Depois do bom fecho americano na sexta-feira e de um fim de semana sem novidades de maior na grande dor de cabeça atual em matéria geopolítica que é a questão ucraniana, é de admitir uma abertura em alta no PSI20, até porque a grande queda da última sessão da semana passada poderá aguçar o apetite dos caçadores de pechinchas.
Mas todos os cuidados são poucos e, nestes momentos, manda o bom senso e a experiência que fomos adquirindo que devemos exigir pouco dos mercados e aceitar, reconhecidos, o que ele nos dá de boa vontade.
Na banca, por exemplo, a semana que passou, com quedas repentinas, inesperadas e violentas, foi bastante ingrata para os que estavam investidos do lado errado do mercado (sim, porque, como veremos mais lá para a frente, há sempre um lado certo e um lado errado para se estar investido, independentemente de o mercado subir ou descer).
Olhando para trás, acabamos por constatar que, de facto, até não faltaram motivos, como concluímos em posts anteriores. Mas, como se não bastassem, deixamos mais dois, não para vos tirar o sono, evidentemente, mas para que possam decidir com maior propriedade:
- O BANIF que é público que anda de mão estendida a ver se aparece uma alma com desejos de subir aos altares que lhe acuda (nem a Guiné Conacri se decidiu a avançar), resolveu partir para a opção de último recurso: um aumento de capital. A manobra, ainda que profundamente destruidora de credibilidade nesta altura do campeonato, costuma ter sucesso garantido, uma vez que acaba sempre por atiçar os desejos de quem vê valor nos baixos preços a que a coisa é posta à venda. Desta vez nem negociação de direitos vai haver, para não termos o drama de os preços baixarem para valores em que não haja comprador (acreditem ou não, isso já aconteceu no último aumento de capital do BPI). Mas pior para os acionistas do banco do que o aumento de capital, onde só vai quem quer, foi o anúncio de que vai ser feito um reverse stock split: as ações do banco vão ser divididas por dez, com o seu valor a ser aumentado na mesma proporção. Em teoria fica tudo igual: quem tem ações fica com dez vezes menos, mas elas, em vez de valer 0,0104€, vão passar a cotar a 0,104€. O problema vem depois: como o valor sobe, passam a existir vários motivos de ordem psicológica para muitos investidores venderem o que, em praticamente todas as situações em que a experiência foi testada, deu queda da grossa. Eu, se tivesse BANIF, tomava medidas!
- Depois do Barclays, que apesar de agora estar a gritar a plenos pulmões que quer vender e jamais lhe passou pela cabeça fugir (é preciso que haja quem compre), aguardem pelo BBVA que, dizem-nos de fonte segura, já só tem 5500 milhões de depósitos em caixa, e não vai ter alternativa que não seja despedir e, eventualmente, também fechar a porta e abalar.
Para compor o ramalhete (ou desanuviar a coisa) temos os resultados trimestrais do BES no dia 15.
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