2.1.17

Sonae Indústria

Perguntam-nos pelos títulos em que mais apostamos para negociar uma possível ida do PSI20 para cima, mas julgamos que é despiciendo estar a gastar mais o teclado, sem dizer nada de muito relevante: se derem uma vista de olhos nas mensagens anteriores do blogue vão encontrar muitas situações que se mantêm perfeitamente atuais. Curiosamente aquele em que mais dúvidas temos é o BCP que nos falhou na última especulação e agora nos mantém entre isto e isto (é só escolher).


Mas podemos juntar mais uma à nossa cartilha. Se houver subida da grossa, são as small caps as que saem normalmente mais a ganhar, pelo que é sempre de bom-tom mantê-las debaixo de olho, e evitar ao máximo sermos preconceituosos ao ponto de achar que elas são pouco mais que lixo. Algumas são, de facto, mas isso nunca foi impedimento para dobrarem ou triplicarem de valor!

A Sonae Indústria é a verdadeira Sonae que opera na indústria dos contraplacados, revestimentos e soalhos de madeira. Trata-se da empresa original de Belmiro de Azevedo, e cujo chairman é o Paulo da SGPS. A empresa deu prejuízos durante imensos anos porque, tal como muitas empresas portuguesas, achou que tinha que ser a maior do mundo na arte em que laborava e, a dada altura, estava a produzir muito acima das necessidades do mercado, pelo que, obviamente, esbardalhou-se toda. Para terem uma ideia, lembro-me de a ter negociado na casa dos 11 euros e agora, embora tenha havido práli um AC pelo meio, está a cotar nos 0,62 cêntimos (eia!). Entretanto, fez um lance evidentemente desesperado com uma empresa sul-americana em que cedeu uma parte do negócio (passou os ativos de 1000 M€ para 363 M€) e amortizou dívida (de 570 para 217 M€), tendo apresentado resultados que não colocam de parte a hipótese de, por fim, voltar aos lucros (ainda que o mercado tenha provavelmente ficado confuso e à espera de ver o negócio totalmente consolidado)! A empresa está avaliada em 70 milhões de euros e tem negócios em Portugal, Espanha, América do Norte, Alemanha, Reino Unido, França e uns quantos outros países. 

Tecnicamente está assim:


Achamos que não andaremos muito longe da verdade se dissermos que a quebra dos 70 décimos de cêntimo a coloca a caminho do cêntimo onde pode levantar verdadeiramente voo (aliás, é curioso dizer que acima do cêntimo, a empresa fica elegível para entrar no PSI20, porque valerá mais de 100 M€, o que lhe dará, por certo, um gasão dos diabos).


Abaixo dos 0,57 cêntimos esqueçam (reparem como está catita o rácio ganho/risco).

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