Vamo-vos agora falar de mais três papéis que nos parecem bastante interessantes no PSI20, para além do já mencionado BCP, tendo presente que, por interessante, queremos dizer que estão num momento em que vale a pena perder tempo a prestar-lhes atenção e não que darão necessariamente lucro! Aliás, se o que procuram é uma jigajoga do tipo lucro certo e infalível, informamos desde já que estão no blogue errado e o mais acertado seria se tivessem ido ao poderoso professor Karamba.
A Sonae está a negociar dentro de um triângulo simétrico que parece estar a pedir por mais um toque no suporte, isto é, nos 0,82€. Se chegar a esse valor é de comprar, partindo do princípio de que entregamos a carga a outro se virmos que arreia. Quebra da resistência em alta e temos caminho aberto para os 0,88€, sendo que a projeção da quebra da figura apontará para os 0,94€. Em nossa opinião, há maior probabilidade de a quebra do triângulo ser para cima, pelo que o trading plan passa por comprar meia posição na aproximação aos 0,82€ (se ocorrer!) e outra meia na quebra em alta, com venda na zona dos 0,94€. Os resultados anuais da Sonae são publicados no dia 16 de março e julgamos que é possível que venham bastante engraçados, dado os números preliminares, sendo que as perspetivas para o futuro também não deverão ser desanimadoras se levarmos em linha de conta o bom momento da economia nacional, o crescimento do consumo e até notícias como esta.
Aqui há uns tempos falamos da Pharol, depois de ela ter explodido 70% numa semana, e argumentamos que a galopada estava relacionada com um desfasamento entre o valor de mercado do título e o somatório dos ativos da empresa. De então para cá a Oi, que continua a negociar uma solução para a situação de falência em que se encontra, subiu mais um bocado e atingiu mesmo o máximo de um ano na passada sexta-feira. Seguindo o raciocínio que fizemos no texto de há um mês atrás, teremos uma cotação justa para a Pharol de 0,48€, 34% acima do valor a que fechou a semana. De uma forma muito aproximada, se tudo o resto se mantivesse constante, a variação da Pharol em percentagem deveria ser 3/4 da variação da Oi também em percentagem. Evidentemente, nem tudo o resto se mantém constante (por exemplo, o que a Pharol tem expetativa de receber do calote da Rioforte vai variando ao longo do tempo, bem como o valor das ações próprias que tem em carteira), nem o que sucede à Oi é exatamente replicável na Pharol. Em suma, trata-se de um título muitíssimo especulativo, mas que convém não perder de vista se o nosso objetivo é levar umas lambadas de vez em quando! Tecnicamente, não há muito que se possa dizer, mas deixamos o gráfico apenas porque sim!
Também especulativa é a Sonae Indústria de quem se aguardam resultados no dia 21 de março. A empresa parece estar bem colocada para ascender ao PSI20, facto que lhe dá um picante especial, mas acima de tudo é bem capaz de apresentar números muito aceitáveis, depois de anos e anos de prejuízos assustadores que obrigaram a um aumento de capital brutal, ao fecho de fábricas e à alienação de uma parte do negócio. A aposta forte do presidente americano na fileira industrial e a pujança do mercado imobiliário canadiano podem contribuir para pôr umas flores na performance de uma empresa que tem no Canadá uma parte significativa do seu negócio. Olhando para o gráfico, cremos que é claro o que está a acontecer. O título teve uma subida forte em setembro de 2016, que fez um máximo relativo nos 0,73 cêntimos, e agora o mercado interiorizou que esse é um valor em que deve vender, pelo que não está a ser fácil avançar. Entretanto, o fecho de semana foi o mais alto em mais de um ano mas fica um bocado a sensação que vai ser preciso um pouco mais para ir para cima! Necessitamos de um volume mais forte e talvez faça falta um aliviar da situação de sobrecompra, pelo que não será de descartar nesta fase uma correção aí até aos 69 ou 70 para ganhar balanço. Seja como for, se a virem fechar acima dos 0,73, há potencial para uma subida expressiva porque a próxima resistência é toda uma zona que vai até ao cêntimo. Abaixo dos 0,67 cêntimos o cenário fica outra vez feiote.
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