30.4.16

O apagão

Última parte

E, então, falhou tudo e nós ficamos incomunicáveis e foi como se nos tivéssemos teletransportado para uma outra galáxia ou, sei lá, uma coisa assim estranha lá longe num país habitado por vegetais que caminhavam aleatoriamente, tristes como a noite e sem poderem estabelecer uma comunicação por mais rapeta que fosse, pois eram vegetais e não tinham boca nem olhos, quer dizer, nós tínhamos boca e olhos, a luz falhou mas não nos levaram partes do corpo, era o que mais faltava, mas a verdade é que melhor seria se nos tivessem levado a boca (os olhos não que faziam falta para ver as teclas) e deixado cá os telemóveis com baterias infinitas (por que diabo não inventaram baterias infinitas enquanto havia livros é algo que não consigo conceber!) para a gente continuar a enviar sms uns aos outros. Pela parte que me toca, bem que gostava de fazer alguma coisa para poder inverter a situação e pus-me a magicar, magicar e acabei por me lembrar de que podia restabelecer a comunicabilidade se fizesse sinais de fumo como faziam os índios há muito tempo atrás num filme que vi na televisão, mas só depois me dei conta de que para fazer fumo é preciso ter fogo, coisa que infelizmente se nos foi desde que falhou a luz e já não veio.


E foi então, já em desespero de causa, que me lembrei de que podia pegar num lápis (que, felizmente, não é elétrico) e escrever. E escrevi este texto.

29.4.16

O apagão

Sexta parte

Mas isto que vos contei até aqui não é nada de especial quando nos apercebemos da incomunicabilidade. Foi aí que verdadeiramente panicamos todos ao ponto de termos ficado gagos de tanto matutar sobre o assunto. Como devem imaginar, é duro agora ficarmos mergulhados nas trevas negras ou deixarmos de poder saborear uma data de guloseimas absolutamente irrepreensíveis, ou sei lá, passarmos a ter os hospitais num caco, as escolas todas espatifadas ou termos de andar permanentemente a pé com solas gastas porque não há gasolina para pôr nos carros, etc., mas ninguém está preparado para que nos venham dizer que não podes usar o telemóvel, nem o computador, ou ir à net, ao face, tipo, postar, e tirar umas selfies todas maradas e LOL da cara de porquinha da fulana de tal, e assim. A verdade é que foi das coisas mais maradas que eu alguma vez ouvi na vida quando me disseram que se não tens luz elétrica os pcs não funcionam e é só uma questão de tempo até as baterias dos telemóveis escafederem geral. Garanto-vos que, ao princípio, nem queria acreditar, quer dizer, é tudo tão surreal que achas que estão mesmo a gozar com a tua cara a ver se cais na asneira de tirares uma selfie com aquele ar todo apalermado, ou coisa do género, mas depois dás-te conta de que é mesmo verdade e o teu telemóvel vai deixar de funcionar para sempre e acabas por te transformar na pessoas mais infeliz do mundo, sei lá, tens vontade de embocar uma garrafa de whisky de uma só vez (como se ainda houvesse whisky à venda, e não fosse necessário luz elétrica para o fazer), ou de fazer de conta que és uma banana, etc.

28.4.16

O apagão

Quinta parte

E já que estamos na cozinha, também não sei se conseguem imaginar o que é viver sem frigorífico. Bem, tenho a certeza de que não conseguem, porque a verdade é que o frigorífico é uma daquelas coisas que está lá desde sempre a fazer fresquinho, mas digo-vos que se ele calha de vos falhar, podem ter a certeza de que a vossa vida leva uma reviravolta das grandes. Sem frigorífico garanto-vos que a vitela se estraga num abrir e fechar de olhos e o leite, e os iogurtes, e assim. Claro que estou para aqui com esta lamechice toda, mas a verdade é que para nós isso agora já não interessa absolutamente nada, porque desde que se foi a luz e já não veio, nunca mais tivemos iogurtes, nem coisas do género, tipo coca-cola, bollycaos ou batatas fritas de pacote porque, não sei se sabiam, mas as máquinas que faziam coisas assim tão boas eram elétricas, as filhas da mãe, e agora já não funcionam e estão todas a enferrujar e nós daqui a pouco nem vacas temos, quanto mais leite de vaca ou iogurtes. De modo que, calculais bem, o frigorífico pode perfeitamente ser lançado janela fora ou desmontado para fazer brinquedos porque a verdade é que já nem temos o que pôr lá dentro.

27.4.16

O apagão

Quarta parte

Agora andam para aí uns artolas a darem-se ares de gente muito inteligente e culta, com uns paus e umas pedras a ver se inventam lume, mas eu não vejo jeito nenhum, porque eram daqueles que nem facebook tinham, nem tiravam selfies, nem coisas assim, quanto mais agora porem-se com invenções.


É evidente que sem lume tivemos todos que nos habituar a comer sushi e bodegas assim, quem diria que a especialidade japona ia atingir tal preponderância na cozinha mundial, mas também surgiram novas iguarias de carne mesmo muito mal passada ou salgada e insetos e mais coisas que, à primeira vista, nos causavam uma gosma bestial, mas visto a larica apertar, passaram a marchar como se fossem petiscos de chef premiado e excessivamente caro. E para aqueles que pensam que se podiam continuar a fazer ótimos assados em fornos elétricos, que não requerem lume, tenho uma informação em primeira mão: eles não funcionam se não tiverem luz elétrica! É uma lei da física, ou assim, e é por isso que são elétricos. Daaaahhh!  

26.4.16

O apagão

Terceira parte

Aliás, não foram só os fósforos que acabaram e não se puderam fazer mais porque não veio a luz, mas onde nós verdadeiramente nos tramamos a sério foi quando demos cabo da última chispa de lume, o que, vejam bem, é uma infelicidade bastante grande porque, em primeiro lugar, ninguém no seu perfeito juízo imagina que a humanidade inteira possa ser tão passada dos carretos que se chegue ao ponto de deixar esgotar o lume, e, em segundo lugar, parece que para fazer lume não é preciso ter luz, pelo menos é o que dizem os entendidos, embora eu não acredite mesmo nada, mas a verdade é que uma coisa veio a dar na outra e, desde aí, entramos num buraco que parece não ter fundo e tem um aspeto tão negro que só nos apetece fugir. Mas para onde?



Agora, ainda que fosse possível, nós já não temos forma de descobrir como se faz lume, porque, antes de termos enviado para outro mundo a última fagulha de rodízio, deu-nos na cabeça para reduzir a cinzas uma data de bugigangas que não tinham qualquer tipo de utilidade prática e foi assim que acabamos por liquidar todos os livros do mundo. E foi um regabofe estupendo, um pagode sem fim, garanto-vos que até valeu a pena, mas acabamos por pecar por só depois nos termos lembrado de que agora, que a luz elétrica se foi e já não veio, não podemos ir à net, nem aos ficheiros informáticos ou aos ebooks e a todas essas coisas que tanto estimávamos e dávamos por adquirido e, bem, digo-vos em abono da verdade que já não atinamos fazer coisas que acho que os cabeludos das cavernas eram capazes de fazer enquanto o diabo esfregava um olho.

25.4.16

O apagão

Segunda parte

Ao princípio até nem nos arranjamos mal porque havia por aí umas velas que davam uma luzinha muito decente e, embora ficássemos um bocadinho ridículos à luz da velinha a tremeluzir, ninguém se queixava, a não ser quando nos pelávamos todos ou alguém deitava fogo a uma casa e tínhamos de ir a correr, a acarretar baldes de água ou pás de areia, e aquilo tinha dias em que chegava a ser uma galhofa pegada e quase nem sentíamos a falta dos nossos computadores e das redes sociais.


Mas um dia acabaram as velas, bem, a verdade é que não acabaram apenas as nossas velas, mas todas as velas do mundo, e como já não se fabricavam velas porque a máquina que as fabricava não tinha luz para funcionar, acabamos por ter de amolar com a escuridão. Para ser franco, a história das velas até nem teve grande importância porque mesmo que o estoque não se tivesse esgotado, a verdade é que não nos iam servir para nada, a não ser talvez para atirarmos uns aos outros como se fossem petardos ou coisas assim, porque se nos acabaram os fósforos. 

24.4.16

O apagão (especial 2º aniversário)

Primeira parte

Um dia falhou a luz e nunca mais veio.

Claro que continuamos a ter o Sol para nos iluminar e aquecer, (também era excessivo que agora o Sol se nos finasse!), mas a verdade é que ninguém está preparado para viver como faziam dantes os cabeludos das cavernas, pasmados com o brilho do Sol. Em certo sentido, foi quase como se nós fôssemos prisioneiros de catacumbas que voltassem de repente cá para fora. Lógico que íamos achar o fornecimento de luz pelo Sol bestial e bastante aceitável, e tenho a certeza absoluta de que o justo seria que não tivéssemos nada a reclamar, muito pelo contrário, tínhamos tudo a agradecer por aquele brilho todo, mas nós não éramos abestuntas nem bandidos, de maneira de que quando a luz, a elétrica, bem entendido, se foi e já não veio, era natural que nos sentíssemos deslavados e traídos. E é aí que tu te dás conta da falta que o Sol faz de noite, quando ele vai sabe-se lá para onde, e nós ficamos para cá numa escuridão que nem vos passa pela cabeça.

Aniversário N€B

Inicia-se hoje a semana em que se passam 2 anos desde que começamos a laborar!

Aproveitando a efeméride, vamos repor, ao longo da semana, uma série de textos sobre investimento em futuros e opções, ao mesmo tempo que nos atreveremos a publicar, em fascículos, uma ficção da nossa forja!

A todos bem-hajam pelo incentivo e por continuarem a visitar-nos!

22.4.16

D. Quixote e o dia mundial do livro

Cumprem-se hoje (há quem defenda que é amanhã) 400 anos desde a morte de Miguel de Cervantes, autor de D. Quixote de La Mancha, a história das aventuras do cavaleiro da triste figura e do seu fiel escudeiro, o balofo Sancho Pancha.

Lembro-me de os ver religiosamente na televisão em desenhos animados que enfatizavam os episódios rocambolescos, de uma forma aparentemente sem sentido: o categorizado e engenhoso fidalgo, amante da mais fina arte da cavalaria andante, cavalheiro no mais alto grau, ansioso por salvar a donzela Dulcineia, mete-se em mil e um apuros como se fosse destituído de senso, e é sempre salvo pelo aparentemente néscio e bebedolas Sancho Pança que, no final, resulta no mais fino dos dois. E era essa nuance que mais me intrigava. Mais do que as aventuras e tropelias daquela dupla imbatível, mais do que os episódios de piada fácil, era essa insensatez, que transformava as evidências em coisas ilusórias, o que mais acabou por me marcar.


Mais tarde, infelizmente mais tarde do que gostaria, acabei por pegar no livro e li-o com um prazer que nunca mais experimentei na leitura. O Quixote de Cervantes não foi uma epifania, mas uma enxurrada delas. Nada há no Quixote de maluco, nada existe de irracional. Pelo contrário! O Quixote tem tudo aquilo que nos torna humanos: aquela vontade de querer sempre fazer as coisas bem feitas, raciocinando por antecipação, mas sempre com a emoção à flor da pele; e, no final, estarmos permanentemente a chocar com uma realidade que parece ter gosto em nos tramar. Cervantes passa todo o livro num equilíbrio dificílimo, a mostrar como é traiçoeira essa arte de sermos verdadeiramente humanos, sem parecer que temos um parafuso a menos. Estou firmemente convencido que ninguém o conseguiu fazer tão bem, ninguém desenhou a traço tão certeiro o homem bom como Miguel de Cervantes o fez. 


O D. Quixote de La Mancha é o meu livro número 1, a leitura que mais influenciou a minha maneira de ser e de estar, e o livro que mais me deu de todos quantos li. É a linguagem total, que retrata de uma forma inigualável as incongruências da vida. Gostei particularmente da versão traduzida pelo Aquilino Ribeiro, embora reconheça que o nosso grande escritor se possa ter entusiasmado e feito uns acrescentos lusos ao que não consta em castelhano.


Recomendo-o sempre nas minhas aulas e há uma parte dos alunos que o lêem que acabam por referir que é um livro engraçado. Mas o Quixote não é engraçado (engraçado é o Tom & Jerry, p.e.), embora seja uma barrigada de riso. O Quixote está para lá de engraçado, como a vida está para lá de um amontoado de eventos divertidos. E quem não o lê, fica sem uma lição de ouro sobre a arte de saber viver.

Cervantes escreveu mais do que o Quixote, e o que escreveu foi engraçado. Mas não precisava de o ter feito. O história das aventuras do seu engenhoso cavaleiro da triste figura, D. Quixote de La Mancha, é um Livro da Humanidade como são poucos. Quis o destino que, tirando nuances que têm que ver com acertos de calendário, Cervantes morresse no mesmo dia que Shakespeare: o dia Mundial do Livro que se comemora amanhã!

21.4.16

Atualizações feat. Tame Impala



A ideia é mesmo essa! Começar com música e deixá-la, ao de leve, envolver-se no que se segue!

Na sequência dos sarrabiscos com sugestão da 3 avançamos com mais uma panóplia de gráficos, cenários atualizados, das empresas do nosso PSI20! Vulgo ponto de situação! E à semelhança do que foi dito ontem, na análise ao momento do índice, mantemos a coisa tão simples que se dispensa qualquer tipo de legenda (salvo curta observação)! Oportunamente seremos mais eruditos!

Sem mais, venham eles (em ordem alfabética):

Altri
O comportamento do par EUR/USD está a pesar no desempenho da empresa!



BCP
Ou vai ou racha! Tomei a liberdade de roubar a linha de tendência do gráfico do David (que vos foi exibido, ontem, no nosso FB) e acrescentei-a aqui (e a roxo) tanta a pertinência que aparenta ter quanto o valor que atingiu hoje a cotação (1ª. resistência horizontal)! A quebra em alta desse valor é sinónimo de cruzamento de médias e leva a forte margem para valorização! Para baixo, as médias a marcar o compasso da tolerância para o risco! Neste momento estão ali quase nos 3,7 cêntimos!


Corticeira Amorim
Tem tanto de excelente performance como de falta de liquidez! À vossa consideração e estratégia!



EDP



EDP Renováveis



Galp



Jerónimo Martins



Mota Engil
Seria de estranhar que se aguentasse acima da SMA200 (a preto tracejado) com a palavra retaliação a marcar a semana no que diz respeito aos negócios por Angola!


Nos
Tendência para replicar valores fruto da oscilação horizontal! As marcas estão simetricamente assinaladas no gráfico!


Portucel
À semelhança da Altri, condicionada ao euro/dólar!



Sonae



Sonae Capital
Outra que tende a replicar valores das oscilações horizontais! Sem esquecer o salutar desempenho!



Boa noite!

"Prefiro dar às pessoas o que precisam em vez do que querem."  




Well done, Prince

20.4.16

Sinal de compra no PSI20

A vós não sei, mas a mim agrada-me manter esta empreitada de lutar nos mercados dentro de um módico de simplicidade que impeça que entremos em modo parafuso quando o vento sopra mais forte. É por isso que me contento com pôr umas médias móveis e umas linhas mais ou menos evidentes nos gráficos diários e, quanto ao mais, não ligo pevide (a não ser que a coisa seja muito evidente: que não canse muito).

No PSI20 registamos com satisfação o facto de termos fechado acima de todas as linhas que tínhamos marcado e de mais uma vez termos tido cruzamento positivo das médias móveis rápidas (a última vez que aconteceu foi no início de março e valeu na altura uma valorização de 6% em menos 10 sessões). Façamos figas para que desta vez não haja desilusão, porque o sinal foi de compra!


19.4.16

Perder dinheiro

Uma das vantagens/tormentos de deixar por escrito é que podemos sempre, mais à frente, avaliar aquilo que dissemos e a forma como reagimos e decidimos num dado passo. Como nesta casa ninguém anda à procura de ter razão (coisa que, como todos sabem, não mata a fome), mas simplesmente de tentar evoluir todos os dias, achamos que é tão importante viver o presente como nos mantermos atentos ao passado, de forma a fazer melhor no futuro. Este texto publicamo-lo faz hoje 1 ano.

É normal perder-se dinheiro na bolsa? - pergunta-nos o nosso amigo Adalmiro Fonseca.

Agradecendo a pergunta de tão ilustre frequentador desta casa, que é de todo pertinente numa semana em que só ganhou dinheiro quem esteve do lado curto do mercado, respondemos com números (que é sempre a melhor forma de responder).

Este que daqui vos fala, que anda nesta faina vai a caminho de 20 anos, tem um total de 30% de meses negativos e nem se envergonha disso, nem foi à falência, nem perdeu a vontade de continuar na jogatina e nem sequer tem registo de noites mal dormidas por conta de encrencas relacionadas com a negociata. É tudo uma questão de calma, de alguma racionalidade e de saber tomar decisões difíceis sempre que nos apercebemos que erramos. E na bolsa, tal como na vida, erramos todos e erramos muito, seja por ignorância, seja porque as circunstâncias se alteram ao minuto e ninguém tem capacidade para reagir tão rapidamente. O problema dos erros é quando não somos capazes de os emendar!

(Para não marrarmos tão a seco contra o muro das lamentações, deixem-se embalar pelo som sábio de Bob Marley (retirado da banda sonora do belo filme francês La haine que parte de uma frase de que gosto muito: l'important c'est pas la chute, c’est l’atterrissage!))


No final da semana passada cometemos o erro que vem nos livros. É incrível como, por mais experiência que se tenha, estejamos sempre a falhar como se fôssemos iniciados, mas a verdade é que já nos convencemos de que há alturas em que a emoção pura e simplesmente elimina a racionalidade e contra isso... batatas! Quando a ganância se sobrepõe ao medo pomo-nos a jeito para nos estatelarmos e depois tudo o que resta é que venha a racionalidade de novo salvar-nos do erro, desde que estejamos dispostos a pagar a fatura com línguas de palmo.

Depois da quebra dos 6190 pontos e da entrada do PSI20 no retângulo laranja do nosso gráfico era muito provável uma ida ao topo, mas nesse caso seria difícil imaginar uma quebra à primeira dos 6350 pontos. Mesmo assim, nós pusemo-nos a imaginar isso mesmo, pois a quebra foi tão rápida e convicta que nos convencemos de que ainda havia dinheiro pronto a ser extraído do mercado nem que fosse num movimento de muito curto prazo. Embalados por isso e cegos pela possibilidade de haver uma quebra que projetasse o movimento bem mais para cima fomos a jogo e tomamos conta da carga que outros mais finos que nós tinham para vender. O resultado foi o esperado: em dois dias a resistência fez o seu trabalho e o mercado sobrecomprado veio para baixo em marcha forçada:


Num mercado que leva 30% de subida quase sem respirar é natural que ocorram correções. E claro que, sendo este um jogo em larga medida emocional, é sempre de esperar que se passe da euforia à depressão em menos de um fósforo.

Um mercado que até quarta-feira se estava a marimbar para o problema dos gregos, de repente passou a achar que a Grécia estava decidida a falir e não havia hipótese nenhuma de impedir o suicídio dos comandados por Tsipras, com toda a incerteza que ato tão radical sempre traz.

Mas nós, curiosamente, até nem achamos que tenha sido esse o fator que mais contribuiu para os dois dias de despenque com que fomos presenteados, nem vamos na conversa de que tenha ocorrido um contágio chinês, por causa dos temores com decisões regulatórias na China que provocaram um sell off em Shangai (notem que o índice chinês sobe 112% em um ano).

Para nós, a grande notícia da semana veio na terça ou na quarta-feira e teríamos fechado posições nessa altura não estivéssemos tão impressionados com a tourada. A notícia veio da inflação na zona euro, que já voltou a terreno positivo (+0,3%). Se ao fim de tão pouco tempo de QE já temos o problema (gravíssimo!) da deflação a dar sinais de ficar sanado, que ideia é essa de haver um programa de compra de ativos em vigor até setembro de 2016? Não estará o BCE a ir depressa e longe de mais? É bem capaz de estar e, mesmo que não esteja, acreditamos facilmente se nos disserem que a torneira fechou já um bom bocado e se acionaram os travões até que cheguem novos números: o Draghi está transformado num piloto de rali, com um pé no acelerador e outro no travão!


Viemos para baixo, portanto! Na sessão de quinta-feira ainda se pensou que o bull market imporia uma recuperação no dia seguinte. Chegamos a dizer que havia zona de entrada nos 6120 (base do retângulo laranja) ou, melhor ainda, nos 6060 (linha de tendência ascendente desde o início do ano). Quando vimos o DAX a arriar sem pensar nas consequências esperamos para ver.

Para nós, o que nos matou foi aquela quebra da linha de tendência no final da sessão de sexta-feira (ver gráfico acima), que tornou inevitável o fecho de posições, apesar de estarmos conscientes de que:
  • o movimento está muito esticado para baixo;
  • continuamos em bull market de curto e médio prazo;
  • há uma probabilidade muito grande de ressalto no curtíssimo prazo;
  • a correção era inevitável e até desejada;
  • etc. 
A quebra da Lta obriga-nos a ser disciplinados e é preciso pagar o preço pelo risco desnecessário que corremos ao comprar perto da resistência. É assim que garantimos que continuamos vivos para voltar à luta: a bolsa é sobre disciplina e a tomada de decisões difíceis é a parte mais importante de sermos disciplinados! Se a quebra se confirmar nos próximos dias teremos, com probabilidade, uma descida à zona dos 5750-5800. Se não se confirmar e voltarmos para cima da linha em fecho, estaremos prontos para voltar à luta. Eis como uma compra mal feita pode dar origem a uma venda mal feita, com possível recompra mal feita e, assim sucessivamente... Mas estas são as regras do jogo e a nós, nesta casa, ninguém nos tira de ideia de que só assim se ganha dinheiro nos mercados de forma consistente!

Mais uma da nossa banda sonora:


Para ilustrar a problemática da quebra das linhas de tendência vejam o gráfico do DAX:


Se achamos que o movimento de fundo esteja em causa, não achamos, até porque a correção, para além de ser saudável vai ser aproveitada por dinheiro fresco para entrar nos mercados. 

Continuamos a achar que o problema grego vai ter que ser resolvido, de uma forma ou de outra, sem que haja qualquer tipo de incumprimento: seria inacreditável um país da zona euro falir e, para além de colocar a Grécia numa situação de emergência humanitária, criava um precedente tão sério para todos os países europeus que, pura e simplesmente, ninguém na Europa quer ficar na História por ter sido responsável por esse tipo de ocorrência. Claro que os do Syriza estão neste momento muito entalados (como dizia um amigo meu, estão entre a espada e a espada), já que não podem ceder às imposições internacionais, pois têm o povo e o parlamento à perna, nem podem implementar o programa pelo qual foram eleitos, porque não há dinheiro: é possível que não escapem desta! Evidentemente, a questão só se vai resolver nos descontos (como às vezes sucede na bola) e, nesse sentido, até achamos que a notícia de que os gregos chegaram a um acordo com a Rússia para antecipar o encaixe de 3 a 5 mil milhões de euros (ainda que no curto prazo tenha potencial para levar o mercado para cima) pode ser prejudicial, pois acabará por prolongar o bailado! 

Mas como já dissemos, se quiserem estar atentos a dados que mexam realmente com os mercados, diríamos que é preciso olhar para os próximos números da inflação. É que todos sabemos que estas subidas de 20 e tal por cento nos índices no que vai de ano têm muito que ver com o programa do BCE. Se a inflação sobe, o Draghi trava, os juros sobem e as bolsas arreiam! Elementar!

E estamos quase em maio...

18.4.16

BPI

Com os desenvolvimentos a que assistimos no BPI, estamos em crer que estão reunidas as condições para haver mais surpresas nos próximos dias ou semanas:

  • O valor oferecido pelo CB é o mínimo possível, o que, bem vistas as coisas, não constitui surpresa, uma vez que o negócio está mais que feito dado que os catalães apenas necessitam de comprar 6% do banco.
  • Subsiste a questão de procurar entender de que forma vai reagir Isabel do Santos (IS), porque também me parece evidente que uma fulana sabida como ela já revelou ser, dificilmente se deixaria apanhar de surpresa de uma forma tão saloia. 
  • A hipótese que nos parece menos provável de todas é que IS fique com a posição que tem. A posição no BPI fazia sentido enquanto pudesse controlar o banco com menos de 20%, mas deixando de ter posição de controlo e, ainda por cima, ter que lidar com uma administração completamente hostil, soa demasiado a ter o dinheiro investido num depósito a prazo, coisa que não parece ser enquadrável no feitio da angolana. 
  • A segunda opção é simplesmente vender na OPA e encaixar uma menos-valia importante, uma vez que a compra da posição no BPI se deu a valores bem superiores aos agora oferecidos (não consegui encontrar na net o preço pago pela posição, mas creio ter presente que uma tranche foi comprada acima dos 1,70€). IS encaixaria quase 300 milhões de euros, menos 50 milhões do que se tivesse vendido há um ano.
  • A terceira opção de IS é dar o braço a torcer, engolir em seco e voltar ao acordo que estava negociado com o CB e que previa, tanto quanto diz o Pedro Santos Guerreiro, o pagamento de um valor superior ao agora oferecido. Pelos vistos, os do CB continuam recetivos a voltar à mesa negocial porque preferem uma solução que reduza a posição em Angola, até porque não esperam vida fácil depois de afrontarem de forma tão flagrante os angolanos (note-se que com a OPA deixa de ser necessário vender a posição no BFA porque a posição se dilui). Seria um autêntico golpe de teatro, e era necessário que houvesse uma operação de maquilhagem muito engenhosa para que todos salvassem a face, mas nestas coisas não há nada como o poder maquilhador de uns bons milhões de euros.
Estas são as alternativas pouco imaginativas e é provável até que nenhuma delas se venha a concretizar, dada a pouquíssima informação em que estão assentes estas nossas larachas. 

Contudo, arriscamos avançar com uma hipótese um pouco mais arrojada e bastante especulativa:
  • O CB refere que a oferta é de compra, mas também aceita vender ao preço que propõe. Aliás, são assim as boas práticas dos negócios: pôr-se ao contrário é um direito que assiste ao vendedor! E se IS anunciasse que comprava a posição do CB pelo preço oferecido? Precisa de quase 700 milhões e dinheiro é coisa que parece não abundar para os lados de Angola, mas que a coisa lhe deve estar a passar pela cabeça em câmara lenta como um excelente elixir para aplacar a cólera disso não creio que haja dúvidas. Claro que para além do problema do preço teria que enfrentar a hostilidade do BCE, que prefere claramente capitais europeus, mas ninguém poderia dizer que não estaria a jogar dentro das regras do jogo! Para os angolanos seria uma jogada incrível e passariam a controlar de uma assentada uma quota importante do mercado português e angolano.

17.4.16

Abertura de semana

O mínimo que se pode dizer é que a semana bolsista promete.

A falta de acordo na reunião de Doha sobre o congelamento da produção de petróleo pode criar alguma tensão inicial, mas dá-nos a ideia de que, na semana passada, quebraram-se em alta valores, tanto no S&P como no DAX, que antecipam força compradora capaz de resistir a imprevistos que a maioria de certeza já antecipava. 

No S&P só uma quebra em baixa dos 2045 pontos nos fará pôr em causa a crença de que, mais dia, menos dia, caminharemos em direção aos máximos históricos. Claro está que uma quebra em baixa é sinal bastante perturbador, pois originará um quarto lower high consecutivo!

No DAX a coisa não é tão clara e vemo-lo precisamente nos valores-chave. Julgamos que há potencial para uma correção um pouco maior, mas se o S&P não se esbardalhar é possível que este se contenha! Se mantiver em fecho os valores de sexta-feira maravilha, e pode muito bem fazer uma primeira aproximação à média móvel dos 200 dias nos 10300 pontos. Cá em baixo, vai ser necessário que a zona dos 9850 aguentem o embate se a tanto chegarmos!

Interessante vai ser também ver como ficará o Brasil depois da votação que decorre neste momento para decidir a destituição da presidente Dilma. Até agora, os mercados não têm ligado peva ao assunto, mas se a situação degenerar em conflito pode ser que haja mossa entre as empresas expostas aos mercados sul-americanos e, consequentemente, em alguns índices!

Ficam os gráficos:



Por cá, não é difícil prever que a novela BPI vai marcar a semana e o assunto está a evoluir de uma forma que, não sendo inesperada (a falta de notícias durante a semana passada sobre o acordo alcançado deixava antever que haveria demasiadas pontas soltas) é, no mínimo, rocambolesca! Amanhã de manhã, pelos vistos, vamos acordar com uma OPA ao BPI e saberemos, finalmente, de que valores estamos a falar. Valores abaixo dos 1,10-1,15€, que devem conter a média das cotações nos últimos dois meses, não serão possíveis de acordo com a lei. Daí para cima ver-se-á.

Quanto ao BCP, estamos em crer que o valor oferecido pelo BPI poderá ajudar o mercado a percepcionar a justeza ou não da cotação atual. Se, por hipótese académica, a OPA se der ao valor de 1,329€ oferecidos no ano passado, então temos o BPI a valer apenas menos 361 milhões de euros que o BCP (1,41 vezes mais). Atendendo ao histórico, que coloca o BCP a valer cerca do dobro do BPI, e ao facto de o Millenium ter uma posição na Polónia que vale por si só 780 milhões de euros, parece curto! Por outro lado, há um fator que nos parece ter pesado bastante na valorização do BCP na semana que passou: se o BPI for opado, o BCP passará a ser o único banco da bolsa nacional, pelo que as carteiras de fundos de investimento vão ficar sem opção para distribuir os recursos por setores de atividade. 

Do ponto de vista técnico, uma quebra em alta da Lta que marcamos pode ser a dica de que assaltaremos os máximos de março. Por outro lado, uma quebra em baixa da zona dos 0,0360€ pode pôr alguns a pensar, como já ouvi dizer, em figuras do tipo cabeça e ombros (figura que, em nossa opinião, não fará sentido porque pressupõe uma tendência de alta, coisa que manifestamente não existe). Fica, mais uma vez, o gráfico:

11.4.16

Atualização ao PSI20

Por mais voltas que se dê e por mais que abusemos do wishful thinking, não nos podemos esquecer de que no PSI20 estamos e continuaremos a estar num bear market que dura tanto quanto a crise medonha que o nosso país tem enfrentado. Começou, mais coisa menos coisa, no início de 2008. A linha vertical azul no gráfico abaixo marca o dia 1 de janeiro desse ano, duplo topo de um bull market que nasceu em março de 2003. O nosso índice tinha marcado uma valorização de mais de 160%, que mais do que queimou desde a linha azul para cá!


Não significa isto que não tenha sido possível ganhar dinheiro nestas condições (o que andaríamos nós aqui a fazer?), mesmo que não se arrisque entradas curtas, não só porque têm existido ótimos ressaltos na tendência de fundo, mas também devido à própria natureza da negociação em bolsa.

Os mercados são dinâmicos e permitem uma atitude de grande flexibilidade que não existe noutros tipos de investimento. Significa isto que, no século XXI, com acesso instantâneo ao mercado, não faz qualquer sentido investir em bolsa a pensar no médio/longo prazo. Todos os investimentos devem ser monitorizados sempre no curto prazo e, evidentemente, deixar correr apenas se não houver sinais de alarme. O que o mercado urso implica é que sejamos absolutamente lestos a identificar oportunidades e jamais nos ataque a ganância na hora de arrecadar lucros: o mercado estará à nossa espera mais à frente e não faz mal nenhum perder uns ganhos conquanto se evitem grandes perdas!

Já aqui nos referimos por diversas vezes a este assunto, mas nunca é de mais lembrar: negociar em bolsa, seja aqui ou em qualquer outra parte do mundo, exige uma atitude aberta e uma capacidade absoluta para mudar de opinião se a isso formos obrigados. E de nada nos vale pensar que no fim tudo se acaba por compor, porque isso não é nada verdade. Que o diga quem manteve BES, BCP ou PT que cotavam a 15 euros, 0,90€ e mais de 6 euros, respetivamente, no início de janeiro de 2008 (valores já ajustados de dividendos e de AC)!

O gráfico seguinte é o mensal (cada barra é um mês) desde o início do atual movimento e vê-se bem como, apesar da tendência de queda, temos tido bons meses de valorização que têm permitido ganhos aos mais dinâmicos e àqueles que sabem preservar o capital (e a moral):


Colocamos uma linha de tendência descendente que não é quebrada desde o início de 2008 e, embora não lhe atribuamos grande validade, ficaríamos satisfeitos por ver uma barra verde mensal com o topo a rasgá-la!

No curto prazo, voltamos à cepa torta e diríamos que só não está pior porque os índices americanos têm mostrado apetite por ir a máximos. O PSI20 reentrou no nosso canal descendente e, enquanto se mantiver dentro do canal, a tendência será descida, atraído para mínimos:

  
Hoje ensaiou uma saída para cima do canal, mas não conseguiu romper: na nossa ideia, quanto mais depressa conseguir fechar acima dos 4900 pontos, maior é a probabilidade de já não irmos a mínimos (para já). Com sorte, pode ser que comece a ganhar razão de ser aquele projeto de Lta que colocamos no gráfico (a azul). Para já é só um projeto, mas era ótimo que conseguisse resistir em caso de embate. Se não o fizer, estão lá os valores que podem servir de amparo antes de novos mínimos!

10.4.16

Sarrabiscos com sugestão da 3

Hoje dei-me à preguiça e aviso desde já que se são daqueles que ainda não acham piada nenhuma a gráficos, se a AT não vos diz nada e só gostam de conversa fiada então, por agora, considerem-se dispensados de ir até ao fim! Sigam à boleia da sugestão da alternativa pop da 3 que de seguida passamos, ouçam-na (desta vez a começar) e saltem para outro separador, isto vai ser só sarrabiscos!


Banca
BCP e BPI



Energia
EDP, EDP Renováveis e Galp




Pasta de papel
Altri e Portucel



Retalho
Jerónimo Martins e Sonae



Construtora
Mota Engil


Indústria
Corticeira Amorim


Boa noite, bom início de semana! 

3.4.16

De volta às lides

A semana foi boa para estar fora e bem vistas as coisas a spring break ficou-me módica, se atendermos à altíssima probabilidade de me ter espalhado ao comprido se tivesse ficado por cá entretido na lufa lufa. Bom para mim!

O PSI20 é um sádico do caraças e justo quando a malta está numa de pensar que a coisa vai encarreirar o bruto tomba e leva tudo à frente. Mais do que teorias económico/políticas, aquela quebra em baixa da Lta na quinta-feira antes da Páscoa marcou o compasso, como a cena da última ceia preparou os estômagos para o que se seguiu (esta veio mesmo a propósito), e devia ter-nos levado a largar tudo e escondermo-nos, como fez Simão Pedro.


E vejam o gráfico:


A minha dúvida agora, e a de todos nós afinal de contas, é se reentra no canal descendente ou se ressalta ali no topo até à zona dos 4900 pontos. Não me consigo decidir, mas estou ansioso por descobrir como evolui a situação nos próximos dias. É que uma reentrada consistente no canal é muito mau sinal e pode levar alguns mais sadomaso a começarem a pensar que pode haver merda grossa, por exemplo, lá para o fim do mês quando os canadianos disserem de sua justiça sobre o rating da república. Como dizia o outro, make no mistake, são os sinais dados pelos gráficos que nos devem levar a antecipar a tempestade e não ocorrência da catástrofe que nos deverá levar ao gráfico. Make no mistake.


Nos títulos, o BCP fez o mesmo que o PSI20, no mesmo dia, e a falta de disciplina custou 20% aos indisciplinados (é importante reconhecer que com a banca europeia a cair em média 15% no trimestre, seria épico o BCP estar quase a ganhar no que vai de 2016). Agora vêm com a conversa de um AC, do reverse stock split, da indecisão no BPI, e mais uma quantas narrativas (para usar linguagem pós-moderna). Mas eu digo como o arbusto: make no mistake:


E agora? Agora... foda-se! Não lhe vejo ponta por onde se lhe pegue, mas dou de barato que possa ter um ressalto aqui. Mas também aceito se me disserem que se pôs a jeito para marcar mínimos. Dá-me a ideia que este é um caso que vai estar intimamente ligado, nos próximos dias, ao que se passar com o BPI, pelo que pode dar riqueza ou pobreza em igual proporção. O que sei é que o gráfico antecipará o desiderato! E por ora não é famoso!

Lembram-se de termos dito aqui que achávamos a JMT uma empresa cara. Pois bem, o que nós dizemos não conta para nada e o que as casas de investimento dizem ainda menos (ou será ao contrário?!) e o que interessa é que a JMT quebrou a resistência forte que tínhamos assinalado e manteve-se segura bem acima, pelo que está num bull market pujante e feliz. Daqui para cima, só vemos resistências na zona dos 15 euros e são valores cheios de mofo, de 2013! Pusemos ali uma Lta que acompanha o movimento atual que já leva quase 40% e achamos que a sua quebra em baixa pode ser motivo para vender (está muito encostada à cotação atual o que reforça o rácio ganho/risco). Dizemos "pode" porque em bull market há tão poucos motivos para vender quanto em bear market há para comprar!


Na small list do que vamos ter debaixo de olho no arranque de semana está a Galp. Tem um movimento similar ao da JMT, mas muito menos exuberante porque está com um caminho mais cheio de pedras. Mas na sexta-feira veio pousar outra vez na zona do vai ou racha, ali na base daquele canal ascendente dentro do qual tem vindo a navegar (comparativamente, diríamos que é como se a JMT viesse aos 13,40€). Se quebrar a linha em baixa não gostamos, mas por aqui há rácio ganho/risco que pode justificar uma investida.