Vale a pena postar quando não se tem nada de relevante a dizer? Vale a pena chatear os nossos amigos com conversa fiada sobre bolsa quando a bolsa está em modo de consolidação e, a menos que sejamos ases do day trade, pouco sumo poderá se extraído do mercado por comparação com o que ele deu nas últimas semanas? É de senso andarmos, feitos lorpas, no entra e sai do mercado quando aqueles que entraram em janeiro estão a distribuir para descansar? Não é e nem precisávamos de estar na semana que antecede a ressurreição para darmos a nós próprios uns dias fora a gozar o cacau que o mercado, generoso, teve a sensatez de reservar para nós!
Mas o mercado, todos sabem, não dorme e é preciso mantê-lo permanentemente debaixo de olho não vá o estafermo fugir e deixar-nos feitos mamões a chuchar no dedo. Fugir aqui significa simplesmente que deixamos o tolo subir tanto que só entramos quando aqueles que realmente mexem com as cotações já estão de saída. É que, sabem, há muito boa gente que acha que esta jogatana é sobre comprar
barato e vender caro e farta-se de perder dinheiro e massa cinzenta a
tentar fazer esse trapezismo. E nunca conseguem, porque o barato pode sempre ficar mais barato e o caro também não tem limite, de maneira que vem o dia em que deitam a fugir e mais ninguém os vê! Isto da bolsa é antes uma questão de apanharmos uma tendência e embarcarmos nela tão cedo quanto possível. Por isso, convém ir seguindo a marosca nem que seja de longe e não perder de vista os benditos gráficos, que nos dão super poderes para manobrar contra as forças do universo.
Portanto, nada de forçar a barra quando a tendência de curto prazo não está definida (esqueçam o longo prazo, porque como bem dizia Keynes nesse estaremos todos mortos).
No PSI20, os percursos 5350-5750 e 5800-6100 eram de tendência de subida de curto prazo e havia que pôr toda a carne no assador (como sói dizer-se), sob pena de perdermos movimentos que nos deixariam a salivar e prontos para entrar quando o mercado estivesse muito menos atraente.
O intervalo 6100-6450 está tão cheio de obstáculos que é preciso cartima para ganharmos dinheiro a negociá-lo. E olhem que os tempos não estão para grandes euforias: esta cena da Grécia está a ser levada nas boas, porque ninguém acredita que o Tsipras os tenha no sítio para começar a pagar os salários em dracmas, mas, sem querer ser dramático, não vemos assim como tão implausível que num destes fins de semana venha de lá a notícia de que os gregos optaram por deixar os credores à espera: com o BCE em plena atividade, a inflação baixíssima e as bolsas com ganhos generosos pode perfeitamente começar a ganhar forma a ideia de que abrir o precedente do lado da rutura é menos custoso do que fazê-lo do lado da conciliação.
Uma quebra dos 6470, se possível numa terceira marrada, e não nos precisam de dizer mais nada para voltarmos a pôr todo o nosso ouro a trabalhar nas ações (vejam o gráfico em postes anteriores porque, mais coisa menos coisa, a validade é a mesma).
Até lá, há casos pontuais em que pode valer a pena apostar em títulos específicos como são aqueles que pagam altos dividendos e têm por esta altura uma atratividade especial. Mais uma vez, para tirar partido desses movimentos é necessário entrar cedo, porque, como todos sabem, no dia do ex-dividendo as cotações ajustam e o movimento tende a esgotar!
Boa Páscoa para todos!
Sem comentários:
Enviar um comentário