As 1300 milhões de vitaminas que os acionistas benévolos enjorcaram no BCP já estão a fazer maravilhas no PSI20 que, como bem diz o João no seu post, teve uma galgada capaz de colocar na dúvida o mais contumaz defensor da eutanásia!
O que é que isto nos ensina?
Que devemos acreditar até ao último suspiro (e mais além) porque nunca se sabe que pílulas sintéticas existirão por aí à espera de serem inventadas (não sei se o CDS já se lembrou desta tão ajuizada linha de argumentação)!
Siga!
O que releva é que o nosso amiguinho venceu da forma brilhante a resistência má de que tínhamos falado aqui! Se é suficiente para convencer os medricas e os que olham para o mau aspeto dos juros da dívida com ar pesaroso, por ora, só os adivinhos serão capazes de dizer, mas a alegria com que os investidores confiaram o fruto do seu trabalho ao 10º AC do BCP dos últimos 10 anos deixa-nos na crença de que é possível que o arrojo se estenda ao resto do mercado. Era de rir!
Dos números divulgados pelo banco, o que mais nos chamou à atenção (para além da afluência massiva ao peditório) foi a falha da Fosun em atingir os 30% com que se tinha comprometido. Não é por nada, mas têm de concordar connosco que isso explica porque atiramos um bocado ao poste no preço de negociação dos direitos. É um facto que se os chineses cumprissem com o prometido tinha havido uma pressão compradora muito mais engraçada!
Agora o futuro!
A Fosun vai precisar de 900 e tal milhões de ações para atingir os 30% e a Sonangol de quase outro tanto só para chegar a 20%. É muita ação, e podemos ser levados a pensar, portanto, que não faltará quem ampare forças vendedoras mais efusivas. No entanto, ações do BCP é coisa que não vai faltar no mercado a partir do dia 9 de fevereiro (são 15 mil milhões, o que é quase um ano-luz), e fica-se com a ideia de que se chineses e angolanos não reforçaram já, não foi porque não pudessem, mas sim por acharem que podiam comprar mais barato. Finos! Aliás, há muita gente a pensar que os resultados que serão apresentados no dia 6 de março poderão servir para dar uma sacudidela maior nas imparidades (na sequência do que fez a CGD) e que o mercado poderá por-se a jeito para quedas antes desse dia.
Quanto a contas, quem tinha ações antes e foi ao AC tem-nas a valer Y:
Y = 0,08816 + 0,06253X
onde X é a cotação de compra pré-AC.
Por exemplo, os que compraram no dia 9 de janeiro (dia anterior ao anúncio) estão a ganhar 9,6% à cotação de fecho de sexta-feira. E imaginando um preço médio para os direitos de 80 cêntimos, temos quem só entrou dessa forma no banco com um lucro de 14% (os arrojados que compraram no fecho da negociação dos direitos estão a ser recompensados com quase 27% de subida)!
Por outro lado, resolvendo em ordem a X, ficamos a saber que a cotação de fecho de sexta-feira corresponde a 1,275€ pré-AC.
O que é que estes números nos dizem?
A olho nu? Que os chineses e angolanos são bem capazes de conseguirem comprar mais barato se mantiverem a calma (e calma não lhes tem faltado), ainda que seja evidente que o banco resolveu uma grande quantidade de problemas com este sacanotas tão bem sucedido!
Entretanto, o gráfico ficou menos desengraçado, mas eu não olhava muito para ele até que esta história do AC ficasse resolvida:
Só porque falamos de banca e dissemos de nossa justiça na semana passada, vejam como ficou o gráfico do BBVA:
Não sei, amigos, que dizem? Até ver, acho que já merecíamos um jantar!
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