Sabeis qual é o índice bolsista que mais cai a nível mundial no presente ano? O russo! Mas a Rússia não admira, porque se arrependeu da perestroika e embarcou numa deriva imperialista que cheira ao mofo pavoroso dos tempos da II guerra mundial.
E sabeis quem vem no segundo lugar do pódio? Nós, os tugas! Medalha de prata, portanto. Também não admira, uma vez que tal como os russos também nós estamos numa guerra. Uma guerra em que, infelizmente, só damos tiros nos nossos próprios pés. E nem vale a pena dizer que não somos nós individualmente os responsáveis por tanta munição mal direcionada. Não nos vale de nada dizer que não temos nada a ver com o assunto e que estamos a fazer tudo direitinho. E não nos adianta peva argumentar que nem gostamos da bolsa e que essas jogatanas não nos dizem nada porque nós somos indivíduos às direitas. No final de contas, com o PSI20 em modo voo picado, como esteve esta semana, ninguém escapa. Podem-nos vir dizer que o orçamento do próximo ano é o primeiro sem cortes, que estamos a sair do estado de emergência nacional e que um governo Costa vai ser mais amigo que os artistas Passos/Portas. Podem-nos cantar uma cantiguinha de embalar e nós até podemos adormecer, mas depois do BES e da PT terem sido destruídos é bom que preparem o corpinho porque o pau vai continuar a cair.
No início do ano, havia casas de investimento que apostavam em Portugal como um dos melhores mercados para investir e até finais de abril os números pareciam dar-lhes razão. O primeiro dos piigs estava em grande forma como fazia notar um jornalista do The telegraph e, após anos de impiedosa austeridade, estava na cara que só podia haver uma pujante recuperação.
O que ninguém contava era que os nossos Mourinhos da gestão, os special one da arte de manobrar empresas, saíssem tão maçãs podres. É evidente que uma empresa abrir falência é uma situação normal da vida e até seria de esperar que as empresas portuguesas tivessem que fazer um ajuste mais ou menos brusco depois da euforia de anos em que vivemos com a mania de que queríamos ser os melhores do mundo. Mas o que se está a passar em Portugal não é ajuste, e está para lá de uma falência em que por diversos motivos a empresa deixa de ser competitiva. Ao que estamos a assistir chama-se destruição. É saque e incompetência no mais alto grau. Depois do episódio BES, ter acontecido o que aconteceu à PT é mau de mais para a nossa reputação como país e tememos bem que muitos dos que cá estavam dispostos a investir, nos tomem agora apenas como um destino exótico em que vale a pena dar de vez em quando uns raides para sacar umas massas e fugir. Entregar a PT a uma empresa absolutamente medíocre e a uma gestão brasileira apenas interessada em sacar dinheiro devia-nos deixar com vontade de fazer justiça popular.
Para finalizar, deixamos um gráfico do PSI20 só para dizer que na sexta-feira foi ensaiada uma vela Portas, com muitos na expetativa que se lhe seguisse o mesmo que sucedeu em julho de 2013. Temos muitas dúvidas, até porque agora o irrevogável é mesmo para valer: ninguém ressuscitará o BES, e a PT é brasileira! De qualquer das formas, o pessimismo atingiu níveis tais que pode haver o ressalto por que tantos anseiam. Se isso acontecer, os 5320 são o primeiro grande teste e temos sérias e fundadas dúvidas de que possa ser superado sem que o ocorra algo surpreendente.
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