A Nos tem estado no top das preferências dos analistas e das casas de price targets de há muito tempo a esta parte, tempo quase similar ao que este que daqui vos fala leva de não lhe ligar patavina. Para mim, a Nos opera num mercado maduro e competitivo, sem grande margem de progressão para as receitas e consequentemente com um valor de mercado que já teve tempo suficiente para se tornar justo. Porém...
A valer 2650 M€ a que, nas minhas contas de merceeiro, somo 1550 M€ de dívida, a empresa não parece especialmente barata, mesmo que o resultado se possa aproximar dos 200 M€ anuais, porque lá está, a margem de progressão parece bastante truncada (a empresa anda há algum tempo a pagar acima de 100% do lucro em dividendos, circunstância que talvez agrade aos analistas - o dividend yield ronda os 6% - mas não nos agrada a nós). Contudo, há dois aspetos de que me apercebi recentemente e que me podem fazer mudar de opinião:
- Outro dia chegou ao fim o meu período de fidelização no pacote de serviços que estas operadoras vendem e lancei-me à obra de negociar uma nova oferta. Apercebi-me de que nesta matéria, como em outras do género, os ânimos aquecem de uma forma particularmente irracional e toda a gente defende a sua dama como se disso dependesse a sua própria felicidade. Não adianta, portanto, pedir conselhos a amigos ou conhecidos! Em vez disso, andei a pesquisar queixas e reclamações e a conclusão a que cheguei é que a MEO pode estar a fazer pior figura do que a NOS (falo da MEO e não da Vodafone porque a primeira é líder de mercado e pode ter muita quota para perder). Por outro lado, fiquei com a sensação de que a imagem da Nos junto dos consumidores está em crescendo, talvez por causa de uma maior ligação ao futebol e por causa dos cinemas, ao passo que a MEO, prejudicada pelas conhecidas dificuldades da Altice, já viveu melhores dias. Podemos acrescentar a isto alguma margem para especulações, como sejam uma entrada em Angola, um reforço da Sonae depois da venda dos hipers ou, porque não, a venda do negócio da Altice em Portugal. Tudo somado, pode ser que haja alguma esperança de que as receitas possam subir mais do que os valores enfezados que têm sido norma ou que, pura e simplesmente, esse pecado capital chamado "especulação" obre the way we like it;
- O gráfico da empresa em bolsa começou a apresentar um padrão muitíssimo interessante, com um canal ascendente bem marcado que nasceu em março passado, e que agora pode estar em fase de quebra em alta. Para além disso, há ali dois toques em mínimos relativos com um espaçamento de cerca de um ano, que podem dar uma projeção bastante engraçada:
O volume tem andado correto, subindo quando as cotações sobem e ainda não há sinais de sobrecompra. Na quinta-feira houve um reteste à quebra da linha amarela e o mercado reagiu particularmente bem, recuperando o topo do canal no fecho de semana. A quebra da linha verde, para além de assinalar a entrada em zona de grande interesse comprador, permitirá estabelecer um novo máximo do ano e será um forte sinal de que poderá haver capacidade para voos bem mais altos. É preciso, contudo, não esquecer que, enquanto o PSI20 se mantiver abaixo da sua linha amarela, estamos em zona de perigo onde todas as resistências são bons motivos para vender e as probabilidades de falsos breaks são particularmente elevadas. Na possibilidade sempre lógica de dar para baixo, a base do canal é um suporte evidente!
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