5.5.14

COMENTÁRIO


O BCP acaba de apresentar os seus resultados do 1º trimestre do ano.

Em termos de resultado líquido tivemos um prejuízo de 41 milhões de euros (152 milhões de prejuízo há um ano), o que compara com as previsões dos analistas:


BPI -64 milhões (reviu no final de março o price target de 24 para 30 cêntimos);
Nomura -59 milhões;
CaixaBI -57,8 milhões.
Variação trimestral em cadeia: +71,3%

Variação homóloga: +73,0%


Quanto a outros indicadores, temos:


- Produto bancário a subir 23%
- Margem Financeira a crescer 32%;
- Crédito em Risco a descer de 13,8% para 11,7%;

- Custos Operacionais / produto Bancário a cair de 70,9% para 55,1% (excelente!);
- Venda de 544 imóveis no trimestre (menos 9% que no trimestre homólogo de 2013) por um valor 29,3% mais alto (53 milhões de euros);
- Racio Core Tier I da EBA da aumentar de 9,6% para 11%.


Por outro lado, o Banco propõe-se reembolsar o estado em 400 milhões de euros (dos 3000 com que foi ajudado) tão breve quanto possível, o que vai permitir reduzir os respetivos juros.

À primeira vista, não tenho dúvidas absolutamente nenhumas de que se trata de ótimos resultados e uma agradável surpresa! 

Creio mesmo que, mais do que toda a conversa sobre melhoria da economia que temos ouvido nos últimos tempos, são estes resultados de um banco de referência que melhor demonstram como estamos no bom caminho em termos de recuperação económica e, a prazo, financeira.

Onde já sou capaz de ter mais dúvidas é no comportamento da ação amanhã em bolsa. É que o banco já subiu para cima de 200 % (triplicou!) em menos de um ano. E desde a apresentação de resultados do ano 2013, quando Nuno Amado anunciou que iria apresentar lucros no exercício de 2014, a subida vai em quase 40%. Creio que estes resultados vêm explicar porque subiu tanto, de maneira que pode haver alguma hesitação amanhã por já estarem descontados na cotação.

Agora é olhar para o futuro. E aqui penso que a conferência de imprensa trouxe alguns dados adicionais relativamente ao pagamento dos cocos e houve alguma pressão para que o Governo conceda o deferimento fiscal. Por outro lado, tornou-se mais evidente que haverá lucros este ano (aliás, já os haveria neste momento se não tivessem existido impactos negativos extraordinários).


Somando tudo, e atendendo até ao aspeto técnico do título, e às revisões em alta dos price targets que se vão seguir, diria que teremos máximos do ano em breve! 

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