26.8.16

Going east

De Copenhaga passa-se para a Suécia pela ponte sobre o estreito de Oresund e chega-se a Malmo. 

Se é mesmo verdade que não há uma segunda oportunidade para deixar uma primeira boa impressão, então os suecos pareceram-nos um bocado menos amistosos que os seus colegas viquingues da cruz sobre fundo vermelho: poucas falas, sorrisos mais difíceis e um ar um tanto ou quanto mais sofrido. Até parece que as vendas do IKEA ou da Volvo não estão a correr de feição ou que têm uma dívida de cento e trinta e tal por cento do PIB para amortizar! Sem embargo, aparecem também bem colocados nos índices de felicidade mundial, pelo que a má cara é certamente resultado do mau feitio ou nós é que tivemos azar!

Tirando isso (chega a ser um preciosismo) a saída da estação central de Malmo causa boa disposição e se há coisa que tudo cura é deparar com um lote de suecas de belo porte e estampa a pedalar a todo o vapor sobre um fundo de belo recorte histórico.





Na Suécia já se consegue comer a preços mais honestos e é até possível encontrar pratos do dia a onze euros na zona central: por esse preço, um Wiener Schnitzel passa por leitão da Bairrada.


Do que há a ver em Malmo destacaríamos as duas praças centrais, o Lilla Torg e o Stortoget,


o castelito e a igreja de S. Pedro,



e, claro está, esse portento de arquitetura que é o Turning Torso:



À volta do prédio, os suecos tem andado a engendrar uma espécie de parque das nações e o resultado, por ora, é o que se segue:













Muito verde e o Báltico para molhar os pés, enquanto se aproveita o tempo livre que sobra do horário de trabalho de 6 horas semanais que estes oxigenados hiperprodutivos andam a experimentar: noutra vida, não me importava de ser sueco!

Este assunto da produtividade, da riqueza e da felicidade dá pano para mangas e continua a ser um mistério como é que nós, os portugueses, somos tão pouco produtivos e, consequentemente, dependentes de ansiolíticos. Já nos disseram que o problema está nas baixas qualificações e na falta de maquinaria (que suecos e alemães, p.e., têm em abundância) para produzir mais em menos tempo, mas a mim parece-me mais que o problema tem origem na nossa grande dificuldade de concentração (genes?). O assunto não é para agora, porque não se fala nisto enquanto se anda no laró, mas olhem para a forma como os chavalos suecos, dinamarqueses ou finlandeses aprendem na escola. Ainda crianças e já quase todos dominam línguas, têm conhecimentos de matemática e de história com que nem sonhamos e quase não precisam de fazer T.P.C. São mais finos que nós? Não nos parece: simplesmente, percebem a importância dos assuntos e estão concentrados na hora de aprender! Nós temos manuais escolares magníficos, escolas impecáveis, professores profissionais e bem formados, apoios escolares para todos, pais preocupados, e, mesmo assim, quantos saem da escola a dominar inglês ou quantos têm notas decentes em exames de matemática ou FQ que mais não são do que testes corriqueiros de cultura geral? E isto que se passa na tenra idade, na escola, é nosso e causa mossa.

Siga o pagode... com os ABBA!

Sem comentários:

Enviar um comentário