20.6.14

A marinar

Pergunta-nos o nosso amigo Idalino da Conceição o que nos está a passar pela cabeça para desampararmos a loja de forma tão repentina e inesperada. 

Citamos um extrato da carta que gentilmente nos endereçou: 

"Eu era um frequentador assíduo desta vossa instituição, e acho que o serviço que prestavam primava não tanto pela qualidade, mas antes pela quantidade, o que também é bom! Desde que abriram ao público habituei-me a cá vir todos os dias antes de tomar decisões de alto risco. Agora que não postam nada vai quase para uma semana, sinto um vazio cá dentro e já não sei que rumo hei-de dar às economias que juntei mais a Graciete. Temo que se tenham pisgado, ou coisa do género, deixando desamparados aqueles que em vós depositavam todas as esperanças de enriquecer. E do jeito que isto está, era sempre bom termos alguém em quem deitar as culpas quando dissermos em casa que as férias estão canceladas porque estuporamos a pilim todo nas ações. Assim, temo que chegue o dia em que a Graciete me acerte o passo ou coisa que o valha e me deixe para aí manco ou desfigurado e se me acabe a vontade de correr riscos desnecessários. Se vos deu para a preguiça, reconsiderai que é um favor que vos peço!"

Começamos por agradecer o contacto do ilustre amigo Idalino, dizendo que muito nos honra a confiança que em nós deposita. Em boa hora nos endereçou a sua missiva (o Idalino é proprietário de ações dos CTT e é por isso que opta por comprar selos) que, para além de ser um tónico para nos mantermos ativos, é origem de responsabilidade que arcamos com alegria e sentido de dever.

Gostávamos de começar por explicar aos amigos desta casa e a todos aqueles que dão a alegria de nos visitar que a nossa vida não é esta e só cá vimos mandar larachas quando não temos mais nada que fazer, de maneira que quando o serviço aperta não estamos nada para aqui viramos.

Por outro lado, investir na Bolsa não é como ir à missa em que se não forem é certo que acabam no inferno. À Bolsa não precisam de ir todos os dias, nem sequer uma vez por semana. Na realidade, basta-vos ir quando a coisa estiver com um sentido definido e não adianta de nada andar a perder tempo e ganhar chatices desnecessárias se não houver um racio ganho/risco que compense o desassossego. Entrar curto neste momento em que as bolsas mundiais rondam máximos históricos só passa pela cabeça de jogadores de casino; apostar longo no PSI20 carece de sinais mais fidedignos. Resta-nos ficar a assistir calmamente, preservando o capital, vendo uns jogos de bola, rindo com a nossa seleção e mantendo a cabeça fria. Haja saúde e alegria. 

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