Claro que, quanto mais
emprestasse, maiores seriam os lucros, mas para emprestar com segurança,
necessitava de captar a maior quantidade de depósitos possível. Por esse
motivo, o ourives, que nesta altura do campeonato já se havia transformado
naquilo a que mais tarde se viria a chamar um banqueiro, acabou com a cobrança
de renda pelo espaço que os aforradores usavam no seu cofre, o que,
evidentemente, convenceu mais gente a entregar-lhe as respetivas economias.
Mais tarde, quando todos perceberem que o negócio é bom, e o ourives está a
enriquecer, outros construírem cofres e a concorrência apertar, o nosso homem
ver-se-á obrigado a partilhar parte dos lucros que obtiver com quem o escolher
e passará igualmente a pagar juros. Mas por ora, tal ainda não é necessário.
Entretanto, com a riqueza
que for acumulando, o ourives/banqueiro pode, não só construir outros cofres e
expandir o negócio para outras cidades, mas também diversificar os produtos que
comercializa, investindo em outros tipos de matérias-primas, financiando e
tornando-se acionista de empreendimentos, ou criando redes de distribuição e
transporte de dinheiro que lhe permitissem lucrar com taxas de câmbio. Quando
chegar ao ponto de financiar o próprio rei e, por inerência, o estado, estará
em condições de influenciar a situação política e terá caminho aberto para se
tornar num magnata.
Sem comentários:
Enviar um comentário