24.4.17

PSI20

É sabido que o mercado passa do medo mais caganeiro à mais estrambólica euforia, e vice-versa, em menos de um fósforo, mas ninguém pode assegurar que esteja preparado para assistir a uma demonstração ao vivo deste tão tradicional modus operandi.


Eu, que ando nisto vai para mais tempo do que gostaria, digo-vos que ainda consigo ficar banzado quando vejo o mercado a virar frangos como se não houvesse amanhã, tal como calhou suceder hoje. 

Ao que consta andava tudo tolhido com medo de que os extremistas pudessem passar à segunda volta nas presidenciais francesas, a saber, que os franciús estivessem tão avariados do capacete que metessem a Le Pen e o Mélenchon na eleição de 7 de maio. Quando falamos sobre o assunto, feitos néscios, andamos a dissertar acerca da hipótese de podermos vir a ter a Frente Nacional a demolir a UE, mas ao que vimos hoje ninguém verdadeiramente creu nessa hipótese. Com o outro extremista, o de esquerda, fora da corrida, o mercado dá como certo que a partir de 7 de maio continuaremos alegremente no business as usual e está posta de parte a hipótese revolucionária, sempre tão amiga da incerteza. 

Resta o animal coreano, que à parte ser muito provavelmente o maior filho da puta atualmente no ativo a nível global (falamos apenas dos pequenos filhos da puta e que são ao mesmo tempo entidades singulares) é um caso sério de mania das grandezas e um bluffer tão mirabolante que mete mesmo medo. E o pior é que, do outro lado, está o maior filho da puta de entre os grandes filhos da puta na definição de A. Pimenta e o nosso problema era nenhum, não fosse o caso de a estes filhos da puta ignorantes poder mesmo dar na puta da veneta testar o arsenal nuclear. Bem, mas afasto-me do tema!


Sobre o PSI20, curiosamente, até nem temos muito a dizer que não tenhamos dito já aqui. O teste lá abaixo à zona dos 4850-4900 correu conforme o previsto, e agora ficamos a aguardar para ver se vamos ter força para, com mais ou menos tropeção, irmos testar os 5300 ou se ainda vimos para baixo fazer um novo reteste ao suporte só para se ter a certeza (houve quem tivesse ficado um bocado deslavado por hoje não termos fechado acima dos 5000 pontos, mas parece-nos questão de somenos importância: o tiro era longo demais e mamar 2,5% num só dia é biscate para que o nosso pequenote está pouco talhado; aflige-me um bocado mais o volume que continua meio anémico e precisava de mais umas pazadas). De qualquer das formas, estou em crer que só veremos volume a sério a partir dos 5300 pontos, valor a que tomarão posição os que gostam de ficar com elas para o longo prazo, pelo que conto com ainda uma certa turbulência até que esse valor seja atingido. Seja como for, a menos que os americanos resolvam que têm que lidar com a Coreia do Norte desde já, parece-nos cada vez mais válido que, num ambiente de máximos históricos na Alemanha, com crescimento económico, inflação controlada, juros a ceder e, acima de tudo, resultados das empresas a mostrar que as ações tugas andam baratas, parece-nos válido, dizíamos, que o PSI20 possa ter deixado para trás o bear-market e seja razoável começar a pensar em alargar os prazos de negociação.


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