30.4.16

O apagão

Última parte

E, então, falhou tudo e nós ficamos incomunicáveis e foi como se nos tivéssemos teletransportado para uma outra galáxia ou, sei lá, uma coisa assim estranha lá longe num país habitado por vegetais que caminhavam aleatoriamente, tristes como a noite e sem poderem estabelecer uma comunicação por mais rapeta que fosse, pois eram vegetais e não tinham boca nem olhos, quer dizer, nós tínhamos boca e olhos, a luz falhou mas não nos levaram partes do corpo, era o que mais faltava, mas a verdade é que melhor seria se nos tivessem levado a boca (os olhos não que faziam falta para ver as teclas) e deixado cá os telemóveis com baterias infinitas (por que diabo não inventaram baterias infinitas enquanto havia livros é algo que não consigo conceber!) para a gente continuar a enviar sms uns aos outros. Pela parte que me toca, bem que gostava de fazer alguma coisa para poder inverter a situação e pus-me a magicar, magicar e acabei por me lembrar de que podia restabelecer a comunicabilidade se fizesse sinais de fumo como faziam os índios há muito tempo atrás num filme que vi na televisão, mas só depois me dei conta de que para fazer fumo é preciso ter fogo, coisa que infelizmente se nos foi desde que falhou a luz e já não veio.


E foi então, já em desespero de causa, que me lembrei de que podia pegar num lápis (que, felizmente, não é elétrico) e escrever. E escrevi este texto.

Sem comentários:

Enviar um comentário