Do Suriname virou para o
Pacífico, entrou na Amazónia, que atravessou à catanada, e mergulhou nas águas
do rio negro em Barcelos, subiu a Bogotá e foi raptado por traficantes que o
confundiram com um atleta de renome mundial, tão rico que tinha vindo para os
Andes preparar a maratona das olimpíadas. Quando perceberam que se tratava de
um pé rapado e que não tinham sequer a quem pedir resgate, soltaram-no em
Quito, o que foi um duplo favor que lhe fizeram! Desceu a costa oeste, curvou
na Argentina e subiu até Brasília. Nem uma capital falhou e agora podia dizer
que tinha passado por todas e tinha visto tudo! Do Brasil apanhou um avião para
casa com escala em Otava, onde esteve um par de horas: aeroporto, cidade,
aeroporto, na gáspia, a penantes, em busca da foto certificadora. Conseguiu-a. Quando
chegou cá era um homem feliz: Ulisses o conquistador da América! Fizera o
roteiro das capitais em quinze dias de jornada, mas tinha visto tudo e sobre
tudo tinha mais do que legitimidade para opinar. O Canadá é um assombro, uma
terra de cultura e delícias, as Honduras de cortar à faca e têm sorte se não
vos fizerem às postas, se gostam de praia, não é bom pensarem em ir à Bolívia,
e de Buenos Aires a Montevideu a melhor forma de passar é a nado, através do
Río de la Plata, pois evitam engarrafamentos bastante enfadonhos!
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