Quem anda nisto dos mercados sabe que a evolução tecnológica colocou ao nosso dispor duas engenhocas que em bull market constituem exemplos flagrantes do mau serviço que a ciência por vezes presta à humanidade. São elas o streamer e o smartphone. Em bear market não, e até nos podem safar de apertos, mas quando os toiros dominam o streamer e o smartphone têm um efeito sobre as carteiras que se não bate o poder destruidor da ignorância mais atrevida, pelo menos anda lá perto.
O streamer, com os seus conjuntos de ofertas (COFs) sempre a variar e as cotações a oscilar à frente dos nossos olhos, em tempo real, como se fossem mabecos a devorar búfalos, ora para cima e no momento seguinte para baixo, deixam-nos doidões para vender (e pôr o lucro do lado de cá: como se isso fosse de facto acontecer!) e logo a seguir morremos se não compramos (não vá a carne acabar), e depois vender, e etc.
E o smartphone que nos deixa sempre online, aptos a entrar a qualquer hora na dança do compra e vende que quase nunca corre bem! Sempre a tempo de sermos burros comó caralho!
E se então conjugarmos estes dois feitos da ciência moderna com a superabundante opinião alheia que é posta no ventilador das redes sociais literalmente à velocidade da luz, temos montada a tenda para que tenhamos perdas mesmo que o nosso índice de referência esteja em grande momento de forma.
E se então conjugarmos estes dois feitos da ciência moderna com a superabundante opinião alheia que é posta no ventilador das redes sociais literalmente à velocidade da luz, temos montada a tenda para que tenhamos perdas mesmo que o nosso índice de referência esteja em grande momento de forma.
Na bolsa há tempos em que é difícil negociar porque não há uma tendência definida. Vivemos esses tempos, por exemplo, de outubro do ano passado até meados de fevereiro, enquanto o PSI20 se manteve abaixo dos 5350 pontos. A quebra do dia 17 desse mês colocou-nos numa tendência altista que era desde logo evidente (como nós, sem falsas modéstias, recordamos ter assinalado diversas vezes neste espaço). De maneira que perdermo-nos na floresta de opiniões divergentes, em compras e vendas cansativas, em jogadas que na maior parte das vezes acabam mal, em tentar vender no máximo e comprar no mínimo (para afinal vender no mínimo e comprar no máximo) é querer complicar o que até é fácil.
Se a tendência esta definida, deixem o mercado operar a sua magia!
O problema é que estes momentos entre resistências em que a tendência está definida, mas o bull market ainda não se consolidou, são relativamente breves e devem ser aproveitados desde o início, sob pena de irmos a jogo quando já é demasiado tarde e aqueles que aproveitaram já estão de saída para descansarem. Vejamos o PSI20:
O movimento tem sido irrepreensível do ponto de vista técnico e a subida colocou já as médias móveis na posição correta para que a tendência esteja definida, com o volume também a ser de molde a não deixar dúvidas a ninguém. Mas agora, com o índice sobrecomprado (RSI na parte inferior do gráfico) aproximamo-nos da caixa laranja que marcou o toque a finados no verão passado. Estamos em crer de que vai ser um osso duro de roer e muito nos admiraríamos se não houvesse uma pausa mais ou menos longa nas subidas por volta desta zona. Os 6100 pontos são a nossa primeira resistência evidente e logo a seguir temos os 6179 onde se situam 50% da recuperação da queda desde o máximo do ano passado (a retração de Fibonacci de 50%). Só depois vem o intervalo de 200 pontos acima dos 6350, derradeira fronteira bear/bull que culmina na muitíssimo relevante retração dos 61,8% de Fibonacci. Notem que, por norma apenas usamos médias móveis, suportes e resistências e linhas de tendência. A cena das retrações que aqui colocamos desta vez vem muito a propósito nestes casos em que um índice recupera parte de uma queda forte e prolongada. Daí o acrescento!
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