22.1.15

E agora...

Mergulhados em trabalho até à ponta das orelhas, mal temos tido tempo para admirar o  desempenho dos cavalinhos que botamos para correr nos mercados. Verdade que não tem sido necessário porque o senhor Draghi, em quem se pode confiar cegamente, cuidou deles com todo o carinho e alimentou-os à base de dinheiro fresco, de maneira que vão sorridentes e larocas a toda a brida, e é um gosto vê-los pular resistências como se fossem montadas de alta competição.


Todos aqueles que gostam dessa arte sangrenta que é a tourada sabem que, antes do touro saltar para a arena, sai o cavalo que dá umas voltas só para se exibir e colher os aplausos da multidão. Depois, quando o touro aparece, ao cavalo não resta outra solução que não seja a de correr a galope, de modo a não ser atirado rumo à estratosfera. Não sei se me entendem, mas eu gramava ver os meus pequeninos voar! E com o BCE a preparar-se para entregar aos mercados mais de 3000 euros para cada um de nós, mau será se não tivermos tourada à moda antiga nos próximos tempos.

Entretanto, o nosso amigo Natércio da Conceição, cético como de costume, vem perguntar-nos que efeito podemos esperar nos mercados de uma medida de produção massiva de dinheiro eletrónico como a que foi anunciada pelo BCE. E pede-nos que sejamos muito sucintos na nossa resposta porque muito francamente não está para aturar o nosso amor pela língua portuguesa. Postas as coisas nesses termos, só nos resta responder de forma gráfica. Abaixo colocamos o dito do S&P, onde marcamos a tracejado as datas em que foram anunciadas as 3 últimas doses de QE pela Fed. Analisai.


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