Que marca deixaremos nos outros
quando já não estivermos cá?
Para o herói de John Williams, a
resposta é desconcertante:
“William Stoner entrou na Universidade do Missouri em 1910, aos
dezanove anos. (…) Os colegas de Stoner, que não lhe tinham uma estima por aí
além quando era vivo, raramente falam dele agora; para os mais velhos, o nome é
um lembrete do fim que os espera a todos e, para os mais jovens, é um mero som
que não evoca qualquer noção do passado nem qualquer sentimento de
identificação quer em termos pessoais, quer em termos de carreira”.
Assim enceta o romance. A
pergunta que se impõe logo ao leitor exigente é: se o homem não fez nada de
extraordinário (positiva ou negativamente), para quê dedicar-lhe um romance? A resposta
para o leitor paciente é dada pela própria personagem no final da sua vida, “Estavas à espera de quê?”.
Todo o
mistério está então aí, ao alcance de todos.