2.1.15

Gráficos anuais

Para post inaugural de 2015 escolhemos apresentar gráficos anuais dos índices de que mais gostamos*.

Começamos, como é evidente, pelo nosso enfadonho PSI20 (não sei se é, mas deve ser o único índice do mundo que começa por ser um embarretanço logo no nome!):


Depois de 5 anos dourados de 2003 a 2007, em que o índice inchou para o dobro, veio 2008 que levou tudo quanto Marta fiou e voltamos à estaca zero. Entretanto, tivemos uns arremedos em jeito de recuperação técnica, mas nota-se que estes 5 anos de ajuste económico no nosso país nada tiveram de técnico e foram bem reais. O país, as pessoas e as empresas ajustaram em baixa, e, como é evidente, o índice também o fez. E é um facto que a falência do BES ou a desintegração da PT, para usar dois exemplos óbvios, não se deram por causa de erros cometidos desde 2008, mas sim devido aos excessos que nos anos anteriores cravaram belas barras verdes no gráfico. E é por isso que não há nada de que nos possamos queixar: na Bolsa há comprar e há vender, há euforia e há depressão, há excessos e há ajustes! Sempre assim foi! Muitas vezes, ficamos desiludidos por termos uma Bolsa que está a passar por um momento tão fraquinho, mas a verdade é que o PSI20 reflete a realidade da nossa economia que, como todos sabemos, ficou bastante alavancada e teve que ceder. Quando o ajuste estiver completo, quando a dívida estabilizar num patamar mais confortável, havemos de voltar a subir e entrar de novo num qualquer tipo de excesso.  

Se olharmos para o nosso vizinho IBEX, vemos que o cenário foi idêntico ao nosso até ao ano passado, mas depois os espanhóis colheram o benefício de terem escapado a uma intervenção externa, o que lhes permitiu estarem a fazer um ajuste muito menos violento. Não temos a certeza de ser um cenário mais favorável no longo prazo, mas no espaço de dois anos é evidente que eles ficaram a ganhar, ainda que o desemprego continue estratosférico e a carteira do povo ande mais vazia!


No DAX temos um movimento tendencial de subida bem marcado, com subidas que superam os máximos anteriores e quedas que ficam aquém do mínimo precedente. É a marca clara de uma economia pujante que, apesar das inevitáveis crises cíclicas, mantém um crescimento consistente e fiável.


O CAC40 bem tem tentado fazer um movimento semelhante ao do vizinho alemão, mas nota-se que, desde o início do século XXI, e de forma especial desde a crise de 2008, a França está em perda relativa e o gráfico do CAC parece-se cada vez mais com o do IBEX. Não admira: a economia francesa padece de muitas das maleitas que têm afligido os países do sul da Europa


Finalmente, um gráfico anual do S&P500, o índice mais representativo da economia americana.


Estamos em crer que não há melhor imagem para ilustrar a pujança americana, em termos económicos, e porque se fala do sonho americano e não do sonho de uma qualquer outra zona geográfica do globo. Os EUA parecem estar numa nova época de euforia, como a que viveram aquando da bolha das dotcom, no final do século passado, mas o que as bolhas na América parecem ter de bom é que estoiram rápido e não deixam cicatrizes (pelo menos no corpo deles!). 

*Mantivemos nos gráficos a linha verde da EMA9 (períodos de 9 anos) e, quando há dados suficientes, a EMA21 porque, embora não lhes atribuamos neste caso qualquer tipo de relevância técnica, parecem-nos bons indicadores de sucesso ou insucesso económico: médias móveis crescentes correspondem a economias saudáveis! Também deixamos ficar o volume e o RSI, que é um indicador de sobrecompra/sobrevenda.

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