Foi por essa altura, numa spring break, que fez o tal cruzeiro
relaxante nas Caraíbas e visitou Havana e todas as capitais caribenhas. Fez a
continência a Castro e lembrou-se emocionado de que, em certo sentido, também
ele foi como o Che, que correu o continente de lés-a-lés, antes de enveredar
pela carreira de revolucionário. Estava finalmente fechado o ciclo americano e
foi com orgulho que anunciou que se sentia apto a dar todos os conselhos e
emitir as opiniões mais definitivas no que diz respeito à maior parte do globo
terrestre. Mais do que reposição de prateleiras ou segurança noturna, eram as viagens
a sua verdadeira arte, e embora o planeta fosse vasto, tornara-se, num curto
intervalo de tempo, demasiado pequeno para tão grande vontade de se fazer notar
como o maior laracheiro turístico da História, uns furos acima até (quem
diria?) de um Fernão Mendes Pinto!
Foi quando começaram a surgir
notícias de refugiados sírios a acorrer à Europa que se lembrou que essa era
uma parte do mundo onde ainda não tinha estado. Que grande conhecedor de
capitais se podia demitir de conhecer Damasco, talvez a mais antiga de todas?
Quando anunciou o projeto nas redes sociais não faltou quem o avisasse de que o
momento não parecia o mais propício, por causa da guerra e dos fanáticos do
Daesh, e a verdade é que esteve mesmo a pontos de adiar a jornada, ah!,
viagenzinha mais desconfortável e sem-graça!, mas a coisa tinha sido anunciada
e desistir era dar parte de cagarola e, portanto, inaceitável!
Tirando o voo até Chisinau (outra
capital), evitaria os aviões que podiam ser alvo de mísseis terra-ar e faria um
trajeto em S, a varrer: Macedónia, Arménia, Israel. A passagem pela Síria ia
ser feita na esgalha, numa pick-up
alugada no Irão, o que tinha o defeito de ter que voltar para trás por causa
dos custos incomportáveis (meio ano a repor mantimentos) do drop-off, mas trazia a vantagem de subir
o score com dois marcos importantes: a Jordânia e o Iraque (quem se não ele
iria a Bagdade tirar um retrato?). Foi e viu tudo. Deve ter visto inclusive o
Sukhoi-34 russo a aproximar-se e a largar a bojarda assassina em território
inimigo. Ficou em papas. Ulisses partiu para a última viagem, aquela de que
ninguém escapa, e agora deve andar a colecionar as capitais do paraíso celeste,
se é que existem (as capitais)!
to be finished!
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