1.3.15

PSI20 na resistência

Com a bolsa a subir vem-nos a preguiça e já não nos apanham por cá como dantes a mandar postas de pescada sobre os mercados, a não ser quando seja absolutamente claro para nós que aquilo que vamos dizer é capaz de ter interesse. O que nos quilha é esta chuva de caquinha (alguém sabe onde para o Sol e o céu azul?) que não nos deixa ir para a boa vida gozar o pilim e nos obriga, à falta de melhor entretenimento, a olhar para os gráficos a ver se há ajustes que devam ser feitos.

No médio-longo prazo mantemos aquilo que dissemos aqui e aqui (recordemos que o BCE começa a sua meritória obra no decorrer do mês que ora se inicia).

No curtíssimo prazo, porém, diríamos que o nosso valoroso PSI20, que em dois meses deu uma cornada de 19% na ursalhada que lhe deu caça durante tanto tempo, está próximo da segunda barreira no seu caminho de obstáculos até ao bull market e talvez precise de uns dias de descanso. Confiram:


A linha preta a tracejado é uma resistência horizontal antiga na zona dos 5780 pontos. A linha vermelha é a média móvel de 200 dias (SMA200) e encontra-se nos 5720. Em conjunto, as duas linhas tornam a zona entre elas uma poderosa resistência à progressão de um índice que, demais a mais, tem os indicadores esticadotes (o RSI está em zona de clara sobrecompra). 

Recorde-se que a quebra em alta da SMA200 costuma ser encarada como um primeiro sinal de bull market, tal como a quebra em baixa é a dica para bater em retirada. A esse propósito, e a título meramente pedagógico, deixamo-vos isto, para que relembrem o que dissemos quando o índice se descaiu e viemos para baixo, em junho passado (atenção: não recomendado aos leitores mais impressionáveis, por conter piadas de mau gosto sobre o falecido BES). O que interessa é que não se quebra uma SMA200 por dá cá aquela palha e muito menos num movimento feito de um fôlego só, ainda que desta vez tenhamos a bazuca do marocas a dar um incentivo adicional! Ou será que quebra? Vejam o que aconteceu em 2012:


Uma limpeza! É certo que na altura houve um incentivo adicional, do lado técnico, que passou pelo cruzamento das médias móveis de mais curto prazo, num sinal forte de que havia luz verde para soltar os touros. Desta vez, as médias mais curtas vão precisar de mais umas semanas para cruzarem a mais longa e se colocarem na posição correta e mesmo por aí há margem para um respirar antes de nos abalançarmos a mais altos voos.

Tudo pesado, inclinamo-nos a prognosticar uma correção no índice nos próximos dias, provavelmente, coisa de pouca monta e que não belisque a tendência engraçada que se veio instalar. Como é que vai ser? - perguntam vocês. Olhemos para o que se passou, nesta mesma zona, em 2013 (aquando do irrevogável episódio):


Não duvidamos de que a história jamais se repete exatamente da mesma forma, até porque as circunstâncias nunca são as mesmas, mas à falta de melhor entretemo-nos a fazer este tipo de análise e, no fim, até podemos correr o risco de acertar! 

Em julho de 2013 o índice estava pelos valores a que manobra agora (entretanto já subiu 37%, depois desceu 41% para voltar a subir 24% - dinheiro para todos, portanto), e esteve a namorar a SMA200 durante 6 sessões, sem conseguir quebrar. Sobrecomprado, acabou por arriar 3 dias até bater na EMA21 e receber vitaminas para proceder à quebra todo lampeiro.

Agora, parece-nos razoável uma descida à EMA9 nos 5550, mas onde gostávamos de comprar e botar a carne toda no assador era na zona da EMA21 junto àquela Ltacp nos 5430 pontos. É verdade que estaríamos a falar de uma descida de 4% que assustaria, por certo, os mãos leves, mas colocaria o índice na rampa de lançamento para estoirar com a SMA200 e partir em busca da definitiva fronteira bull/bear na zona 6100-6400 pontos.

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