1.11.15

PSI20

Em Mecânica há sempre duas formas de analisarmos um movimento: 1) utilizando considerações energéticas, de modo a calcularmos a energia que é ganha ou perdida pelos sistemas; 2) recorrendo à dinâmica, de modo a calcular a força resultante e, de acordo com as leis de Newton, determinar a aceleração. O defeito de 1) em relação a 2) é que nada nos diz sobre o tempo!


Wright of Derby - A lição do filósofo sobre o planetário - National Gallery

Nos mercados também há duas formas de analisarmos o movimento: 1) utilizando considerações fundamentais, de modo a calcularmos os ganhos e perdas de dinheiro por parte das empresas, tentando fazer previsões relativamente ao andamento futuro do negócio; 2) recorrendo à dinâmica sob a forma de análise técnica, de modo a nos podermos juntar a todos aqueles que usam as mesmas ferramentas que nós e poder tomar decisões de grupo e assim beneficiar de um simulacro de informação privilegiada. O defeito de 1) em relação a 2) é que nada nos diz sobre o tempo!

E o tempo é no caso dos mercados, como no do movimento de sistemas, um fator de importância decisiva, não só por causa do custo de oportunidade (ao avançar antes de tempo, perdemos a oportunidade de avançar de uma maneira mais proveitosa), mas também porque tudo muda tão depressa que se esperarmos demasiado tempo corremos o risco de termos de corrigir quando já é demasiado tarde. É por isso que Newton foi um dos grandes da história humana e é por isso que nós (que não somos Newton) preferimos a análise técnica à análise fundamental (até porque também não somos contabilistas)!

Na semana passada, analisamos a notícia da entrada da Mota Engil na eletricidade do México e achamos (e continuamos a achar) que a coisa era boa onda. Mas a notícia cai no âmbito da análise fundamental e, portanto, não há nada que possamos dizer sobre o tempo. E isso tira-lhe força porque enquanto o pau vai e vem,... lá está!

Do ponto de vista técnico, o PSI20 vai fazendo o seu caminho entalado na terra de ninguém. Gostávamos muito de vermos o índice ir acima do máximo relativo anterior nos 5600 pontos e depois vir ganhar balanço ali à Lta na zona dos 5350-5400, ficando sempre acima da linha tracejada vermelha: esse seria o ponto de entrada ideal! 


É verdade que a bolsa portuguesa é uma caquinha sem grande interesse do ponto de vista fundamental, mas é bom que não confundam isso com a possibilidade de ela nos dar dinheiro. E notem que, apesar de tudo, o PSI20 está este ano a valorizar mais dos que os americanos, o alemão ou o espanhol Ibex!

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