2.3.15

NASDAQ 5000

Lembro-me perfeitamente daqueles quatro meses loucos do final do ano 1999 e início de 2000 em que o NASDAQ subiu 90% na cavalgada final da bolha das dotcom
 

Apesar de múltiplos avisos dos mais ajuizados, na mente das massas tinha-se infiltrado a ideia de  que a economia mudara completamente e que nunca mais as coisas seriam como dantes. A internet e as empresas das tecnologias tinham acabado com a velha noção de valor e as cotações incorporavam ganhos futuros verdadeiramente alucinantes.  Nas palavras de Alan Greenspan, viveram-se os famosos dias de exuberância irracional, e nem o medo do bug 2Yk foi capaz de acalmar a fúria gananciosa dos investidores.

Lembro-me de todos os dias ouvir o jornal de bolsa na rádio relatar mais uma subida espetacular do índice tecnológico americano e de, apesar da minha inexperiência nos mercados, sentir um nervoso miudinho, uma apreensão de pré-catástrofe como se fossemos nos carro demasiado depressa e estivéssemos na eminência de nos despistarmos. Mesmo assim, era um crime estar fora e perder valorizações de 4 e 5 por cento ao dia.

Por cá, brilhavam títulos como a PT Multimédia (vão ver o gráfico da NOS e apreciem o que aconteceu nesta altura), a Telecel, a Reditus ou a Pararede (que viria a dar origem à Glintt) e, nos mesmos 4 meses, o PSI20 seguiu embalado e subiu 50% até marcar o seu máximo histórico acima dos 15000 pontos.


Então, a 11 de março começou a derrocada e a confiança evaporou. O Nasdaq perderia 70% do seu valor nos 12 meses que se seguiram (o PSI20 desceria 31% e continuaria a cair nos meses seguintes). Para mim, começou aí o verdadeiro curso de bolsa e só voltaria aos ganhos em 2003!

Lembrei-me disto hoje porque, quase 15 anos depois, o NASDAQ voltou a fechar acima dos 5000 pontos.

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