Há o melhor e o pior na família.
Queremos, inexoravelmente, sair ou entrar nela.
Por mais que detestemos os nossos
pais e mesmo sabendo de antemão que os nossos filhos também nos vão detestar um
dia, acabamos sempre por querer fundar a nossa família. A profissão de pais é
uma profissão impossível e a profissão de filho é estar confrontado a
indivíduos que são incapazes de serem perfeitos e ainda bem que o não são.
Vivemos na fantasia que
poderíamos viver sem conflito. Ora a vida é toda ela conflito. É como andar, é
uma queda constantemente evitada, mas se não houvesse queda, não haveria o ato
de evitar e não avançaríamos.
Não podemos esquecer que a
família não é apenas a que nos é imposta, é também aquela que construímos. E é
por essa razão que hoje, reconstruída, mono, homo ou heteroparental, a família
permanece, apesar de tudo, um modelo absolutamente incontornável. Porque neste
mundo completamente absurdo, ter filhos é talvez a única razão de ser. Estamos condenados a ser pais.
Ter filhos dá-nos uma
forma de eternidade…
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