Andamos com falta de tempo e, acima de tudo, de pachorra para vir aqui bromear e isso tem-se notado, mas, como é evidente, mantemo-nos na faina sempre com fé de conseguir sacar o nosso quinhaozinho do que o mercado tem para dar. Penso que todos sabem como estes momentos de indecisão e de solavanco são os mais difíceis de todos e os mais propensos a fazer asneira porque, mesmo aqueles que melhor resistem ao vício de acompanhar as cotações, têm sempre uma certa tendência para hipervalorizar determinados sinais e notícias, reagindo por exagero. Quem deitar um olho ao diagrama da nossa carteirita na barra lateral pode ver como vamos tentando ser económicos e racionais nos movimentos que fazemos mas, mesmo assim, não somos dos que se mantêm indefectíveis nas nossas posições e isso acontece por dois motivos principais: 1) em vinte e tal anos de marinhagem, sempre tem funcionado; 2) reconhecemos que, como em quase tudo o resto, não conseguimos ter uma opinião formada e definitiva e somos humildes o suficiente para reconhecer que, se estivermos enganados, há uma probabilidade alta de sermos os últimos a saber! Esta falta de confiança na validade da informação que possuímos faz-nos valorizar a análise técnica de gráficos e tomar decisões que se baseiam na leitura que dela extraímos. Isso e uma certa loucura de que também padecemos!
Esta semana manobramos assim:
- Compramos BCP porque cumpriu aquilo que o João aqui disse na semana passada e que coincide quase com o que nós próprios pensamos. Julgamos que validou o suporte dos 0,26€ e pode ter margem para ir à zona dos 0,312, mas está a faltar mais volume, pelo que a quebra em baixo da zona dos 0,28€ (demasiado apertado?) pode pôr em causa a nossa visão.
- Também reentramos na Altri quando nos apercebemos que ela ia mesmo para máximos históricos, território que costuma ser de interesse comprador. Aqui a dificuldade costuma ser perceber o que vai acontecer a seguir, mas parece-nos que se mantém um apetite muito grande a nível mundial pelas empresas de pasta de papel e a Altri já deu provas suficientes de que é capaz de ter movimentos completamente irracionais quando os compradores entram em modo histérico.
- Na Teixeira Duarte metemos umas quantas ao saco, já na semana passada, quando aterrou na linha amarela e não é que até agora deu certo? Se quebra a linha verde, embora nada saibamos do negócio, é bem capaz de nos fazer uma gracinha, mas vamos ter que andar atentos porque o negócio que os teixeiras fizeram no BCP aqui há um anos não é de gente em quem se possa confiar para as manter durante muito tempo.
- O caso da TDU ilustra porque achamos que fomos tones na alienação que fizemos na Sonae Indústria. A verdade é que, como toda a gente, precisamos de fazer uma gestão apertada do risco e, de repente, ficamos com a ideia de que, apesar de considerarmos esta uma empresa barata, talvez a cena da opção de compra que tem que ser exercida até 30 de abril forçasse a quebra de um suporte que a colocaria na rota dos 2,50€, situação para nós inadmissível. Foi por isso que engolimos em seco e vendemos no sítio onde devíamos estar a comprar. Se fizemos bem ou mal é algo que contamos estar cá para ver, mas uma coisa é certa: haverá Soni à venda se a quisermos comprar de novo!
- Com a venda da Soni e o guilho a arder nas mãos olhamos em volta e vimos o volte-face na Pharol, esse saco de porrada que mais não é do que um trambolho de especulação pura e dura. Enfiamos lá a papa a ver no que dava e a verdade é que já ficamos com um bocadinho de margem para voltar à Soni, comprando mais caro (partindo do princípio de que, bem entendido, esta não se engasga). Da Pharol não vos sei dizer nada, mas lamber 6% num só dia dá-nos a vantagem de poder viver como animais irracionais: sem fazer perguntas! E que bom que é!
De resto, mantemos Cofina e a expetativa de ainda sermos penta este ano! E tem sido assim a nossa vidinha!
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