É que, não só os
depositantes não necessitavam de andar com metal pesado nas carteiras, pois
podiam limitar-se a trocar pedaços de papel, como também a atividade de
prestamista podia ser levada a cabo com notas do seu banco.
Claro que, para que isso
fosse possível, era necessário que as pessoas tivessem a certeza de que, sempre
que assim o entendessem, podiam pegar nas notas que possuíam e apresentar-se no
banco para receber o ouro correspondente em troca e que esse ouro seria
entregue sem a mínima hesitação. A isso chamava-se confiança, um ingrediente
sem o qual a actividade bancária estaria arruinada, como o nosso banqueiro não
tardaria a perceber.
O ser humano é, como
sabemos, um animal estranho. Inicialmente, tem medo e mantém-se na defensiva,
mas se o sucesso despontar, vem a confiança que, cedo, se transforma em
ganância.
O banqueiro da nossa
história, que é afinal uma imagem de todos os banqueiros da História, vivia
angustiado com um problema. A quantidade total de ouro na posse dos seus
clientes era, obviamente, bastante limitada. Afinal de contas, o ouro é um
metal precioso, entre outros motivos, porque é bastante raro. De maneira que
chegaria o momento em que, inevitavelmente, o seu negócio estagnaria, porque
não haveria mais ouro para captar e, dessa forma, os empréstimos teriam que
cessar. Tanto matutou sobre o assunto, tanto refletiu, que, a dada altura a
solução apareceu-lhe na forma de epifania. E se…
Sem comentários:
Enviar um comentário