1.8.16

O capital ista - parte 2

Na Universidade foi de Erasmus para a Holanda, três meses de pouco estudo e muito dinheiro investido em comboios e solas de sapatos. Aproveitou e conheceu Amesterdão, Bruxelas, Berlim, Copenhaga, Luxemburgo, Praga, Viena, Budapeste, Berna, Vaduz, Ljubljana, Bratislava, Varsóvia, Zagreb e Londres. Conhecer é capaz de ser um pouco exagerado, porque às vezes mal dava tempo para pôr um pé fora da estação, entrar num minimercado, traçar uma bucha e um pacote de leite achocolatado, sentir o ambiente, cheirar o ar e voltar a abalar. Num assomo de loucura embarcou para Reiquiavique e voltou no dia seguinte, maluco da cabeça por não ter visto o pôr-do-sol, e com a pele gretada do frio polar para que não ia preparado. Claro que havia localidades de que era fundamental trazer um atestado de presença, como daquela vez em que teve de esgalhar da estação até ao Manneken Pis só para tirar uma foto, ou quando subiu, a deitar os bofes, a escadaria da Siegessäule para obter uma panorâmica de Berlim. Isso era uma prova irrefutável de presença, um autorretrato com a landmark em pano de fundo. 

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