29.11.15

DAX30, CAC40 e um londrino em Paris

Depois de uma verdadeira injecção energética na sequência da hecatombe Abengoa que antecede este texto, uma curta análise a dois dos principais índices Europeus, após esta semana termos carimbado a nossa opinião em relação ao PSI20, e na antecâmara da reunião do BCE que, se julga, servirá para anuncio de mais estímulos à economia. Dentro desta expectativa, crescente, encontramos o DAX30 e o CAC40, nos gráficos que se seguirão, com um comportamento semelhante, tendo ambos quebrado em alta nas últimas sessões a SMA200 ao encontro do valor que, em cada um dos casos, aponta para a projecção, após activação, de duplos fundos. Faltam 3% para essa meta, que o entusiasmo suportado por super Mário Draghi leva a crer que será atingida em breve. Se o Marocas for suficientemente estimulante, ao ponto de o mercado assim entender, então, por muito que haja um sell on the news pós-anúncio, não vemos razões para não confirmar a quebra da projecção definida e atacar máximos em plena época Natalícia. Venha ele, estimulante!

     
O índice alemão activou na passagem da zona dos 10500 duplo fundo que projecta a cotação para os 11650 pontos. Esse é o nosso target imediato que coincide com zona de resistência no gráfico. Quebrando essa zona, vamos a máximos. Para baixo, no nosso entender, servirá de suporte a SMA200. Se o homem em quem todos depositam confiança desiludir, os 10500 para primeiro estanque à queda.


O francês, como já dito, marcou o mesmo compasso, desenhando idêntica figura no gráfico. Duplo fundo activado nos 4680 com projecção para a zona dos 5100 pontos. E mais uma vez o cenário se repete, desta feita para o CAC40. Quebra projecção e ataca máximos. A coisa dá para o torto, quebrando em baixa a SMA200 e lá vem o valor à zona da activação.  


Para terminar e em rescaldo do Vodafone Mexefest deixo-vos com o Clementine, londrino que cantava pelas ruas de Paris e que na passada sexta-feira arrebatou Lisboa (tendo antes feito mossa cá bem perto, em Braga).

Boa semana. Ouçam o Benjamin.

Abengoa

Toda a energia que usamos na Terra veio originalmente (e continua a vir) de três sítios diferentes: do interior do planeta, da radiotividade natural e do Sol. Esqueçam as duas primeiras porque a estrela é, evidentemente, a fonte capital.


A energia é o ingrediente do universo que está na base do movimento, pelo que sem energia tudo se encontra em repouso. Quando falamos de movimento, não estamos só a pensar em  movimento macroscópico de coisas e objetos, mas também no movimento de átomos que na juventude da Terra tanto serigaitaram que, a páginas tantas, atinaram originar vida.


Os primeiros seres-vivos perceberam rapidamente que a energia solar, que nos chega sob a forma de luz visível e radiação infravermelha (calor), é um cabo dos trabalhos para ser transformada em movimento (energia cinética), porque o processo implica sempre um grande desperdício, isto é, tem um rendimento muito baixo. Felizmente, foram malta porreira e engendraram um processo, chamado fotossíntese, em que abdicavam de grande parte do movimento a que poderiam almejar, mas ficavam habilitados a sacar um módico de energia solar capaz de sustentar movimento atómico suficiente para tornar a vida uma realidade.


O movimento atómico criava moléculas cada vez mais complexas (como, por exemplo, a glucose) que armazenavam nas ligações entre os átomos grandes quantidades de energia solar sob a forma de energia química. Essas moléculas eram incorporadas na estrutura dos seres-vivos que rapidamente cresceram e vieram a dar nas diferentes espécies de plantas. Desta forma, cada planta acabou transformada numa verdadeira bomba de energia solar concentrada, sendo que a energia química das ligações podia ser novamente libertada de uma forma muito simples: misturando oxigénio e ativando uma reação de combustão.


Foi nesse mister que se especializaram os animais, ao inventarem a respiração, processo em que, ingerindo plantas (e, posteriormente, outros animais que tinham ingerido plantas), libertavam lentamente nas células, ao combinar os nutrientes com oxigénio, a energia solar que elas tinham acumulado. Com isso, evitaram a trabalheira de captar energia diretamente do Sol e os baixíssimos rendimentos associados a esse processo, conseguindo, com pouco trabalho, energia em tal quantidade que tornaram possível catapultar o movimento para um novo patamar: eles próprios ascenderam a seres-vivos móveis.


O baixíssimo rendimento associado a transformações que envolvessem a energia solar tinha sido contornado de forma hábil: em vez de irmos buscar energia diretamente ao Sol, íamo-la buscar a outros mais azarados do que nós, que a tinham acumulado antes de baterem a caçoleta e virem ter ao nosso prato.


No final, o aproveitamento de energia solar empacotada em seres-vivos que, basicamente, viveram para a empacotar, tornou-se tão eficiente que, normalmente, acabam por apenas sobrar as partes que apresentam rentabilidade nula ou negativa.


Por vezes contudo, sucede que haja quem morra e, por variadíssimas razões, não seja aproveitado imediatamente, acabando por ficar depositado sob estratos de solo isoladores. Se houver tempo suficiente (e é preciso muito tempo) e as condições ambientais forem as corretas, as ligações químicas que contêm a energia solar armazenada durante o tempo de vida vão sofrer transformações que levarão a uma maior concentração energética que acabará, consoante o meio ambiente, na formação de carvões ou hidrocarbonetos.


É isso que o petróleo é: energia solar velha de milhões de séculos, absorvida e armazenada por um qualquer ser-vivo, e enriquecida no subsolo por ação das formas naturais do meio-ambiente. Energia solar sob a forma de energia química e, portanto, incrivelmente mais versátil e com um rendimento de transformação muito superior. É essa energia solar superconcentrada que dá ao petróleo a capacidade de movimentar o mundo à velocidade que é exigida pelo Homem do século XXI.


O que hoje queremos fazer, preocupados que estamos com alterações climáticas que seguirão um curso que não depende de nós, é voltar ao início e aproveitar novamente, de forma direta, a energia solar. 


O problema é que a energia solar continua a ter o defeito que sempre teve: é dificílimo transformá-la em movimento (a corrente elétrica, p.e., é um movimento orientado de eletrões) sem que estejamos dispostos a assumir um rendimento muito baixo!


A gente da Abengoa sabia disso, os bancos que meteram lá dinheiro sabiam disso e os investidores tinham a obrigação de saber disso. Mas ninguém se importou porque, como sempre, todos encheram a mula e os últimos vão fechar a porta. Quando e se o petróleo estiver a 200 dólares o barril, aproveitar energia solar diretamente vai ser uma contingência e pode ser que o medo público das alterações climáticas venha a impor opções políticas que nos levem nesse sentido. Até lá, é bom que saibamos que a energia solar só é grátis aparentemente. E esse é um facto que até os organismos primitivos que existiram na Terra sabiam!

26.11.15

BCP, BPI, Thom Yorke e uma paisagem fantástica

Se na terça-feira passada fizemos o ponto de situação em geral, após o nosso PR indicar AC para formar governo, hoje viramos atenções para o sector da banca, em especifico, para o BCP e para o BPI que repercutiram, de certa forma alinhavada, os movimentos do índice no pós-eleições, analisados aqui.

À semelhança da moldura criada, na altura para o gráfico do PSI20, para melhor identificar o período desde as eleições, mantemos a mesma caracterização, em formato caixote sombreado, nas análises que seguem.    


Ligeiramente diferente da figura geométrica, rectangular, do PSI20 reparamos no BCP, no gráfico abaixo, algo mais parecido com um triângulo, descendente, com o topo delineado por uma linha de tendência de já médio prazo e a base com os mínimos pós-eleições. No curto prazo, reparem numa tendência crescente apoiada por novos mínimos superiores aos anteriores, não só em fecho assim como intraday. A nossa ideia, embora o curto prazo não nos dê a fiabilidade desejada, é que ambas as linhas estão a convergir e que daí haja uma quebra. Se for em baixa e ultrapassar em fecho o mínimo relativo nos 0,0487 então virá à base do caixote e aí, quebrando, fuginde. Mas como nós até somos uns tipos optimistas, o índice aos poucos e poucos nem nos tem deixado ficar mal e com mais estímulos à economia agendados para a próxima semana pelo BCE (atenção, neste caso particular, ao que se passa na Polónia) perspectivamos a quebra para cima ao encontro dos 0,056. Daí aos 0,06 são mais 8%. A ver! 


Já com oscilação num rectângulo, diria, perfeito, exibe-se o BPI que bem tem tentado quebrar em alta os 1,15. Hoje foi exemplo disso. No entanto, logo de seguida encontra-se a SMA200, tracejado a preto, como resistência. Quebrando esta, via livre para zona dos 1,30. Para baixo, linha de tendência, desde mínimos, a suportar a cotação. Se a quebra, a base do tal caixote instabilidade politica para a aguentar.  


Para me redimir da massuda que às vezes o entusiasmo na escrita leva à leitura deixo-vos com outra banda de sempre e com uma paisagem fantástica, para os mais distraídos. 

Boas opções, bons negócios. Passo a palavra ao Thom.

   

25.11.15

Paisagem fantástica

Para aliviar as tensões da jigajoga, deixamo-vos com Susana no banho, imagem de um tempo em que a imaginação era bem mais minuciosa do que hoje em dia, e em que ao Homem ainda lhe era permitido espantar-se. Hoje já nada nos espanta e, na maior parte das vezes, confundimos fantasia com cinismo. E há quem se admire de haver tantos que passam pela vida deprimidos!


Susana in the bath, Albrecht Altdorfer, 1526, Alte Pinakothek, Munique

24.11.15

Há governo: podemos subir

Todos sabemos que o nosso presidente raramente tem dúvidas, mas desta vez acabou por suceder um desses fenómenos raros (um cisne negro?!) em que pareceu que a certeza andava fugida da cavaquence mioleira, de modo que lá fomos obrigados a assistir à exibição ad nauseum da arte de simular um grande bailado sem se sair do sítio. Ó presidente, toda a gente no país e arredores (até o Passos Coelho) percebeu que não havia volta a dar, de modo que esta tanga toda se é claro que não foi gozação, bem que pareceu armanço!

É certo que ainda vamos a tempo de um qualquer golpe de teatro, mas damos por boa a hipótese de se ter acabado hoje a incerteza política. Assim sendo, achamos que estarão reunidas as condições para que o PSI20 se comporte com mais tino, o mesmo é dizer-se, que suba... caralho! E suba bem e sem andar aos coices, como fizeram os outros todos (ou quase) desde o dia 4 de outubro: qualquer coisa na ordem dos 10 ou 12% para começar já nos satisfaz, ainda que se limite a corrigir o desmando em relação à maior parte dos índices com que nos gostamos de comparar!

Da análise técnica vai-vos falar o João, porque isto de mandar postas de pescada cansa um bocado!

Seguindo o raciocínio, a nível fundamental, escrito pelo David diria tecnicamente que se não fosse o aspecto de martelinho que o nosso PSI20 fez hoje, após escorregadela de sexta-feira passada, com a reação, intraday, à aproximação ao mínimo relativo (pós-eleições) e deixaria o pontual optimismo para mais tarde. No entanto a figura criada lança a expectativa de que podemos já de seguida atacar, novamente, as médias móveis ganhando novo impulso para superar o topo de um canal que tem sido barreira non grata para os longos. Superando-a, temos pela terceira vez a SMA200 como barreira final para o belo fim de ano que todos nós, que olhamos para cima, desejamos.

A janelinha com moldura preta que metemos no gráfico abaixo corresponde ao período pós-eleições e damos como válido que a oscilação foi fruto da instabilidade politica. Para nós agora é líquido: quebra em baixa a base do rectângulo e é fugir, que isto já não é só politiquice. Vai para cima e o que vemos é o seguinte: sai do canal e ficamos porreiros; sai da caixota preta e ficamos bull!

18.11.15

Atualização

Depois de um curto período de nojo a que os malévolos acontecimentos de Paris nos obrigaram, julgo que será sensato regressar às lides, pois a verdade é que o mundo não para e... o mercado também não!

No PSI20 mantivemo-nos na expetativa e, porque não dizê-lo, apreensivos, com a possibilidade, que parecia ter-se instalado, de o mandrião voltar a reentrar no canal descendente que traçamos no gráfico. Se assim fosse, mandávamos às urtigas a nossa ideia de um final de ano com ganhos e passávamos a jogar na equipa da ursalhada! Felizmente, a semana iniciou-se com o índice a dizer que não e a voltar para cima. Ora vejam (o fecho é de ontem):


Se hoje fechar a subir, não precisaremos de dizer mais nada que não tenhamos dito já aqui.

8.11.15

O governo e o PSI20

Quando vimos Jerónimo na TV a imitar Lenine ainda chegamos a pensar que o acordo se não fizesse, mas tudo não terá passado de wishful thinking e parece que vamos mesmo ter um governo de esquerda e Costa concretizará o sonho. Portanto, lá nos vai tocar sermos os segundos a testar a TIA (there is alternative), depois da barretada enfiada pelos gregos no verão passado ter deixado meio mundo a pensar que a TINA (there is no...) é que era boa! Pelos vistos, os do PS, ainda que contem com a ajuda do Syriza cá do sítio, vão tentar uma abordagem menos isto é para arrasar com tudo e começar de novo e prometem sensatez na forma como lidarão com o verdadeiro governo português que, como toda a gente sabe, tem sede em Berlim e Frankfurt e é liderado pela dupla Schauble/Draghi.

Do ponto de vista do PSI20 mantenho que se ignorarmos uma natural turbulência nos próximos dias, em que toda a gente vai andar a apalpar terreno, nada há de mau num governo ou outro por si só. Bem sei que há quem ache que os governos de esquerda são inimigos dos mercados, e que o aumento de despesa pública é sempre contrário à iniciativa privada e conduz inevitavelmente a mercados bear! Quem pensa assim deve olhar para o maior mercado acionista do mundo, os EUA, que estão de regresso aos máximos históricos pela mão de Obama, o despesista do healthcare de esquerda, máximos que foram atingidos pela primeira vez graças a um governo igualmente de esquerda (Clinton) no início do século. Pelo meio tivemos bear markets terríveis com as políticas de direita de Bush. Evidentemente, nós não somos americanos, nem estamos a dizer que há uma conexão parecida em Portugal porque a verdade é que não há! O que queremos dizer é que direita ou esquerda, por si só, não autorizam dicas de longo ou curto de per si.

No curto prazo, vamo-nos concentrar no comportamento dos juros da dívida pública porque é aqui que ficamos a saber se o BCE dá a Costa a benção que deu a Passos. Depois, temos de aguardar pela apresentação do orçamento de estado e aqui temo que nós, pequenos investidores, possamos vir a ter surpresas negativas: aplicação da taxa Tobin (que já está prevista para janeiro) e, quiçá, subida dos impostos sobre as mais-valias ou até fim da tributação autónoma (estou a especular, mas a verdade é que a festa vai ser tão boa que alguém tem que pagar)! 

À parte isto, é importante continuar a acompanhar o gráfico. Na semana que passou foi lá acima outra vez, mas a média móvel dos 200 dias voltou a dar para trás. Se formos até à linha tracejada a preto, vai haver cruzamento das médias móveis e teremos, provavelmente, um arranque até aos 6400 pontos (esse é o cenário que estará em cima da mesa se os juros, digo, se o BCE, não se melindrar). Se, por outro lado, quebrarmos em baixa a linha tracejada vermelha, há sério risco de um duplo topo que nos pode pôr na rota dos 5000 pontos! Com um governo mãos largas e com um orçamento que assuma um défice menor que 3% no próximo ano, só é necessário que os nossos governantes do centro da Europa acreditem na TIA e estejam dispostos a aceitar que a TINA é peta! Se assim for, não vemos porque há de um índice que continua a cotar em 1/3 dos máximos históricos continuar em bear market!

4.11.15

As P's da praça

Não fôssemos independentes de interesses na nossa opinião e não fosse este artigo alheio à promoção do que quer que seja e o título acima embalar-nos-ia para a essência do Marketing. Não é o caso e nem vou escrever sobre os quatro básicos P`s (do inglês product, price, promotion, place) pelos quais assenta a labuta dos Marketeers.




Limitar-me-ei a escrever sobre oportunidade do preço de determinado produto a certo momento. Os p`s a que me refiro são da Pharol e da Portucel. A praça é o nosso PSI20. Já anteriormente me referi a elas. Uma, no longo prazo, tem dado a perder. Outra, tem dado a ganhar. A primeira, tende a ser fortemente especulativa. A segunda, já tem sido mais consistente e obedece de grosso modo à análise gráfica. Da Pharol falei no Ugly ducks, da Portucel falei no Back again e posteriormente, aqui. Uma anda pelo mesmo valor, a outra, elevou-se na zona de preços. Ambas merecem agora nova análise.

A Pharol, só superou, intraday, a resistência para fechar gap aberto e conforme comentário no artigo dessa análise continuou, a empreitada, em queda até tapar também o fosso na zona dos 0,295-0,3 passados três dias. Fortes oscilações fruto da tal especulação de que a cotada tem sido alvo, ora pela eventual compra de acções pela própria empresa ora pela questão do investimento russo na Oi com a falada fusão com a TIM em pano de fundo. Neste momento tem-se observado entre estes vaivéns, desde meados de Setembro, um canal ascendente do preço. Mantemos a ideia que a quebra em alta do valor na zona dos 0,405 levará a cotação até à sma200 que nos próximos dias coincidirá com o topo do canal. Falamos de quase 15%, que como sabem e se tem visto, em curto espaço de tempo, é coisa banaleca.


A Portucel fechou em zona de resistência, nos 3,88. Superando este valor fica próxima de um gap por fechar nos 4,15. É esse o nosso take profit no imediato, antes do ataque a máximos. No entanto, para aliviar indicadores já esticados e permitir uma aproximação das médias móveis bem como o seu cruzamento em alta não será de descartar e até seria saudável uma correcção até à zona da sma200. Se aí fosse e reagisse seria excelente entrada. Com suporte, de mandá-la às favas na quebra, nos 3,53.


Para concluir, hoje a nossa praça foi à sma200, precisa de aliviar e as noticias não se fazem demorar. Não é  preciso adiantar muito mais, certo? 
Boa noite. Fiquem com uma das minhas bandas de sempre.




Obs: Breves reparos a outras cotadas também mencionadas nos artigos referidos.

Banif é um excelente exemplo do erro crasso que pode ser antecipar movimentos.
Altri, quebrou em alta o canal descendente. O topo desse canal serviu de suporte enquanto a cotação aguardou a aproximação das médias móveis ganhado fôlego para 25% de valorização em três semanas!!
Semapa, superou a sma200 e valorizou 10% em oito dias. É uma cotada pachorrenta e acusa falta de liquidez. Em alternativa, no sector, à já lançadissíma Altri, a analisada Portucel. 
Mota Engil, à boleia das super noticias lá atingiu os 2,48, conforme objectivo traçado. Antes do movimento ascendente quebrou em baixa e em fecho, por coisa mínima, a média  móvel mas também é certo que nesse dia reagiu aos 2,02 de forma bastante positiva terminando em subida. São as tais leituras que é necessário fazer nos momentos certos! Por agora, parece ter um gap para fechar nos 2,38!

3.11.15

Três filmes brasileiros - O meu nome não é johnny

No terceiro capítulo do ciclo N€B dedicado ao cinema brasileiro sugerimos O meu nome não é Johnny, a biografia de João Guilherme Estrela o traficante de coca mais pé rapado da história do Rio de Janeiro. Trata-se de uma lição bem disposta (como são sempre as lições do povo irmão) em que se abordam temáticas que vão desde a arte de levar a vida na mais pura das descontrações até aos malefícios da falta de money management. Vejam, que mal não faz!


2.11.15

Três filmes brasileiros - O cheiro do ralo

Embora o nome da coisa não o deixe claro o cheiro do ralo é uma patuscada levezinha e que se vê sem o menor esforço (a não ser talvez o de perceber o sotaque cerrado) e que faz um bem incalculável antes do sono retemperador e depois de um dia de coboiada nos mercados! O herói é um cara maniento (assim mesmo do jeito brasuca) que exorbita nas aparências ao ponto de deixar a vida minada pelo fedor que sobe do ralo da retrete que tem lá no escritório de penhorista onde ganha a vida. A mim agradam-me os diálogos curtidos e também não me deixa indiferente o jeito gingão de levar a vida na boa, ao mesmo tempo que morremos obcecados por detalhes que nem lembram ao diabo. Deixem para lá: o melhor é verem o filme.


1.11.15

PSI20

Em Mecânica há sempre duas formas de analisarmos um movimento: 1) utilizando considerações energéticas, de modo a calcularmos a energia que é ganha ou perdida pelos sistemas; 2) recorrendo à dinâmica, de modo a calcular a força resultante e, de acordo com as leis de Newton, determinar a aceleração. O defeito de 1) em relação a 2) é que nada nos diz sobre o tempo!


Wright of Derby - A lição do filósofo sobre o planetário - National Gallery

Nos mercados também há duas formas de analisarmos o movimento: 1) utilizando considerações fundamentais, de modo a calcularmos os ganhos e perdas de dinheiro por parte das empresas, tentando fazer previsões relativamente ao andamento futuro do negócio; 2) recorrendo à dinâmica sob a forma de análise técnica, de modo a nos podermos juntar a todos aqueles que usam as mesmas ferramentas que nós e poder tomar decisões de grupo e assim beneficiar de um simulacro de informação privilegiada. O defeito de 1) em relação a 2) é que nada nos diz sobre o tempo!

E o tempo é no caso dos mercados, como no do movimento de sistemas, um fator de importância decisiva, não só por causa do custo de oportunidade (ao avançar antes de tempo, perdemos a oportunidade de avançar de uma maneira mais proveitosa), mas também porque tudo muda tão depressa que se esperarmos demasiado tempo corremos o risco de termos de corrigir quando já é demasiado tarde. É por isso que Newton foi um dos grandes da história humana e é por isso que nós (que não somos Newton) preferimos a análise técnica à análise fundamental (até porque também não somos contabilistas)!

Na semana passada, analisamos a notícia da entrada da Mota Engil na eletricidade do México e achamos (e continuamos a achar) que a coisa era boa onda. Mas a notícia cai no âmbito da análise fundamental e, portanto, não há nada que possamos dizer sobre o tempo. E isso tira-lhe força porque enquanto o pau vai e vem,... lá está!

Do ponto de vista técnico, o PSI20 vai fazendo o seu caminho entalado na terra de ninguém. Gostávamos muito de vermos o índice ir acima do máximo relativo anterior nos 5600 pontos e depois vir ganhar balanço ali à Lta na zona dos 5350-5400, ficando sempre acima da linha tracejada vermelha: esse seria o ponto de entrada ideal! 


É verdade que a bolsa portuguesa é uma caquinha sem grande interesse do ponto de vista fundamental, mas é bom que não confundam isso com a possibilidade de ela nos dar dinheiro. E notem que, apesar de tudo, o PSI20 está este ano a valorizar mais dos que os americanos, o alemão ou o espanhol Ibex!

Três filmes brasileiros - O homem do ano

Tem um antes Cidade de Deus e um após no que ao cinema brasileiro e à sua visibilidade no mundo diz respeito. O filme de Fernando Meireles e Kátia Lund é uma morraça tão bem assente que passamos o tempo todo a rir e até a frase que o promove (retirada de uma música de Ney Matogrosso) é um achado tão bem borilado que bem podia passar por lema de um blogue como o nosso: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Depois daquele dia em que me juntei às aventuras de Buscapé, Zé Pequeno e dos outros nunca mais eu olhei para o país irmão como a terra da novela da Globo e passei a prestar bem mais atenção à filmografia que vinha de lá da terra dos home de sotaque. Carandirú ou Tropa de elite foram sucessos tão planetários que nem vale a pena gastar tinta, mas outros há que vale bem a pena ver e são bem menos conhecidos. Vamos propor 3.

O homem do ano segue as aventuras de Maiquel (eu pensei que seria Michael, mas não), um cidadão que se torna num matador depois de ter ascendido ao estatuto de herói da paróquia por ter despachado, sem contemplações (nem motivo aparente) o pior bandido das redondezas. O filme é baseado no livro "O matador" da Patrícia Melo e, como de costume, fica a perder para este último, mas mesmo assim, não é nada de se deitar fora.