10.1.17

Novo AC do BCP 2

Depois de uma noite de sono retemperador (haverá maior prova de que não temos BCP?) e com a água quentinha do chuveiro pela cabeça abaixo é que brotam as melhores ideias e, no que a este assunto diz respeito, as ideias que brotaram são as que se seguem:
  • O AC é, de facto brutal, e implica um enorme reforço de capital por parte dos atuais acionistas que, ainda por cima, têm que confiar que, desta vez (que é para aí a 15ª vez que eu me lembre) será diferente;

  • O AC não é surpresa para ninguém e nós próprios falamos aqui dele várias vezes ao longo do ano passado, ainda que o presidente do banco andasse a negar essa possibilidade;
  • A cotação do BCP passou o ano todo a ajustar a este AC, daí parte da explicação para a queda de 70%.
  • Embora seja quase suicida dizer-se que desta vez é diferente, a verdade é que o banco tem gente nova por detrás da direção, gente que investiu capital fresco e está disposta a investir mais, e que, com toda a certeza fez o trabalho de casa;
  • No negócio do NB são oferecidos 750 M€ contra uma garantia estatal de 2000 M€, pelo que será lógico assumir que quem compra está a contar em fazer dinheiro desde que tenha quem lhe pague 1250 M€ de desfalques. Não será muito estranho que se imagine que o BCP conseguirá começar a fazer dinheiro com um AC em que vai reunir 800 M€ para reforçar o capital (500 milhões pagam os CoCos restantes - 250 M€ foram aceites ontem pelo BCE)
  • Tudo somado, tendo evidentemente em atenção as manobras do período que se segue, em que se espera uma grande volatilidade, somos em crer (somos crentes!) que isto é capaz de acabar... bem!
Se me é permitido um conselho, cuidado com os movimentos demasiado exuberantes: tenham calma e mantenham o sangue frio (quem aguentou até agora...) - com a disponibilidade de tantos bancos para injetar dinheiro, está fora de questão por ora uma situação de falência e há a possibilidade real de, se a economia ajudar, termos, a prazo, uma inversão da trajetória descendente do banco.

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