A partir do momento em que a vitória de Emmanuel Macron é
dada como certa, os mercados reagem com otimismo, é o candidato que todos
querem. Por isso, a única dúvida neste momento é com que percentagem. A
verdadeira vitória é, então, conseguir uma percentagem significativa, acima dos
60 %, que negue ao partido fascista da Frente Nacional uma vitória política.
Vitória dos valores
democráticos? Era ótimo que assim fosse. Contudo, esta segunda volta anula
qualquer debate, qualquer escolha para os franceses entre duas verdadeiras
propostas de sociedade, deixando o mesmo vazio que alimenta a subida do
populismo há décadas. Voltará tudo ao mesmo, se bem que, na verdade, com mais algumas
sequelas.
Resta a pergunta: não será a própria democracia a alimentar uma Marine Le Pen? Para perdurar, o sistema precisa de um lobo mau facilmente identificável, condenável, que justifica o apelo, por exemplo, de Barak Obama ou da Amnistia Internacional. Parece que só conta o resultado, seja a que preço for.