Na Universidade foi de Erasmus
para a Holanda, três meses de pouco estudo e muito dinheiro investido em
comboios e solas de sapatos. Aproveitou e conheceu Amesterdão, Bruxelas,
Berlim, Copenhaga, Luxemburgo, Praga, Viena, Budapeste, Berna, Vaduz,
Ljubljana, Bratislava, Varsóvia, Zagreb e Londres. Conhecer é capaz de ser um
pouco exagerado, porque às vezes mal dava tempo para pôr um pé fora da estação,
entrar num minimercado, traçar uma bucha e um pacote de leite achocolatado,
sentir o ambiente, cheirar o ar e voltar a abalar. Num assomo de loucura
embarcou para Reiquiavique e voltou no dia seguinte, maluco da cabeça por não ter
visto o pôr-do-sol, e com a pele gretada do frio polar para que não ia
preparado. Claro que havia localidades de que era fundamental trazer um
atestado de presença, como daquela vez em que teve de esgalhar da estação até
ao Manneken Pis só para tirar uma foto, ou quando subiu, a deitar os bofes, a
escadaria da Siegessäule para obter uma panorâmica de Berlim. Isso era uma
prova irrefutável de presença, um autorretrato com a landmark em pano de fundo.
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