Foi quando começaram a surgir
notícias de refugiados sírios a acorrer à Europa que se lembrou que essa era
uma parte do mundo onde ainda não tinha estado. Que grande conhecedor de
capitais se podia demitir de conhecer Damasco, talvez a mais antiga de todas?
Quando anunciou o projeto nas redes sociais não faltou quem o avisasse de que o
momento não parecia o mais propício, por causa da guerra e dos fanáticos do
Daesh, e a verdade é que esteve mesmo a pontos de adiar a jornada, ah!,
viagenzinha mais desconfortável e sem-graça!, mas a coisa tinha sido anunciada
e desistir era dar parte de cagarola e, portanto, inaceitável! Tirando o voo
até Chisinau (outra capital), evitaria os aviões que podiam ser alvo de mísseis
terra-ar e faria um trajeto em S, a varrer: Macedónia, Arménia, Israel. A
passagem pela Síria ia ser feita na esgalha, numa pick-up alugada no Irão, o que tinha o defeito de ter que voltar
para trás por causa dos custos incomportáveis (meio ano a repor mantimentos) do
drop-off, mas trazia a vantagem de
subir o score com dois marcos importantes: a Jordânia e o Iraque (quem se não
ele iria a Bagdade tirar um retrato?). Foi e viu tudo. Deve ter visto inclusive
o Sukhoi-34 russo a aproximar-se e a largar a bojarda assassina em território
inimigo. Ficou em papas. Ulisses partiu para a última viagem, aquela de que
ninguém escapa, e agora deve andar a colecionar as capitais do paraíso celeste,
se é que existem (as capitais)!
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