A Sonae Indústria tem em abril um mês de algumas definições. Por um lado, são apresentados no dia 5 os resultados anuais relativos ao exercício de 2017, e por outro, no dia 30 fica-se a saber se é exercida a opção de compra de 15% da empresa do fundo de Moreira da Silva à família de Belmiro de Azevedo.
Quanto aos resultados, parece-nos que vai ser importante verificar se o lucro se aproxima dos 25 M€, valor que nos parece uma boa bitola, depois dos números de setembro. Desde essa altura, o preço da madeira subiu quase 40%, o que pode ser bom sinal desde que indique aumento da procura, mas parece-nos que amanhã poderemos ter um indicador ainda mais fiável, pois são publicadas as contas da chilena Arauco (empresa fortíssima na área florestal e das madeiras) com quem a SONI tem uma parceria (50/50) para os mercados da Europa e da África do Sul. Em abril vai ser fundamental ver o comportamento da dívida da SI, se os custos, nomeadamente com os produtos químicos, estão mais controlados e se a situação no Canadá e nos países nórdicos dá sinais de melhoria relativamente ao 3º trimestre do ano passado (ou se, pelo menos, não piora, porque o 4º trimestre costuma ser o pior nesta indústria). A nossa aposta é que a empresa está bem colocada para continuar a recuperar dos anos infernais que viveu, por conta da crise que afetou duramente o imobiliário, e pode até beneficiar, no mercado da América do Norte, da política Trump de renascimento da indústria tradicional (esperemos que não venham por aí tarifas à importação de contraplacados do Canadá). Se houver indicações sobre essa evolução futura nos resultados de 2017, mantemos que esta será uma empresa para valorizar bastante ao longo de 2018, tal como já fez no ano passado (valorizou 133%)!
A opção de compra de 15% a 3,30 euros (a família Azevedo vai descer a sua participação para 53%) não nos parece que tenha impacto direto na SONI. Afinal de contas, tanto quanto percebemos, trata-se de um negócio entre acionistas e que não envolve a empresa diretamente. Todavia, sendo Moreira da Silva vice-chairman da companhia, é evidente que se não acionar a opção de compra não passa uma boa imagem sobre a confiança na empresa (pode ser que esteja simplesmente teso, pois sempre são 22,5 M€... mas temo que ninguém vá querer saber dessas minudências). Por outro lado, se a opção for acionada, é reforçada a confiança no desempenho futuro da SONI, podendo conduzir a um aumento de dois aspetos que nos parecem importantes: a liquidez da ação e o ângulo especulativo, ambos fruto da diversificação da base acionista. Acrescentaríamos ainda o facto de ser sabido que os fundos têm por objetivo fazer muito dinheiro o mais rápido possível, pelo que a sua entrada trará esse picante acrescido, ainda que haja sempre o reverso da medalha: nunca se sabe se não se vão pôr a vender no mercado! Enfim... especulações!
Já há muito tempo que não pomos música... e esta, do nosso ponto de vista, até vem a propósito!
Já há muito tempo que não pomos música... e esta, do nosso ponto de vista, até vem a propósito!
Olhando para o gráfico, vemos uma situação que normalmente não nos agrada: sete velas vermelhas seguidas, quebra de uma lta que já vinha de setembro e cruzamento negativo de médias móveis. Claro que, com a sua liquidez tantas vezes minúscula a SONI é uma ação que tem tendência para ser dada a marasmos prolongados, quando os investidores estão a olhar para outro lado e ela fica entregue aos pequenotes que, por norma, têm mais apetência para vender tolhidos de medo do que para comprar quando a coisa está parada, mas parece-nos que a situação só se torna preocupante se quebrar em baixa a zona dos 3,5€. Aliás, neste momento, uma ida à zona entre os 3,50 e os 3,66 pode ser o tónico que está a faltar para despertar novamente o apetite de quem quer comprar, pelo que será natural que a vejamos nesses valores nos próximos dias! Claro que um fecho acima dos 4,14€ assinala um retomar da tendência crescente!
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