Há quem passe a vida nos mercados a olhar para os gráficos como se a arte de fazer dinheiro na bolsa fosse uma qualquer espécie de alquimia desligada do mundo real. E também há os que vivem obcecados com as notícias e ansiosos com o armagedon que está sempre para breve.
A nós tem-nos dado jeito fazer uma espécie de miscelânea em que estamos permanentemente atentos a toda a manobra que pode fazer mexer com a jogatana, mas nunca tirando os olhos dos gráficos, porque eles permitem-nos jogar quase ombro a ombro com os que sabem de tudo por antecipação.
Acham que a caminhada dos últimos dias em direção a máximos históricos no S&P500 seria possível se estivéssemos na eminência de notícias catastróficas? Não seria! Mas para nós, que vemos de fora, havia potencial, quer na Grécia quer na Ucrânia, para que o caldo entornasse feio e era importante que, estando conscientes e informados desse facto, pudéssemos estar preparados para acelerar ou travar com a rapidez necessária para fazer o dinheiro de que estamos carentes ou tirar o time de campo antes que cheirasse a queimado.
Agora que a Grécia vai chegar a acordo (já gastou os cartuchos todos e não tem outro remédio), e a coisa se pode compor na Ucrânia (resta saber se houve cedências da Rússia que permitam eliminar as sanções) podemos voltar ao business as usual.
No PSI20 continuamos na mesma. Estamos em crer, porém, que um acordo com a Grécia e um fim das sanções à Rússia serão o tónico que falta para nos colocar acima da famosa resistência mil vezes assinalada (5350-5400 pontos).
Vou-vos falar da banca, porque da última vez que o fiz estava pessimista até dizer chega e isto na bolsa vira como o vento.
O BCP é a ação de que mais gente gosta no PSI20 e até parece que a maior parte do pessoal que investe tem sempre milhões para enfiar nos mercados de cada vez que vai às compras. É que, sejamos francos, se vocês tiverem, digamos, 1 M€ para comprar ações não há outros títulos na nossa bolsita que possam acomodar o impacto da vossa entrada ou saída sem darem a impressão de que o fim do mundo vem a caminho. Mas se a vossa carteira for mais modesta, não vemos por que motivo se há de insistir apenas no BCP, que ainda não sobe este ano, quando ao lado há títulos que já subiram mais de 20% (e o próprio índice acumula uns muito agradáveis 9 e tal p.p.)!
Mas o BCP desanuviou nos últimos dias e pode estar a ficar com um aspeto que já abre o apetite. Nós vêmo-lo com ganas para ir aos 7,3-7,5 cêntimos. Hoje deixou para trás a resistência que marcamos nos 0,066€ e quebrou a EMA21 (a que, diga-se, o BCP não é especialmente fiel), com um volume que, não sendo espantoso, também não se estranha atendendo à fase pouco avançada da recuperação. Uma quebra dos 0,075 levará com grande probabilidade ao topo do canal nos 8,5 cêntimos (onde diríamos que está a fronteira bull/bear).
Para baixo, parece que nem vos precisamos de dizer nada, porque toda a gente compreenderá que uma quebra do mínimo relativo (0,0615) é mais do que motivo para passarmos a bola a outro mais afoito. Seja como for, o rácio ganho/risco parece estar dentro da zona de conforto e é possível que tenhamos motivos para sorrir ainda mais com a entrada do dinheiro fresco do BCE a partir de março.
No BPI é mais horizontal. O sinal de compra foi dado na quebra dos 90 cêntimos. Primeira resistência atingida hoje. Quebra vai à zona dos 1,07 (máximo anual). Quebra e arriscamos os 1,23-1,33. É muito ganho potencial para um stop colocado, à tabela, no 0,818. Tem pouco que se lhe diga!
Do Banif não falamos até estarmos convencidos de que se trata de um negócio e não de uma raspadinha!
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