10.5.14

No jornal Expresso de hoje o Pedro Santos Guerreiro aponta como uma possibilidade para colmatar o rombo de um possível chumbo do Constitucional ao corte das pensões e de salários na FP, o aumento de impostos já admitido pelo PPC, mas acrescenta a nuance de a coisa poder passar pelo método proposto por Miguel Cadilhe: um imposto único sobre o património aplicado de uma só vez, como se fosse penicilina na nádega. 

Ninguém gosta de pagar produtos que não leva para casa e os impostos enquadram-se nessa categoria, mas  para o comum dos trabalhadores e assalariados, como a maior parte de nós é, um imposto desse tipo era trigo limpo farinha de amparo: íamos pagar tuta e meia porque património é coisa que ignoramos o que seja sabemos. Agora, para os mais grandalhões do recreio, os tipos que batem em todos os que se metem com eles, cheios de cartima e de pujança financeira, a pílula era um trambolho duro de engolir. Tão duro que alguns eram rapazinhos para pegar nas trouxas e abalar ao mínimo indício de que o medicamento tinha que ser tomado.  

Como sabem, nesta coisa dos mercados financeiros, a verdade é atributo que não faz parte dos pré-requisitos; basta a dúvida e a sua irmã: a incerteza. Eu não sou adivinho nem ando pelos passos perdidos da Assembleia à cata de novidades bombásticas, mas não gostei nada de ver ontem de tarde o povo a largar ações de banca como se houvesse fogo na igreja durante a missa cantada.

Pode ter sido só uma quebra técnica, podem ser os resultados do BES (e correspondente aumento de capital), pode ser a saída em regime de liquidação total do Barclays, pode ter sido um movimento perfeitamente natural num dia normal de PSI20, mas a mim pareceu-me gente a fugir... De quê?!   

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