8.3.15

E mais algumas...

Fez há poucos dias 8 anos que os acionistas da PT rejeitaram a oferta da Sonae para comprar a empresa de telecomunicações por um valor 15 vezes maior do que a cotação atual. Claro que entretanto a PT distribui aos acionistas uma grande parte do seu valor sob a forma de dividendos, mas o que é um facto é que, sabemo-lo agora, essa distribuição foi fatal como era suposto que fosse e contribuiu para a morte daquela que era à época, muito provavelmente, a mais inovadora empresa portuguesa. 

Serve este intróito para falar não da PT, mas dos CTT, que esta semana cairam um bom bocado porque vieram com a má nova de que iam distribuir muito menos do que 90% dos lucros que se tinham proposto distribuir. Disse-se que o mercado não gostou da desfaçatez, mas a verdade é que os que não gostaram foram aqueles que só estão no mercado para caçar dividendos como quem mama nas tetas de uma turina, sempre preparado para bazar mal lhe pareça que há outra com mais leite. É que, se avaliarmos pelo que se passou na PT, e juntarmos a isso o facto de os CTT se estarem a preparar para entrar no negócio bancário, o corte de compromisso sobre os dividendos faz sentido até mais não e a má notícia seria se se mantivesse a política de distribuir todo o lucro. Dessa perspetiva, estaremos em crer que a recente correção pode ser uma boa oportunidade de entrada, tanto mais que veio bater na nossa primeira linha de suporte e aceitou-a de bom grado. Se o virem descer, deitem-lhe a mão no segundo suporte, sendo que a quebra da zona dos 8,90 são a dica dos mamões de que estão tão fodidos com a situação que o melhor será nós juntarmo-nos a eles.


A que se segue foi uma chamada de atenção do nosso amigo João Duarte. A EDP renováveis é aquela empresa que foi uma excelente oferta pública de venda, mas apenas para o António Mexia e a sua equipa, que a colocaram em bolsa ao preço de 8 euros em 2008, arrecadando um prémio pornográfico por terem sido capazes de enfiar a uma data de entusiastas das energias verdes (e caras) uma empresa que, uns meses mais tarde, já estava a metade do preço.

Agora a EDPr lá vai paulatinamente subindo e parece estar com desejos de finalmente dar dinheiro aos crentes que a mantiveram em carteira desde essa fabulosa OPV. Vejam lá o gráfico e digam-me se não é de lhe deitar a mão se a tipa quebrar os 6,20€?


O meu target estará nessa altura nos 7, com uma possível hesitadela nos 6,40, topo daquele canal que lá pusemos. A propósito e para apimentar a coisa, não digam a ninguém (é segredo nosso) mas há quem diga que os chineses de 3 gorges estão há anos doidos para lhe deitar a mão por inteiro e retirá-la de bolsa (daqui a pouco não há bolsa portuguesa, mas que se lixe)! E é uma lei do universo que quando queremos muito uma coisa e o preço dessa coisa começa a subir, acabamos por dar em doidos e fazer um disparate muito grande! E os chineses têm muitas virtudes boas, sendo uma delas a capacidade de fazerem disparates muito caros! Vamos lá mexer com o mercado!

E sobre os bancos? 

Sobre os bancos nada de novo, a não ser o facto de se ter tornado evidente que o preço da OPA vai ter que ser revisto em alta, dado que aos valores da proposta que está em cima da mesa nada feito. 

Entretanto, o Expresso noticia que a CMVM investiga se a história da fusão com o BCP não passa de jogada da D. Isabel para subir o preço (nós desde o início dizemos que se não é, mais do que parece). De qualquer das formas, se houver avanços em relação a uma fusão, parece que o BCP está tão disponível que se deita e rebola. Sendo assim, parece que a fusão é, de facto, uma ótima notícia para o Millenium (pudera!), pelo menos enquanto não chegarmos às condições finais da negociata. Portanto, notícias de que a fusão avança levam o BCP para cima, e uma quebra consistente dos 0,091 é a nossa dica de que a fusão tem mesmo pernas para andar e os tubarões já são sabedores da decisão!

Quanto ao BPI está numa posição bem melhor. Com a fusão ganha porque o BCP já se pôs todo pinoca com o rabinho a dar a dar, o que significa que está disposto a fazer cedências. Se não houver fusão ainda tem a OPA cujo preço vai ter que ir para perto dos 2 euros. E os espanhóis, que são uns sabichões mas às vezes relaxam, já disseram que o jogo ainda agora começou, ainda que seja um jogo lento, como são todos os jogos de xadrez (quem não tem paciência, deve abster-se). Acabar uma coisa e outra é possibilidade que, neste momento, não cabe na cabeça do maior pessimista, pelo que, como as coisas estão à data de hoje nós continuamos a votar no BPI.

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