12.3.17

Família: último refúgio, uma fatalidade? (Primeiras linhas para reflexão)

Há o melhor e o pior na família. Queremos, inexoravelmente, sair ou entrar nela.

Por mais que detestemos os nossos pais e mesmo sabendo de antemão que os nossos filhos também nos vão detestar um dia, acabamos sempre por querer fundar a nossa família. A profissão de pais é uma profissão impossível e a profissão de filho é estar confrontado a indivíduos que são incapazes de serem perfeitos e ainda bem que o não são.

Vivemos na fantasia que poderíamos viver sem conflito. Ora a vida é toda ela conflito. É como andar, é uma queda constantemente evitada, mas se não houvesse queda, não haveria o ato de evitar e não avançaríamos.

Não podemos esquecer que a família não é apenas a que nos é imposta, é também aquela que construímos. E é por essa razão que hoje, reconstruída, mono, homo ou heteroparental, a família permanece, apesar de tudo, um modelo absolutamente incontornável. Porque neste mundo completamente absurdo, ter filhos é talvez a única razão de ser. Estamos condenados a ser pais.

Ter filhos dá-nos uma forma de eternidade…

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