeio pouco sobrou na memória, a não ser os pesadelos noturnos por causa da Branca de neve e os sete anões que foram ver ao cinema e a algazarra enorme que todos fizeram no autocarro quando iam para baixo. Da cidade grande, nada! Mas aquela viagem a Lisboa foi deveras importante, pois marcou o início da odisseia de Ulisses pelas capitais.

18.3.18

Sonae Indústria

A Sonae Indústria tem em abril um mês de algumas definições. Por um lado, são apresentados no dia 5 os resultados anuais relativos ao exercício de 2017, e por outro, no dia 30 fica-se a saber se é exercida a opção de compra de 15% da empresa do fundo de Moreira da Silva à família de Belmiro de Azevedo.

17.3.18

Altri

A Altri, que tem o mesmo CEO e fundador da Cofina, o eng. Paulo Fernandes, é mais uma das nossas apostas (da terceira falaremos, talvez, amanhã) desde há duas semanas. A empresa, como é sabido, não teve um início de ano fácil por causa dos problemas de poluição no rio Tejo que levaram à suspensão da produção da Celtejo, e é conhecida pelas suas valorizações monstruosas e por ter correções não menos impressionantes. 

16.3.18

Cofina

Com o dia reduzido a 24 horas e permanentemente debaixo de água é preciso usar de grande ginástica para vir aqui botar faladura, sem pôr em causa a galdeirice, a boa vida, o dolce fare niente e os social affairs. No fim, tudo se faz, porque tudo é importante e faz parte da arte de bem viver que gostamos de cultivar. Para desdobrar serviço, propomos no fim de semana, a começar hoje, atualizar a nossa opinião sobre as 3 apostas que mantemos em carteira.

15.3.18

Sonae

A Sonae tem sido uma das nossas empresas favoritas, mas quando vimos os resultados aqui logo de manhã não ficamos nada bem impressionados. É verdade que a dívida desceu uns vistosos 8,4%, facto que agradou aos analistas, e o lucro comparável parece ter subido, mas apesar de a empresa estar presente em 90 países e ter uma atividade diversificada, sente-se muito o facto de atuar em mercados fortemente concorrenciais e onde o ritmo de progressão pode ser exasperadamente lento. 

12.3.18

NOS

Com os resultados apresentados, fica o nosso gráfico para a NOS. Apesar da subida dos lucros acima do esperado, na nossa opinião, a empresa parece cara e não admira que ande abaixo da nossa linha amarela. 


8.3.18

Gráficos que dizem tudo (cont.)

Os gráficos que dizem tudo num momento, no instante seguinte dizem precisamente o contrário, pelo que é mister olhar para eles com a parcimónia e a indulgência de quem está preparado para lidar com o tranco sem amolecer, mas também sem esgrouviar:


É isso daí cara!

4.3.18

Gráficos que dizem tudo

BCP: resistiu estoicamente ao H&S, parece ter reconquistado a Lta e, se os mercados globais permitirem pode ir a máximos do ano, até porque há fundos que replicam o Stoxx600 que vão ter que construir uma posição e eu não acredito que o tenham feito apenas com os 100 M€ negociados na sexta-feira:


CTT: a ponto de fazer mais vítimas, a não ser que o suporte aguente o tranco. Os resultados saem quarta-feira e podem ser esclarecedores:


EDPr: bem beija a linha verde, mas não consegue mais nada dela (comentário apenas aparentemente sexista: notem que a EDP é uma gaja):


JMT: teve uma semana difícil, mas fácil de prever - o mercado estava a valorizá-la em demasia em relação à concorrência e percebeu que chegara o momento de começar a acertar os ponteiros. Quebrou valores importantes, mas há ali uma linha que pode dar para ressaltar. Só isso, porque os resultados que apresentou não justificam o preço que custa:


Por hoje chega! Amanhã ou quando puder digo mais coisas. Bom início de semana para todos!

Ponto da situação

Começo por isto: grátis acho que estou a levar barato! Um dia vou pensar em pôr o acesso ao blogue a valer 1300 carapaus à hora a ver se pega. Estou convencido que sim, mas ainda não me decidi a experimentar porque 1) sou néscio, 2) gosto de trabalhar e 3) quero assegurar o meu cantinho no paraíso dos bondosos e dos justos.

3.3.18

O apagão (parte final)

Mas isto que vos contei até aqui não é nada de especial quando nos apercebemos da incomunicabilidade. Foi aí que verdadeiramente panicamos todos ao ponto de termos ficado gagos de tanto matutar sobre o assunto. Como devem imaginar, é duro agora ficarmos mergulhados nas trevas negras ou deixarmos de poder saborear uma data de guloseimas absolutamente irrepreensíveis, ou sei lá, passarmos a ter os hospitais num caco, as escolas todas espatifadas ou termos de andar permanentemente a pé com solas gastas porque não há gasolina para pôr nos carros, etc., mas ninguém está preparado para que nos venham dizer que não podes usar o telemóvel, nem o computador, ou ir à net, ao face, tipo, postar, e tirar umas selfies todas maradas e LOL da cara de porquinha da fulana de tal, e assim. A verdade é que foi das coisas mais maradas que eu alguma vez ouvi na vida quando me disseram que se não tens luz elétrica os pcs não funcionam e é só uma questão de tempo até as baterias dos telemóveis escafederem geral. Garanto-vos que, ao princípio, nem queria acreditar, quer dizer, é tudo tão surreal que achas que estão mesmo a gozar com a tua cara a ver se cais na asneira de tirares uma selfie com aquele ar todo apalermado, ou coisa do género, mas depois dás-te conta de que é mesmo verdade e o teu telemóvel vai deixar de funcionar para sempre e acabas por te transformar na pessoas mais infeliz do mundo, sei lá, tens vontade de embocar uma garrafa de whisky de uma só vez (como se ainda houvesse whisky à venda, e não fosse necessário luz elétrica para o fazer), ou de fazer de conta que és uma banana, etc.

E, então, falhou tudo e nós ficamos incomunicáveis e foi como se nos tivéssemos teletransportado para uma outra galáxia ou, sei lá, uma coisa assim estranha lá longe num país habitado por vegetais que caminhavam aleatoriamente, tristes como a noite e sem poderem estabelecer uma comunicação por mais rapeta que fosse, pois eram vegetais e não tinham boca nem olhos, quer dizer, nós tínhamos boca e olhos, a luz falhou mas não nos levaram partes do corpo, era o que mais faltava, mas a verdade é que melhor seria se nos tivessem levado a boca (os olhos não que faziam falta para ver as teclas) e deixado cá os telemóveis com baterias infinitas (por que diabo não inventaram baterias infinitas enquanto havia livros é algo que não consigo conceber!) para a gente continuar a enviar sms uns aos outros. Pela parte que me toca, bem que gostava de fazer alguma coisa para poder inverter a situação e pus-me a magicar, magicar e acabei por me lembrar de que podia restabelecer a comunicabilidade se fizesse sinais de fumo como faziam os índios há muito tempo atrás num filme que vi na televisão, mas só depois me dei conta de que para fazer fumo é preciso ter fogo, coisa que infelizmente se nos foi desde que falhou a luz e já não veio.

E foi então, já em desespero de causa, que me lembrei de que podia pegar num lápis (que, felizmente, não é elétrico) e escrever. E escrevi este texto.

To be finished...

2.3.18

O apagão (parte 4)

É evidente que sem lume tivemos todos que nos habituar a comer sushi e bodegas assim, quem diria que a especialidade japona ia atingir tal preponderância na cozinha mundial, mas também surgiram novas iguarias de carne mesmo muito mal passada ou salgada e insetos e mais coisas que, à primeira vista, nos causavam uma gosma bestial, mas visto a larica apertar, passaram a marchar como se fossem petiscos de chef premiado e excessivamente caro. E para aqueles que pensam que se podiam continuar a fazer ótimos assados em fornos elétricos, que não requerem lume, tenho uma informação em primeira mão: eles não funcionam se não tiverem luz elétrica! É uma lei da física, ou assim, e é por isso que são elétricos. Daaaahhh! 

E já que estamos na cozinha, também não sei se conseguem imaginar o que é viver sem frigorífico. Bem, tenho a certeza de que não conseguem, porque a verdade é que o frigorífico é uma daquelas coisas que está lá desde sempre a fazer fresquinho, mas digo-vos que se ele calha de vos falhar, podem ter a certeza de que a vossa vida leva uma reviravolta das grandes. Sem frigorífico garanto-vos que a vitela se estraga num abrir e fechar de olhos e o leite, e os iogurtes, e assim. Claro que estou para aqui com esta lamechice toda, mas a verdade é que para nós isso agora já não interessa absolutamente nada, porque desde que se foi a luz e já não veio, nunca mais tivemos iogurtes, nem coisas do género, tipo coca-cola, bollycaos ou batatas fritas de pacote porque, não sei se sabiam, mas as máquinas que faziam coisas assim tão boas eram elétricas, as filhas da mãe, e agora já não funcionam e estão todas a enferrujar e nós daqui a pouco nem vacas temos, quanto mais leite de vaca ou iogurtes. De modo que, calculais bem, o frigorífico pode perfeitamente ser lançado janela fora ou desmontado para fazer brinquedos porque a verdade é que já nem temos o que pôr lá dentro.

To be continued...

1.3.18

O apagão (parte 3)

Agora, ainda que fosse possível, nós já não temos forma de descobrir como se faz lume, porque, antes de termos enviado para outro mundo a última fagulha de rodízio, deu-nos na cabeça para reduzir a cinzas uma data de bugigangas que não tinham qualquer tipo de utilidade prática e foi assim que acabamos por liquidar todos os livros do mundo. E foi um regabofe estupendo, um pagode sem fim, garanto-vos que até valeu a pena, mas acabamos por pecar por só depois nos termos lembrado de que agora, que a luz elétrica se foi e já não veio, não podemos ir à net, nem aos ficheiros informáticos ou aos ebooks e a todas essas coisas que tanto estimávamos e dávamos por adquirido e, bem, digo-vos em abono da verdade que já não atinamos fazer coisas que acho que os cabeludos das cavernas eram capazes de fazer enquanto o diabo esfregava um olho.

Agora andam para aí uns artolas a darem-se ares de gente muito inteligente e culta, com uns paus e umas pedras a ver se inventam lume, mas eu não vejo jeito nenhum, porque eram daqueles que nem facebook tinham, nem tiravam selfies, nem coisas assim, quanto mais agora porem-se com invenções.

to be continued...