Em tempo de férias, repomos uma das nossas histórias didáticas, publicada pela primeira vez faz agora 2 anos.
História nº 1 (primeira parte)
Era uma vez um ourives que vivia numa cidade distante, há muito, muito
tempo atrás. Nesse tempo, o mister do ourives era converter o ouro e a prata em
adornos que lhe acrescentassem valor, de modo a que pudessem ser trocados, com
lucro, por mais metais e pedras preciosas. Mas como lidava com produtos que
toda a gente desejava ter, o ourives vivia numa permanente aflição, com medo de
salteadores que lhe descobrissem o buraco onde escondia os bens que produzia e
as matérias-primas que ia comprando. Foi por isso que, a dada altura, se decidiu
a canalizar parte dos lucros que obtivera para a construção de um cofre sólido
o suficiente para desanimar os ladrões.
Quando, finalmente, deu por finalizada a empreitada, o nosso ourives não
se coibiu de fazer saber a todos os habitantes da cidade e arredores o quão
inviolável era o cofre que tinha construído, de modo a que, chegando a notícia
aos bandidos, estes desanimassem de o tentar assaltar.
Mas a publicidade teve um outro efeito que o ourives não antecipou: os bons
cidadãos que tinham algumas economias guardadas em casa debaixo do colchão,
também tinham medo de ser assaltados e perceberam que era ótimo se pudessem
arrendar um espaço no cofre do ourives para lá as colocar em segurança. Foi
assim que o ourives passou a receber as economias dos seus vizinhos, a quem
passava um recibo sobre o peso do ouro e da prata que guardava e de quem
recebia uma pequena renda pelo aluguer do espaço. Quando alguém precisava dos
bens que o ourives guardava, para fechar um negócio, só tinha que se dirigir ao
cofre e recebia a mercadoria contra a apresentação do recibo.
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