2017

Para todos, votos de um ano cheio de saúde, novos desafios e sonhos concretizados! 

E, já agora,... com bons negócios!

Obrigado, amigos, por terem vindo ao N€B em 2016!

Doze filmes N€B do ano

Os oito odiados - Quentin Tarantino

Animais noturnos - Tom Ford

O primeiro encontro - Denis Villeneuve

O filho de Saul - László Nemes

Hell or high water - Custe o que custar - David Mackenzie

Julieta - Pedro Almodóvar

Tangerine - Sean Baker

Love is strange - O amor é uma coisa estranha - Ira Sachs

Mustang - Deniz Gamze Erguven

The president - Mohsen Makhmalbaf

O Tesouro - Corneliu Porumboiu

Ela - Paul Verhoeven

Doze músicas N€B do ano

Leituras N€B do ano

Dois livros de história, duas ficções e um livro de entrevistas, nenhum editado este ano, constituem o top 5 das melhores leituras N€B deste ano de 2016.

Manobras da semana de Natal

A semana que passou foi de feição e a avaliar pelo andamento da jogatana estamos em crer que o Pai natal vem de saco cheio e o menino Jesus nascerá sem espiga (salvo seja)! 

O PSI20 tentou novamente dar uma de esgazeado ali no meio da semana, mas apareceu gente suficiente para o salvar o que reforça os bons augúrios que têm vindo a ser anunciados! 

Quando dei conta de que havia uma participação qualificada curta na JMT despachei-a imediatamente porque jamais me passaria pela cabeça estar investido numa cotada com que os short sellers seniores tivessem começado a brincar! É terreno demasiado agreste e garanto-vos que com essa tropa não brinco. Digo-vos, e tomem isto por conselho de amigo: com short sellers seniores nem de bem, nem de mal, ou seja, nem curto (porque cantal pintam os tradicionais inimigos short squezzers), nem longo porque nunca se sabe do que esta gente é capaz! De modo que mandei a JMT pó caralho e, como sabem, comprei CTT! Estou satisfeito com a troca!

Para esta semana, e como não gosto de short sellers seniores, e jamais me passaria pela cabeça andar metido com eles, vou estar de olho no BCP! É isso amigos: BCP! Amanhã temos AG (se não for adiada pela 3ª vez) e os cenários que se colocam, a nosso ver, são os seguintes: 1 - aprovação do aumento dos direitos de voto para 30% para todos, 2 -  aprovação do aumento dos direitos de voto para 30% para todos e anúncio de AC para que a Fosun e a Sonangol reforcem, 3 - chumbo da proposta.

Nos cenários 1 e 2 temos subida, ainda que em caso de cenário 2 haja antes da subida umas horas de queda furiosa. O cenário 3 não vai acontecer, mas se houver golpe de teatro, entorna o caldo. Como estamos em crer que se houvesse já anúncio de AC teríamos tido notícias durante o fim de semana, damos como válida a hipótese de que o mercado se vai entreter a manobrar com a cena do reforço de posições. Nesse caso, obviamente estaremos interessados, porque após sobreviver a um ataque à linha vermelha, pode estar em jogo voltar a visitar a linha verde! E a quadra autoriza que acreditemos no pai natal!

Na semana em que entramos, que música ouvir se não temas de pendor natalício? Esta é uma homenagem ao meu amigo Fernando Pereira que ouvi a cantar isto tão bem que desde sexta feira não tenho mais nada na cabeça noite e dia. O que me havia de acontecer!

A fuga das pastas de papel

Começamos assim, com música!

Depois emendamos com a ilustração do rasto da fuga...

E seguimos com a análise à dita fuga:

A desvalorização do euro face ao dólar...

Diário do EUR/USD

...explica e leva à particularidade interessante de animar as empresas exportadoras que recebem em dólares e os gráficos, que se seguem, não nos dizem que não.

Semanal da Altri

Semanal da Navigator Company

Semanal da Semapa

Numa perspetiva de médio prazo, para o efeito do dividendo na cotação não ser tão duvidoso no que toca à análise do gráfico diário, é evidente a fuga do valor que a levará para próximo de máximos no caso da Altri e a um patamar dos mesmos no caso da Navigator Company. Na Semapa o cenário já é de máximos, embora nesta a nossa maneira de atuar colida com a fraca liquidez do título!

A curto trecho e de modo a não inviabilizar a continuação de movimento ascendente com a nossa projeção no respetivos gráficos, da Altri e da Navigator Comp., acrescentámos o seguinte:

• Na Altri parece ter ganho os 3,83 e passa a ser esse o valor do primeiro suporte! A perda dos 3,60/3,65 faz-nos arrepender do título deste texto! 
• 3,17 para a Navigator como suporte imediato e com a mesma conclusão da congénere sectorial anterior temos a zona dos 3€
• Na Semapa, por muito que não seja a nossa praia, mantendo-se acima dos 12,5 não nos admiraria se daqui a umas semanas superasse os 15€

Boa semana!

CTT

Com a banca europeia e americana em modo touro enraivecido (a subida anunciada das taxas de juro amanhã nos EU é o exemplo de uma boa notícia para o setor bancário), olhamos para o PSI20 e o que temos é bastante fora de tom e até medonho. O BPI foi arrematado e o BCP, enquanto não puser as cartas do AC em cima da mesa (atenção à AG de dia 19), só é hipótese para quem tem vocação de forcado (para mantermos o bom humor taurino). De maneira que nos resta o quê? Os CTT, evidentemente!

Para os mais distraídos, agora os CTT têm um banco e parece que a spin-off está a carburar de uma forma que não será desengraçada, de maneira que estamos em dizer que estarão reunidas as condições para olharmos o gráfico e avaliar a possibilidade de deitarmos uma mão na recuperação dos correios (levam 31% de desfalque no ano):

Assim a olho nu há coisas de que gostamos como sejam o facto de estar acima das médias móveis de curto prazo, destas manobrarem com a orientação correta e de, apesar de ter tido uma recuperação de 10% a partir de mínimos, ainda não estar sobrecomprado. 

Sendo assim, resta-nos gizar um plano de negócios!

A teoria em que vamos laborar é esta: fez ali um duplo (triplo) fundo que é ativado nos 6,30 que são, curiosamente, a nossa linha onde dá sinal de inversão de sentimento. Na quebra dos 6,30€ tem pela frente 12% de ganho, o que o deve atirar para perto da média móvel de 200 dias na zona dos 7 euros! Os nossos suportes são as médias móveis e está fora de questão aguentar a bucha abaixo dos 5,90! Para nós há aqui um rácio ganho/risco que não nos desagrada de todo! O resto é convosco!

Três papéis e uma música picantes

A semana passada acertamos peva e vimo-nos à rasca para fazer inversão de marcha, mas como não temos vergonha absolutamente nenhuma, atiramos mais umas para o ar a ver se a coisa corre melhor. Consumam com a moderação que o nosso currículo aconselha!

Sonae:

A nossa rapariga favorita atingiu o target de que tínhamos falado aqui. Pode subir mais? Não só pode como deve e merece e assim o menino Jesus queira. Lá em cima nos 88 é capaz de estar uma resistência um bocado chatinha, onde era giro fazer uma pausa para que ocorra o cruzamento de médias móveis e entre em bull market! Para baixo, estamos à espera que não arreie da proximidade dos 80 cêntimos! 

Jerónimo Martins

A JMT estava na nossa lista de macaquinhos com mau aspeto da semana passada, mas arrebitou como só ela sabe fazer e agora entrou para a lista de compras, como é compreensível que suceda com quem vem de máximos históricos e tem como alvo natural o ataque a esses mesmos máximos! 

Galp

A nós ninguém nos tira da cabeça a ideia de que a Galp pode estar a caminho de máximos históricos (16,64 em 2007!). O gráfico está de estalo, ainda que possa encontrar ali uma resistência nos 14 e meio, até porque é preciso aliviar indicadores. O corte de produção de petróleo de cerca de 2% do fornecimento diário é capaz de ter um efeito ainda não descontado nas cotações do barril e, consequentemente, dar uma ajuda suplementar à nossa petroleira, não sendo de descartar uma descida aos 13,16 para testar a resistência do suporte (ou 13,40 na ema9)!

Se brincaram com barbies, vão perder a inocência se virem o clip da música do dia! Depois não digam que não vos avisei!

PSI20

Pode alguém que abraça o mister de negociar em bolsa ter um minuto de sossego? Não pode, meus amigos, não pode e engana-se profundamente quem envereda por este modo de vida se tiver vocação de calaceiro! Ainda faz agora uma semana estávamos todos contentes, preparados para passar um Natal descansados a ver de longe a coisa descambar, quando nem dois dias depois somos acordados para o pesadelo de ter que voltar à luta sob pena de ficarmos a ver fugir os carros de rali e nós apenas a aplaudir!

Das situações com mau aspeto que identificamos no início da semana nenhuma se concretizou e foi tudo até ao contrário. Não faz mal nenhum, desde que não tenhamos as peneiras de achar que ganhamos/perdemos alguma coisa porque estamos certos/errados. Nisto como em muitas coisas nesta vida, ter razão ou não depende sempre das circunstâncias e raramente mata a fome! O que é preciso muitas vezes é virar ao sabor do vento, coisa que nem todos estamos preparados para fazer com a rapidez e a agilidade que a causa requer. Reparem, por exemplo, nos três grandes acontecimentos do ano em termos de mercados: brexit, Trump e referendo italiano! Antes da coisa feita qualquer analista, por mais inocente que fosse, vaticinava o apocalipse com os resultados que obtivemos. E, no entanto, o sucedido foi tão ao contrário que tenho a impressão que ainda está tudo meio atordoado. É assim a vida, sempre cheia de surpresas. A propósito, diz-se nos corredores cheios dos tais analistas bem informados que a equipa que está a ser reunida por D. Trump está tão cheia de gabirus liberais e pró-desregulamentação (tão Goldman Sachs) que vem aí um bull market tão épico que vai entrar nos anais da história dos bull markets. Começo a pensar que sou capaz de ter futuro como vidente! Promete!

O PSI20, que era dado como morto na semana passada, ressuscitou todo afoito e anda por aí a atormentar os caçadores de zombies! Para já faz papel de monstrinho e é prematuro dizer que deu sinal verde para avançar, mas já deu para pagar a consoada e isso não é de somenos importância! Três vivas! Para regressar ao mundo dos vivos precisávamos de o ver acima da média móvel dos 200 dias (linha lilás) e para o considerarmos pronto para levantar voo, os 4900 pontos são imprescindíveis! Depois... vamos com calma, que o moço está muito frágil! Para baixo, não queremos que deixe para trás os 4600 pontos!

Os testes de Pisa e o sucesso educativo

Eis um assunto que me interessa bastante, até por dever profissional. E ao contrário do que pensa este artilheiro, que não deve ter tido uma boa escola, eu acho que a esmagadora maioria dos professores não podiam estar mais satisfeitos com estes resultados: finalmente, vemos o nosso esforço diário e o esforço dos nossos alunos a dar fruto e isso é, como toda a gente que trabalha sabe, das maiores recompensas que podemos ter nesta vida! 

Mais do que decisões de ministros da educação ou medidas de caráter legislativo, creio que há essencialmente dois motivos que concorrem para a melhoria sustentável ao longo dos anos e para o enorme sucesso alcançado em 2015:

1. Em primeiro lugar, há uma postura muito mais ativa dos pais e das famílias em relação à escola. Todos nós que estamos nas escolas sabemos como a família é essencial para o sucesso escolar e como a valorização em casa do que se está a fazer na escola é mais de metade do caminho para o sucesso. A minha filha anda no 4º ano e, com testes de avaliação ao longo desta semana, ninguém saiu de casa no fim de semana passado para lhe podermos dar apoio e para que encarasse de frente as dificuldades enquanto ainda havia tempo para as superar! E a verdade é que, de todos os pais da turma que conhecemos, não houve ninguém que tivesse feito de maneira diferente. Apesar de, por vezes, ainda aparecerem por aí uns pensadores cheios de boas intenções, lentamente temo-nos visto livres da ideia de que o sucesso educativo se alcança sem esforço ou com um trabalho mínimo, para percebermos que há alturas na vida em que a recompensa é tão boa que nem vale a pena falar no sacrifício. 
2. O segundo grande motivo para passarmos a ser o 2º melhor sistema educativo da OCDE, se considerarmos apenas os alunos do 10º ano, passa pelas aulas de apoio. Não é que o apoio em si mesmo permita esclarecer todas as dúvidas e eliminar as dificuldades. É outra coisa completamente diferente. A massificação das aulas de apoio criou, por um lado, um sentimento de urgência que não existia antes: todos têm apoio e todos se vão apercebendo de que é urgente aproveitar essas oportunidades porque outros as estarão a aproveitar! Por outro lado, o apoio tem eliminado aquela postura tão típica de que os resultados aparecerão sem o esforço individual de cada um. Lentamente, temos passado da velha ideia de que se os meus resultados escolares são maus, então a culpa é da escola, ou dos professores, ou das matérias ou, etc., para uma consciencialização crescente de que o esforço necessário é muitas vezes bastante maior do que julgáramos inicialmente!

Nunca percebi como se passava tanto tempo à procura na Finlândia da receita para o sucesso na escola e gastamos a nossa energia a engendrar motivos para contornarmos o óbvio. Todo o sucesso escolar exige que as crianças sejam permanentemente acompanhadas e incentivadas porque a tarefa que têm pela frente é tudo menos simples, dá muito trabalho e há sempre coisas mais agradáveis para fazer!

Início de rali natalício?

Só porque se justifica e sem quid pro quo, gráfico:

Mantendo a linhagem, para errar pouco, primeiro objectivo 4630! Segundo objectivo na SMA200 (preto tracejado), pelos atuais 4720! Quebra aí e excelentes notícias no horizonte luso para a viragem de ano! Abaixo dos 4460 esqueçam este texto e prefiram o dinheiro para prendas generosas!

DAX

Será desta que quebra a linha verde? Se sim, vai aos 11400!

Curiosamente, o volteface no PSI20 diz-nos que as odds são favoráveis a que aconteça uma coisa engraçada! Oremos!

Situações com mau aspeto

JMT:
- quebra da SMA200;
- linha amarela na iminência de ser testada!

NOS:

- escafedeu a linha amarela? Ou ainda se salva? 

- quem está dentro ou quem acha que pode suportar deve olhar para isto!

- vai testar a linha vermelha?

- a NOS não nos apanham!

Mota:

- a quebra daquela Ltd não foi nada bom sinal!

- linha amarela em perigo de quebra com linha vermelha já logo ali!

- subida do petróleo podia ser argumento para suportar o embate, mas a situação terrível da Sonangol não deixa antever nada de bom no principal mercado africano.

- sucessão de dos Santos também deve ter semeado a intranquilidade: que fará o novo monarca com os pagamentos em atraso?

BCP:

- o prorealtime está com um bug qualquer e não temos gráfico, mas só quem anda desatento pode ter ilusões: estamos a vê-lo em mínimos nos próximos tempos;

- esta notícia é capaz de causar mossa, pois vai levar muitos a pensar que teremos prejuízos históricos no final do ano para limpar de vez o balanço;

- da última vez que falamos dele deixamos uma perspetiva cor-de-rosa que virou negra umas horas mais tarde;

- a segunda hipótese ganhou por k.o. técnico!

Corticeira Amorim

- ainda mantém um aspeto comestível, mas começa a ficar um bocado tocada;

- se for à linha vermelha mas acabar por fechar acima da SMA200 (linha roxa) evita para já males maiores, mas que azedou um bom bocado, disso não haja dúvidas.

PSI20:

- falhou um salvamento da linha vermelha e pôs-se a jeito para ir a mínimos (aliás, se não fosse o rebote da Galp na última semana era provável que já lá estivesse);

- resultados do referendo italiano poderão ser a dica para estrebuchar de uma assentada (4175 por conta do brexit)! Ou não! 

A música de hoje é boa, mas só se recomenda a quarentões! Ah, esses loucos anos 80!

Animais noturnos

Tom Ford talvez seja mais conhecido pela sua ligação ao mundo da moda, mas quando se estreou na realização de Um homem singular, filme marcante não só pela densidade do assunto tratado, mas acima de tudo por um muito marcado sentido estético, deixou desde logo tão boa impressão que ficamos ansiosos por uma segunda dose.

Tivemos que esperar 7 anos, mas a espera valeu a pena porque Animais noturnos entra diretamente para o pódio do que vimos este ano. Ford encarregou-se pessoalmente de quase tudo o que importa no filme, desde o argumento (adaptado de uma novela do já falecido Austin Wright) até à realização (nunca tinha visto um genérico de abertura de um filme que fosse uma cartilha de apresentação tão certeira daquilo que o realizador preparou para nós), passando até pela escolha e decoração da mansão onde Susan, a protagonista, passa pelas maiores aflições rodeada do luxo mais estupendo que imaginar se possa. A escolha dos atores também foi certeira e quer Amy Adams (incrível como a moça consegue estar em dois dos momentos mais marcantes do ano cinematográfico), quer Jake Gyllenhaal ou Michael Shannon mantêm o filme sob tão grande tensão emocional que o resultado é um contraste agridoce entre uma obra esteticamente burilada e uma história terrível de arrependimento, tragédia e vingança. Há ali muito de obra de arte, mas é arte de pés bem assentes no chão, numa construção que vai evoluindo de forma firme e que jamais resvala para um consenso, deixando sempre a porta aberta a múltiplas interpretações.

Susan, a personagem de Adams, trocou o marido, professor de liceu com sonhos de se tornar escritor, por um galhardo jovem laroca, ganhador nato e... riquíssimo. Escusado será dizer que chega o dia em que se arrepende e a coisa fica pior ao receber via postal o manuscrito do primeiro romance do ex. A partir daqui a história evolui em três níveis, o passado, o presente e uma situação paralela que tem lugar nos perigosos lugares do Texas ocidental. Tudo cozinhado com o máximo cuidado e um amor pela arte que nos deixa de bem connosco próprios na hora de regressar a casa.

Fiquem com o trailer: