10.1.17

10 dias, 7 sessões, 6 quedas

Referimo-nos, obviamente, ao nosso martirizado PSI20, essa autêntica máquina de torrar cacau e causar insónias. Desde que falamos dele no início do ano, a coisa avinagrou um bom bocado e o pastor não teve vergonha nenhuma em voltar cá para baixo até ao nosso suporte, em menos de três tempos, colocando-se a toques para receber guia de marcha rumo ao voo picado. 

É evidente que o comportamento dos juros da dívida está diretamente relacionado com toda esta azeitice e, assim a olho nu, parece um exagero dos grandes o otimismo do nosso ministro Centeno. 


Digo-vos já que não sou nada dado a teorias da conspiração e muito menos sou indivíduo para andar pra'í a dizer mal deste ou daquele, mas juro-vos que me tem passado pela cabeça que são os totós que ficaram sem 2000 milhas quando o Costa do BP passou obrigações seniores do BES para o banco mau que andam aí a ver se nos fazem a folha. Essa gente é barra pesada e obviamente não gostou nada que lhes fossem ao cortiço (quem gostaria?), de modos que têm estado na toca à espera de engendrar a maneira de nos fazer ver o erro que cometemos. E a oportunidade apresentou-se quando a inflação alemã veio alta pa burro e toda a gente percebeu que, de acordo com o seu mandato, o BCE ia ter que aliviar o QE: é de lei. Acima de tudo, é uma questão de princípio: com os trambolhos que nadam em papel ninguém se deve meter e sempre que um mano (mesmo que seja um parceiro para lá de desesperado) se arroga nesse direito é mandatório esmagá-lo como piolho que é, a bem da convivência sadia entre ricos e pobres. Portanto, o bom do Centeno bem pode esperar que a economia suba (e nós bem nos podemos pôr com mil e uma teorias para o motivo pelo qual os nossos juros estão a 4%, com os da Espanha a 1,5, os da Irlanda a 0,9 e os gregos a 6,9) que, no fim, pusemos-nos nas mãos de gente de rebiralho e isso raramente é saudável! Claro que vão-vos falar do Trump, da subida da dívida americana, da incerteza mundial com o Brexit, os italianos e a le Pen, da reversão das medidas, dos reis magos e mais não sei quantas esquinas bicudas que se nos oferecem no caminho, mas eu, que nem sou de ideias feitas, laboro nesta ideia de que estão a acertar contas connosco.

Com a coisa no pé em que está, dá a ideia de que 2017 se apresenta desde já como o ano do desiderato. A solução para esta tanga toda, meus amigos, é preciso reconhecê-lo não depende de nós: vendemos empresas, demos cabo do emprego, vivemos uma recessão do caraças e a dívida só subiu e os juros seguem o mesmo caminho. Portanto, só um cego não vê que vai ter mesmo que ser a renegociação da dívida e a coisa faz-se de uma maneira muito simples e que toda a gente já percebeu qual é: a percentagem de dívida que está no BCE vai ter que ser pagar a 50 ou 100 anos e do resto tratamos nós! E não se deixem enganar por quem diz que há isto e há aquilo e num sei que mais. Mandai-os... àquela banda! Precisamos de gente que comece a minar para que isso seja feito e quanto mais cedo melhor e também não liguem nada a quem diz que as opiniões públicas vão... num sei quê. Quem lá está sabe que há mil e uma maneiras de matar pardais e se vocês fizerem a coisa bem feita até a pardalada fica contente! Enquanto isso não acontecer estamos na mão desta tropa fandanga e vamos vivendo a nossa vida triste como a noite convencidos de que somos uns gajos super culpados porque vivemos acima das nossas possibilidades e não nos soubemos governar.  

Depois do desabafo, quanto ao PSI20, eis o que tenho a dizer. Vejam no gráfico que é melhor:


Não conseguiu fazer higher high e voltou para baixo, mais rápido do que o Amílcar das gaiolas, viajante intergalático e perfurador da crusta terrestre. Amanhã, se desce, penetra no subsolo e entrega o ouro ao bandido, de maneira que, não sabemos muito bem como, mas no fecho da sessão vai ter que estar a subir, sob pena de termos um acelerar das quedas! 

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